No Jardim do Ogro

No Jardim do Ogro Leïla Slimani




Resenhas - No jardim do ogro


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Gabriela 31/10/2024

Compulsão em estado bruto.
Aqui temos uma descrição perfeita da compulsão. Dos primeiros estímulos frenéticos até a aflição colérica quando se passa a não gozar mais de seus efeitos. Qualquer alma que já tenha sentido um vício nessa vida, ou que luta contra uma mente e um corpo compulsivos pode se enxergar em Adèle.

Na ponta do iceberg, nomeamos: ninfomania. Descendo o bloco gélido, temos a obsessão pelo olhar do outro, uma necessidade borderline de ser desejada para sentir que é um corpo existente, ainda que o esteja esvaziando por dentro, enquanto controla a fome. Controle. O que pode controlar? Praticamente nada, mesmo quando fecha a boca e abre as pernas.

A temática "neurose" em mulheres é arquetípica por um motivo. Existimos para o outro e pelo outro, em sobrevida por regras impossíveis de serem cumpridas. Seja sexy, mas não queira ser. Nem frígida, nem vulgar. Seja mãe, seja mulher. Seja bem sucedida, não deseje seu chefe, mas desperte algum desejo, pulsão de desejo é tudo. Seja magérrima, mas não quero ver sua anorexia, coma a massa toda que sua mãe fez pro Natal. Algo no meio do caminho, todo o tempo. Seu corpo não é seu, então ele deve reagir conforme as extensas normas que imaginamos para você. No filme Swallow (Devorar), vemos as consequências da anulação de um corpo (uma mulher grávida que não consegue conter seu desejo de engolir objetos cortantes).

Dito isso, adoro quando a escrita desperta empatia à dor e não à personagem que a experiencia. Todo adicto é egocêntrico por natureza, mas alguns dispõem de um certo carisma, o que não é o caso de nossa protagonista, e tudo bem. Gosto de estórias.

"Ela coloca as mãos de Adam sobre seus seios, tenta esquecer que é ele. Fecha os olhos e imagina que ele a está forçando." Gostaria de dizer mais aqui do que de fato posso, mas esse não é um sentimento incomum. O tédio do familiar nem sempre gera uma temperatura mediana da libido, às vezes aniquila o prazer por completo. Em desespero matrimonial, buscamos uma forma de sentir algo. Qualquer coisa. Sentir medo, horror, vertigem é sentir algo.

"Sente-se bonita e detesta a ideia de que sua beleza seja inútil, que sua alegria não sirva para nada""

"Ela tem vontade dele e é quase um milagre sentir um desejo assim". O desejo é soberano para alguém que parou de o sentir de forma natural.

Adèle é perturbadora e desperta um desprezo enorme de quem despreza rachaduras do espelho. Só é uma personagem crível, mesmo em suas medidas absurdas, porque lá dentro da nossa psique, contabilizando os pensamentos intrusivos, os ogros e as bonecas, somos perturbados também. Ler Slimani é encarar isso.
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Garota Imersiva 14/03/2024

Perturbador
Achei um livro diferente, perturbador e cru, então eu gostei bastante !
A narrativa flui muito bem e a leitura segue um bom ritmo, não é nada extraordinário, é o simples que funciona.
A protagonista é daquelas que vc não se apega, ela nos leva a questionar a nós mesmos e o patriarcado, basicamente ela age como um homem agiria na vida real sem julgamentos. Porém durante a leitura nós percebemos que não é uma simples libertinagem, mas um problema de autoestima e confiança gigantesco. Tentei sentir pena, mas não deu? a própria cavou sua cova em suas relações.
A falta de terapia pra cada um dos personagens é que faz o livro ser bom kkkkkkk um pior que o outro.
Achei interessante a escolha de um final em aberto, visto que eu gosto de imaginar que deu tudo errado hahahahaha.
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Giselli15 16/02/2024

Muita polêmica muita confusão
O retrato de uma mulher insatisfeita no relacionamento e o sexo extraconjugal como uma válvula escapatória. Mesmo que não se aprofunde na infância da Adele, acredito que isso tenha influenciado forma como ela enxerga o sexo e tudo que ele carrega.
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Vi 24/01/2024

Foi difícil não comparar com a canção de ninar porque foi o último livro que li antes desse. eu acho que pra um romance de estréia é um livro sensacional, de uma sutileza até nas coisas mais absurdas de forma que somente uma mulher poderia escrever, eu realmente gosto muito dos cenários que a Leïla cria.
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Adriana854 24/10/2023

Jardim Do Ogro
Eu já tinha ficado bem impressionada (e impactada) com o livro anterior da autora. Assim como "Canção de Ninar" , "No Jardim do Ogro" e um livro extremamente forte. Não é uma leitura fácil e não agrada a todos. Mas eu me torno cada dia mais fã de Leïla Slimani. Esperando muito ansiosa o último lançamento dela aqui no Brasil. Parece que não chega nunca!

TÍTULO: "No Jardim do Ogro"

AUTORA: Leïla Slimani

TRADUÇÃO: Gisela Bergonzoni

EDITORA: Tusquet

SINOPSE: Adèle tem a vida perfeita: é uma jornalista de sucesso em Paris, onde vive com seu marido cirurgião e seu filho pequeno em um lindo apartamento. Mas, debaixo da superfície, ela está entediada com seu trabalho e seu casamento ? e consumida por uma necessidade insaciável de sexo a qualquer custo. Movida menos pelo prazer que pela compulsão, ela organiza seu dia em torno de casos extraconjugais, chegando atrasada ao trabalho e mentindo para o marido, até se enredar definitivamente em sua própria armadilha. No jardim do ogro é um romance visceral sobre um corpo escravizado por seus impulsos, o vício sexual e suas consequências implacáveis.
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Dilla.Martins 12/09/2023

No jardim do ogro
Nós só seremos felizes (...) quando não precisarmos mais uns dos outros. Quando pudermos viver uma vida para nós mesmos, uma vida que nos pertença, que não tenha a ver com os outros. Quando formos livres
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luadepaginas 27/06/2023

É um livro pequeno, fácil e rápido de ler, que te prende da primeira até a última página. Os personagens são completamente perturbados, cada um a sua maneira, e acompanhar o desenvolvimento da loucura de cada um é ao mesmo tempo intenso, interessante e um pouco assustador. Não é um livro que me marcou e que levarei para toda vida, mas sem dúvidas foi uma experiência que valeu a pena.
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dricagallo 18/06/2023

?Faz uma semana que ela aguenta. Uma semana que ela não cedeu. Adèle comportou-se.?

Um livro visceral!
Como muitos dos conflitos que possuímos hoje, são reflexos de nossa infância/adolescência?!
Recomendo a leitura para quem deseja ler algo sem rodeios, com escrita fluida e simples!
Nenhum ser humano é 100% bom ou 100% ruim, mas independente disso, ainda é um ser humano.
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Renata.Mieko 07/06/2023

Um relato muito angustiante de uma mulher que não consegue controlar seus impulsos mais primitivos.
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RobsBia 11/05/2023

Hunf?
A Leila Slimani me conquistou forte quando li Canção de Ninar, então foi inevitável querer ler No Jardim do Ogro. Eu só não esperava sentir uma ojeriza tão forte lendo esse livro. Foi incômodo do começo ao fim. Ainda que as leituras densas e profundas me encantem, a história desse livro me deu náuseas. Mérito total da autora pois a narrativa é muito bem construída mas o tema acabava comigo. Provavelmente minha nota reflete mais um gosto pessoal do que uma avaliação imparcial da obra.
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Livros da Julie 01/05/2023

Uma história impactante que atesta o enorme talento de Slimani
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"Ter vontade já é ceder."
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"fez um filho pela mesma razão que se casou. Para pertencer ao mundo e se proteger de qualquer diferença com os outros. Ao se tornar esposa e mãe, ela se cercou de uma aura de respeitabilidade que ninguém pode lhe tirar."
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"esse sentimento mágico de tocar com os dedos o vil e o obsceno, a perversão burguesa e a miséria humana."
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"A uma viúva se perdoam muitas coisas. A tristeza é uma desculpa extraordinária."
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"o que excita a alma é justamente ser traída pelo corpo, que age contra a sua vontade, e assistir essa traição."
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"A gente sempre acaba pagando pelas mentiras"
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"As pessoas insatisfeitas destroem tudo em volta delas."
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"O amor não passa de paciência. Uma paciência devota, violenta, tirânica. Uma paciência insensatamente otimista."
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No jardim do ogro foi o livro escolhido para janeiro no Clube de Leitura Oh là là, promovido pela @eleonora_ribeiro.

Adèle parece levar a vida que muitas mulheres adorariam ter. Dona de uma carreira vibrante e renomada, ela é casada com um médico cirurgião, tem um filho pequeno e mora em um ótimo apartamento, em um dos bairros mais famosos de Paris. No entanto, ela não está satisfeita. Para preencher o vazio que a consome, ela só precisa de uma coisa: sexo.

Não importa com quem, como, onde ou quando, mas sempre. Seus dias giram em torno dos casos extraconjugais, dos encontros fortuitos, da caça constante, das inúmeras mentiras inventadas para saciar seu vício. Será que ela conseguirá sustentar essa vida paralela por muito tempo ou seu castelo de cartas eventualmente cairá?

O início parece um tanto obscuro, mas logo nos situamos na história. A escrita de Slimani é extremamente fluida, o que permite uma leitura bem rápida. Os olhos correm pelas páginas e é impossível parar de ler.

Como em sua outro livro, Canção de Ninar, Leïla nos traz um livro bastante pertubador, apresentando uma faceta feminina raramente explorada. A autora expõe sentimentos, emoções e reações incomuns de modo tão direto e cru que chega, por vezes, a chocar.

Tem-se aqui uma protagonista que tentou seguir uma trajetória "normal" apenas porque acreditou que o papel de esposa e de mãe a afastaria dos intensos desejos que a governavam. A verdade, porém, é que ela não aguenta mais essa situação. Ela se sente completamente entediada e não consegue suportar a família, os colegas e o trabalho. Nada mais importa, a não ser a incansável busca pelo instante de perfeito prazer.

É bastante difícil se colocar no lugar de Adèle e entender sua motivação. Sentimos enorme pena da personagem, pelo evidente distúrbio psiquiátrico que a consome, pela carência e pela necessidade doentia de chamar a atenção. Ao mesmo tempo, ficamos indignados com suas atitudes frias e distantes, com a falta de consideração com aqueles a quem diz amar e com as péssimas decisões que toma, conscientemente colocando não só sua saúde, mas a de outros em risco.

A rodo momento nos perguntamos por que Adèle simplesmente não pode ser honesta consigo mesma, assumir sua ninfomania e sua natureza errática e dar outro rumo à vida, libertando-se de tudo o que considera e trata como um fardo. Infelizmente, ela não se preocupa com o sofrimento alheio e também parece incapaz de deixar de causar sofrimento a si mesma, contentando-se com as satisfações momentâneas obtidas.

O final é daqueles de dividir opiniões, mas foi coerente com todas as circunstâncias apresentadas ao longo da história. De todo modo, não havia saída fácil para a trama. Qualquer solução tradicional pareceria inadequada.

Vale destacar a participação da tradutora, Gisela Bergonzoni, no encontro do clube. Foi ótimo conhecer seu percurso literário acadêmico e profissional, sua percepção pessoal sobre a autora e a obra, e as minúcias do seu trabalho de tradução, que se beneficiou largamente de sua vivência na França.

site: https://www.instagram.com/p/CpGkGp-rqDa/
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mans 02/03/2023

Um livro fraco de tudo
No começo estava detestando, mas acabei achando apenas fraco. Tem lá seus pontos positivos, como o retrato de uma mulher viciada em sexo, mas acaba afogado em muitos problemas: o desenvolvimento despreocupado da protagonista, o exagero nas frases de efeito, a dificuldade em criar vínculos com o leitor. A todo momento, lembrava de A Pediatra ? outro livro com uma protagonista que não gostamos, mas que tem uma construção muito diferente. No livro brasileiro, não gostamos da protagonista, mas nos importamos. Aqui, só não gostamos.
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@eu_rafaprado 01/03/2023

No Jardim do Ogro ? Leïla Slimani
Nota 4 de 5 ? 192 páginas (tempo médio de leitura: 6 horas).
Está foi a leitura de fevereiro do clube ?Lendo Mulheres Nacionais?, que este ano está lendo também mulheres de outras nacionalidades, o encontro foi mediado de maneira impar pela @M
Compulsão sexual e um desejo desenfreado por sentir prazer na dor, são alguns dos sentimentos da personagem principal nessa trama.
Adéle tem o casamento perfeito, seu marido nem desconfia que enquanto ele se dedica a cuidar do filho, sua esposa esta pelas ruas de Paris procurando um novo corpo para possuir.
?Ela quer ser apenas um objeto no meio de uma horda, ser devorada, chupada, engolida inteira. Que belisquem seus seios, que mordam seu ventre. Quer ser uma boneca no jardim de um ogro?.
Longe de ser um romance erótico, a autora franco-marroquina Leïla Slimani, que além de escritora e jornalista, também é diplomata francesa, na qualidade de representante pessoal do presidente francês Emmanuel Macron na Organização Internacional da Francofonia, nos apresenta nessa história uma onda de conflitos psicológicos.
Este é o primeiro romance da autora, que ficou mais conhecida com sua segunda publicação: ?Canção de Ninar?, que por sinal é maravilhoso.
Eu fiz com o clube do livro uma releitura, confesso que na primeira vez em que li não tinha absorvido tanto da história e só o fato de ler e ouvir outras opiniões, muda muito a perspectiva sobre algumas questões. Na primeira vez tive pena da Adéle, já nessa releitura fiquei foi com um ranço profundo da falta de moral e respeito com alguns personagens.
O livro é um pouco indigesto, a personagem irrita, embora algumas pessoas sintam vontade de acolher Adéle, eu sinto vontade de nunca conhecer alguém com essas características. Uma leitura para quem quer sair da zona de conforto e se arriscar além das paginas de romances, pode não te agradar, mas duvido você esquecer essa história.
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