Spy Books Brasil 24/05/2022
Um thriller que você já sabe o final!
Esse foi um dos primeiros livros que li no gênero dos thrillers.
Eu devia ter uns 14, 15 anos quando caiu em minhas mãos um exemplar de "O Dia do Chacal", de Frederick Forsyth. Confesso que, na época, achei o livro meio denso demais e saí com uma enorme dúvida: aquilo tinha acontecido de verdade?
Naquela época não existia o Google para responder a essa pergunta. ;-)
Reli a obra agora. Mas antes de entrar nos detalhes daquela minha dúvida da adolescência, vamos conhecer a trama.
A trama – Após conceder a independência à Argélia, o presidente francês Charles De Gaulle passa a enfrentar a oposição dos pied-noirs, como eram chamados os franceses de origem argelina, e dos militares que haviam lutado a guerra colonial no país africano.
Financiados por empresários que perderam negócios, os militares insatisfeitos formam a Organização do Exército Secreto. O objetivo único da OES é assassinar o general que eles tinham como ídolo, mas que agora consideram um traidor da república francesa.
Após várias tentativas fracassadas, e com o aparato de segurança do Estado desbaratando a organização, o Coronel Marc Rodin, chefe de operações da OES, investe num plano ousado: contratar um assassino profissional, um desconhecido da inteligência francesa, para cumprir a missão.
O escolhido é um cidadão britânico que adota o codinome de Chacal.
A estrutura – O livro é dividido em três partes: Anatomia de um complô, Anatomia de uma caçada humana e Anatomia de um assassinato.
A primeira ocupa metade do livro e se dedica a montar o contexto da ação.
Este foi o primeiro romance de Forsyth e é possível perceber a influência de sua atuação como jornalista, profissão que exercia na época. Especialmente nesta primeira parte, em que vários trechos da narrativa adotam tom muito próximo do jornalístico.
Isso ocorre porque ele usa técnicas que costumava empregar na apuração de suas histórias jornalísticas.
A história, aliás, praticamente começa com uma reportagem.
A OES existiu de fato e atuou na França no início dos anos 1960. Seus membros tentaram assassinar Charles De Gaulle exatamente da maneira como é descrito no primeiro capítulo do livro. A execução do tenente-coronel Jean-Marie Bastien-Thiry por pelotão de fuzilamento também é fiel aos fatos históricos.
Esse tom jornalístico e o fato de envolver personagens e situações reais certamente contribuíram para aquela dúvida que surgiu na minha cabeça de adolescente, há quase 40 anos.
O final conhecido – Um grande desafio enfrentado por Forsyth foi justamente o de escrever um thriller cujo final já era conhecido do grande público. Afinal, Charles De Gaulle não morreu assassinado num atentado e o autor cita isso na primeira parte do livro.
Esse fato contribuiu para a dificuldade que ele teve para encontrar uma editora.
Essa e outras história estão detalhadas na resenha completa e no perfil de Frederick Forsyth que publiquei no meu blog sobre livros de espionagem, o Spy Books Brasil.
Visite o Spy Books Brasil: lá você encontra sempre uma boa indicação de leitura no gênero dos thrillers de espionagem. Até lá!
site: https://bit.ly/FredForsyth