Resenhas - Lucíola

Mary Maia 22/03/2024

Se joguem
"Eu te amei desde o momento em que te vi! Eu te amei por séculos nestes poucos dias que passamos juntos na terra. Agora que a minha vida só se conta por instantes, amo-te em cada momento por uma existência inteira. Amo-te ao mesmo tempo com todas as afeições que se pode ter neste mundo. Vou te amar enfim por toda a eternidade" (...)

Mais um romance urbano do José de Alencar com leitura obrigatória. Clássico da literatura é clássico da literatura e não tem erro. Leitura certa.

Felipe1503 27/03/2024

Primeiro?
Se não me engano foi o primeiro livro que li de José de Alencar. E posso dizer que comecei com uma boa leitura.

Pandora 29/03/2024

"O amor é inexaurível e remoça, como a primavera..."
Bem, essa leitura está no ranking das mais complicadas que eu já li devido a escrita dela. Apesar disso, é um livro bom e interessante.

Ivana M. 31/03/2024

Romance Clássico
"Lucíola" é uma obra magistral escrita por José de Alencar, um dos maiores expoentes da literatura brasileira do século XIX. Publicado em 1862, o romance apresenta uma narrativa envolvente que mescla elementos de romance de costumes, crítica social e uma profunda reflexão sobre os valores morais da sociedade da época.

A trama gira em torno do protagonista Paulo, um jovem advogado que se vê encantado por Lúcia, uma cortesã conhecida como Lucíola. O conflito central do romance surge da tensão entre os desejos do coração e as convenções sociais. Paulo é confrontado com o dilema entre seus sentimentos sinceros por Lucíola e a pressão social que o impede de se relacionar com uma mulher considerada fora dos padrões aceitáveis pela alta sociedade.

Alencar habilmente retrata os personagens e seus conflitos internos, criando figuras complexas e profundamente humanas. Lucíola é apresentada não como uma simples figura sedutora, mas como uma mulher marcada por suas experiências e pelas injustiças sociais que enfrentou. Sua relação com Paulo é permeada por uma tensão emocional cativante, enquanto ambos lutam para conciliar seus sentimentos com as expectativas da sociedade.

Além do aspecto romântico, "Lucíola" também oferece uma crítica perspicaz aos valores e preconceitos da sociedade brasileira do século XIX. Alencar aborda questões como hipocrisia, moralidade e a condição da mulher na sociedade patriarcal da época, oferecendo uma visão profunda e multifacetada da realidade social brasileira.

A linguagem elegante e envolvente de Alencar contribui para a imersão do leitor na atmosfera da história, enquanto suas descrições vívidas e detalhadas transportam o leitor para o Rio de Janeiro do século XIX.

Em resumo, "Lucíola" é uma obra-prima da literatura brasileira que continua a cativar leitores com sua narrativa envolvente, personagens complexos e reflexões profundas sobre amor, sociedade e moralidade. É uma leitura indispensável para aqueles que desejam explorar as complexidades do romance brasileiro do século XIX e as questões universais que ele aborda.

Stefane.Oliveira 01/04/2024

Em lugar de Lúcia - diga-se Lúcifer
Li esse livro para um trabalho de escola para o tema romantismo e com certeza não foi uma experiência fácil. Foi uma leitura bem complicada do inicio ao meio, a escrita antiga foi uma coisa que me incomodou bastante, visto que esse foi o livro mais antigo que já li.
Muito difícil de falar sobre um livro de época, pois se passa em um tempo em que falar sobre determinados assunto eram um grande tabu, muito mais que hoje em dia. Vejo Paulo como um homem que para aqueles tempos consegue ser bem mais ´´mente aberta`` do que outros em sua volta, ele é o único homem que realmente consegue ver Lúcia com pureza e não só como uma mulher dos prazeres. Particularmente não gosto como Lúcia se culpa por ela ter sido uma ´´mulher da vida``, mas obvio é um livro de uma época que se pensava muito isso e até hoje muitos pensam dessa maneira, Paulo também tem muitos pontos negativos nesse relacionamento, é visivel como ele não confia em Lúcia e tende a achar que ela sempre tem outro amante, o que me incomoda em muitas partes.
O final dele achei interessante, e já esperava que iria acontecer dessa forma, Lúcia se culpava muito por ter tido a vida que teve, perdendo a sua pureza, não se perdoaria por isso, achava que mulheres como ela não eram dignas suficientes de amor não podendo sentir esse sentimento, acho que com sua morte ela conseguiria talvez encontrar essa pureza que tanto significava para ela (obvio que eu não acho que morte seja uma forma legal de lidar como consequência para devidas atitudes, mas nesse livro consigo ver isso como um bom encaixe).

Haha S.L. 03/04/2024

Lúcia
Único romance em que Alencar não conseguiu salvar o final do último e trágico destino humano, a obra conta a história de uma cortesã. Lúcia, não sendo bem vista pela sociedade, mas, sim, apenas como um objeto de prazer masculino, é impossibilitada de se apaixonar e amar o único homem a quem seu coração escolheu: Paulo.
Apesar da tragédia final e do estilo linguístico de difícil compreensão, o enredo é surpreendente e emocionante, contendo uma carga altíssima de sentimentalismo e, ainda, retratando a imagem de uma época movida pela invisibilidade da figura feminina e dos preconceitos sociais que reverberam até os dias atuais. Portanto, é uma leitura ideal para passar o tempo.

Karl Marx 09/04/2024

Bom...é antiga mas atual
Eu não sei nem como explicar, minha relação é de amor e ódio com esse livro. A forma como retrata a hipocrisia da sociedade, principalmente dos homens, que desprezavam Lucia no dia mas a procuravam pela noite, que compravam para usar do corpo dela. A misoginia, machismo, eletismos e modalidades que até hoje prevalecem mais em um molde diferente e quase imperceptível. Termino assim dizendo que é um livro bom, mas não como um romance mas como uma crítica social muito antiga mas atual.

helena1098 10/04/2024

Não esperava gostar tanto mas aconteceu
Ficha técnica
? Lucíola
? José de Alencar
? ficção
? +14( mais pelo que fica subentendido e pelo vocabulário)


quotes
"Nesta hora não se mente. Eu te amei desde o momento em que te vi! Eu te amei por séculos nestes poucos dias que passamos juntos na terra. Agora que minha vida se conta por instantes, amo-te em cada momento por uma existência inteira. Amo-te ao mesmo tempo com todas as afeições que se pode ter nesse mundo. Vou te amar enfim por toda a eternidade. "
-Maria da Glória

?

resenha

Não esperava gostar tanto assim de um livro do José de Alencar, já que já li Iracema dele e ODIEI (facilmente o pior livro que eu li na vida).
A escrita dele nesse livro é entendivel e até chega a ser apreciável.
O início começa BEM chatinho mas a partir do meio, eu comecei a ficar genuinamente investida na história.
O Paulo não é tão agradável assim mas ainda dá de gostar dele.
A Lúcia(melhor dizendo Maria da Glória) é facilmente minha personagem favorita e uma que eu vou levar pra vida toda!
O final é destroçante, me deixou genuinamente atordoada.


?Nota: 8,5/10
?Estrelas:?????
????

MariPimposa 11/04/2024

Lucia é Jesus Paulo é Judas
Estou estudando o romantismo e tive que ler o livro para a escola.

Não irei falar de uma visão técnica e sim minha interpretação.

A sociedade machista é bem visível na obra, onde Lúcia é tratada como impura por ser uma prostituta, indigna de um final feliz, totalmente submissa a Paulo.
PAULO É MALUCO, homem esquisito, paranoico; coloca honra, imagem social acima de seu amor.

Tem aquele enredo narrativo simples de casal feliz > problemática > clímax > desfecho
Achei a leitura difícil porque é uma escrita histórica, com termos antigos e linguagem rebuscada. Demorei muito pra ler, achei cansativo.

não leria se não fosse obrigada ?

hemily 16/04/2024

Antes ter seco e morto o coração a senti-lo viver torturado
Para ser realista, não sou a maior fã da vertente do romantismo brasileira, preferindo movimentos como o realismo e etc. Porém foi uma leitura deveras interessante e que não esperava apreciar tanto quanto apreciei.

?Mas a senhora lê e eu vivia; no livro da vida não se volta, quando se quer, a página já lida, para melhor entendê-la; nem pode-se fazer a pausa necessária à reflexão. Os acontecimentos nos tomam e nos arrebatam às vezes tão rapidamente que nem deixam volver um olhar ao caminho percorrido.?

?? Eu?... Que idéia! Para que amar? O que há de real e de melhor na vida é o prazer, e esse dispensa o coração. O prazer que se dá e recebe é calmo e doce, sem inquietação e sem receios. Não conhece o ciúme que desenterra o passado, como dizem que os abutres desenterram os corpos para roerem as entranhas. Quando eu lhe ofereço um beijo meu, que importa ao senhor que mil outros tenham tocado o lábio que o provoca? A água lavou a boca, como o copo que serviu ao festim; e o vinho não é menos bom, nem menos generoso, no cálice usado, do que no cálice novo. O amor!... O amor para uma mulher como eu seria a mais terrível punição que Deus poderia infligir-lhe! Mas o verdadeiro amor d'alma; e não a paixão sensual de Margarida, que nem sequer teve o mérito da fidelidade. Se alguma vez essa mulher se prostituiu mais do que nunca, e se mostrou cortesã depravada, sem brio e sem pudor, foi quando se animou profanar o amor com as torpes carícias que tantos haviam comprado?

By a lady 16/04/2024

Uma história de conversão.
Eu ainda não tinha lido nada parecido com Lucíola, e de cara foi um dos melhores livros de literatura brasileira que já li.

A história de Lúcia é extremamente tocante, e certamente eu irei contra a maré ao escrever tudo isso, pois pelo pouco que vi nas resenhas por aí, notei uma visão extremamente rasa das pessoas, que não enxergam além da visão ideológica.

Essa história, acima de tudo, é uma história de conversão. Lúcia, ou melhor, Maria da Glória, abandona a sua vida de prostituição ao se apaixonar profundamente por Paulo. Durante toda a leitura, notamos a sua mudança gradativa e é lindo de ver!

No entanto, é triste a situação em que ela se encontra. Ao conhecer sua história, sabemos que ela nunca quis ter a vida que levava, que desde o início ela foi forçada, ainda criança, em meio às dificuldades, a vender-se para salvar a vida da família. Portanto, eu não entendo o porquê tantas pessoas vangloriam o fato de Lúcia "fazer o que os homens fazem". Pra mim, no mínimo, é algo irracional de se pensar. Por que é motivo de orgulho ela se igualar a homens da pior espécie e ter seu corpo profanado por estes mesmos homens?

É verdade que Lúcia foi humilhada e desprezada pela sociedade, mas o grande ponto é: Ela morreu Lúcia e renasceu Maria. Deus, Nosso Senhor, perdoou todos os seus pecados, mas a sociedade não. Esse livro escancara a hipocrisia e o ódio no coração dos pecadores.

A mudança não ocorre apenas em Lúcia, mas também em Paulo. No fim, ambos alcançaram o ápice do amor entre homem e mulher. É uma pena que ambos não tenham se casado, e eu entendi que isso se deu muito pelo fato dela não se ver como um ser humano digno, mesmo não sendo verdade e mesmo tendo seus pecados redimidos. Isso só ressalta o fato de que a promiscuidade pode destruir a vida de uma mulher.

No mais, eu amei esse livro! Devorei em três dias e posso facilmente dizer que está entre os meus preferidos.

Gaby 21/04/2024

Não gostei do final
Esse livro pertence ao gênero do romantismo por causa da idealização da mulher. Um traço marcante desse gênero. Lucíola é um cortesã do Rio de Janeiro, ela tem 19 anos. Ela é uma cortesã de luxo. Paulo a vê numa festa e pergunta pro seu amigo Sá quem é, ele ri e diz w ela é cortesã. Mas a primeira vista Paulo não pensou isso, pensou q ela era um anjo puro. Mesmo depois de saber quem ela é, ele se apaixona. Paulo tem 25 anos e não é rico, ambos se entregam ao deleites da carne.
Não gostei do final, gostei do personagem Lúcia e Paulo queria q eles fossem felizes pra sempre, até ele mereciam MT. Esse livros faz jus ao gênero msm.

Tiago 24/04/2024

Quanto mais velho o barril, melhor o vinho. Será mesmo?
Sendo sincero, foi uma leitura sensacional, com uma reviravolta não tão inesperada, mas surpreendente, e com um enredo super interessante, (A vida da "alta sociedade" do Rio de Janeiro Imperial), só que é o tipo de livro que não dá pra engolir em uma tarde. O livro é pequeno, mas até a metade da história, ele passa beeeeeeem lentamente, o vocabulário é muito requintado e tem muitas expressões antigas, que as vezes confundem o leitor e atrasa um pouco a leitura, que acaba por quebrar o ritmo dessa história envolvente sobre o "amor" entre Lúcia e Paulo.
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Durante o livro a gente tem diversos momentos em que o machismo se encarna em Paulo, um reflexo da sociedade em que estava inserido, e mesmo assim, com toda essa "loucura", Paulo é o único que vê em Lúcia uma alma pura, e mesmo contra a própria vontade acaba sedendo ao solo fértil do amor.
O mesmo acontece com Lúcia que se entrega por completo a paixão. O mais doido disso tudo é que enquanto você lê, você percebe que os dois estão apaixonados, mas não conseguem admitir um ao outro, uma por ter vergonha ou medo de perder o homem que lhe dá prazer de viver, e o outro por ter medo de perder sua honra social, e por causa disso, os dois desfrutam muito pouco desse amor.
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Diria que o livro é bom, mas é cansativo. Recomendo para aqueles que buscam uma história doida de amor, e que queiram entender as características do romantismo, que estão bem presentes na idealização da imagem de Lucíola no livro. É isso

Gracielle 03/05/2024

Recomendo
Eu gostei bastante da leitura dessa obra. As descrições intensas e o sentimentalismo provoca no leitor diversas emoções diante dos fatos narrados, principalmente, quando este leitor se trata de uma mulher. É possível sentir na pele o julgamento e a discriminação que Lúcia sofre. Contudo, apesar de Alencar criticar a postura da elite burguesa do Rio de Janeiro frente a figura da mulher cortesã, é possível observar que em algumas passagens da narrativa o autor não abandona os princípios patriarcais e morais de seu tempo. Mesmo que para muitos a linguagem utilizada na obra possa ser considerada um desafio, pois foi lançada em 1862, ainda assim, acredito que a leitura compensa o esforço.

Bel 05/05/2024

Lucíola
O livro escrito por José de Alencar retrata os perfis femininos em suas histórias, desta vez, não fora diferente. Lúcia, uma prostituta renomada pela alta corte, acaba tendo seu caminho cruzado com Paulo, um homem que se muda para o Rio de janeiro com o intuito de mudar de vida.

A história aborda temas extremamente importantes: o papel da mulher na sociedade, relacionamentos, prostituição e relações de hierarquias, eu confesso que não estava nem um pouco animada para ler o livro pois não gostei tanto de "Senhora", mas, me impressionei com a maneira que o livro apesar de um escrita rebuscada, conecta o leitor com a visão do narrador.

Os personagens são bem elaborados, muito bem articulados, mostrando um paralelo muito real a realidade, mostrando os pensamentos do autor e a maneira que ele via a sociedade da época. O romance do casal tem altos e baixos, entretanto, ainda sim é lindo, ver a forma que a visão de ambos vai mudando e como a relação deles vai além de algo carnal depois de um tempo.

Muito obrigada José de Alencar por ter escrito está obra prima?