A ovelha negra e outras fábulas

A ovelha negra e outras fábulas Augusto Monterroso




Resenhas - A ovelha negra e outras fábulas


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Derfell 24/01/2024

Tenho sempre em mãos
Leitura leve, boa e reflexiva. Gostei de como o autor brinca com a relação entre homens e animais. A fábula que mais gostei foi "A coruja que queria salvar a humanidade"
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Dudu Menezes 24/12/2023

Poucas palavras para se dizer tudo
Primeiro livro que leio do guatemalteco Augusto Monterroso, "A ovelha negra e outras fábulas" é imenso em conteúdo, embora breve em número de páginas - 93 no total. Esta é uma edição da saudosa Cosac Naify, que encontrei em um sebo.

Posso dizer que se trata de uma jóia rara. Considerado o "mestre dos microcontos", Monterroso faz das fábulas um ato revolucionário. Aqui, literatura, psicanálise, política e filosofia se interconectam de modo a lançar luz sobre acontecimentos históricos, mas, também, às nossas relações cotidianas, que se refletem no comportamento humano.

Da perspicácia para observar que o coelho é mais corajoso que o leão, já que este último "ruge" e "ameaça", porque é movido pelo medo, enquanto o outro "se retira, depressa, por não querer perder sua paciência e acabar com aquele que está fora de si", passamos por uma mosca que "sonhava em ser águia", uma coruja que "queria salvar a humanidade", uma girafa que "compreendeu que tudo é relativo" - tanto para salvar a própria pele quanto para aceitar que a história apresenta diversas versões de um mesmo fato, narradas conforme interesses diversos.

Monterroso é, sim, genial! Li e reli os contos. Breves, mas afiados. Curtos, porém profundos. Poucas palavras que dizem muito e, sobretudo, em tempos como os de hoje, nos convidam a dizer somente o necessário. Mais do que isso, até. O convite pode ser para que, sempre que possível, a gente possa se comunicar por metáforas. Como definir o "bem" e o "mal" se, nem sempre, "o que faz o Mal é mau e o que faz o Bem é bom"?

Monterroso era um leitor voraz, autodidata e militou, secretamente, contra a ditadura de Jorge Ubico. Lembrando que o escritor precisou se exilar, em 1944, fugindo da repressão militar que se abateu sobre a Guatemala, após a Revolução de Outubro, quando os militares, apoiados pelos Estados Unidos, impuseram uma ditadura sangrenta, no país latino-americano, com o objetivo de barrar o processo de reforma agrária.

Com inteligência e ironia, Monterroso nos convida a pensar sobre muitos temas, como no caso das "ovelhas negras", fuziladas e depois, mediante arrependimento do rebanho, homenageadas com "estátuas equestres".

#augustomonterroso
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Kah Diniz 04/01/2023

Fábulas excelentes
Como uma boa fábula pede, neste livro encontramos textos que nos divertem com a nossa realidade cruel, seja ela política, social ou em outro aspecto.
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Vilamarc 01/11/2021

Ovelha perigosa. Raposa sábia.
Já disse Gabo que Monterroso é de uma periculosidade feroz, fundada numa profunda sabedoria e disfarçada de beleza mortífera.
Assim são seus micro-contos nessa obra, assim são seus micro-relatos em outras obras.
Sua busca pela perfeição minimalista na escrita - a arte de simplificar- provoca uma assertividade contundente no leitor, que faz repensar a filosofia e a política, seus temas preferidos, além da condição humana.
Destaco aqui, além do conto-título, os Monólogos do Mal e do Bem, A barata sonhadora, A funda de Davi, O fabulista e seus críticos e A raposa é mais sábia.
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Nic 09/10/2021

Humor ácido do tipo que eu gosto.
Este livro é um diamante, pequenino e valioso. De um autor fascinado por política e literatura, fábulas muito curtas, ácidas, sarcásticas, engraçadas e inteligentes. O autor tem a maestria de em poucas palavras nos dar um bofetada ou nos deixar refletindo após a leitura de cada texto.
"Em um país distante existiu faz muitos anos uma Ovelha Negra.
Foi fuzilada.
Um século depois, o rebanho arrependido lhe levantou uma estátua equestre que ficou muito bem no parque.
Assim, sucessivamente, cada vez que apareciam ovelhas negras eram rapidamente passadas pelas armas para que as futuras gerações de ovelhas comuns e vulgares pudessem se exercitar também na escultura".
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Catarina 23/10/2019

Regular
Infelizmente apenas três fábulas me chamaram a atenção.
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Marta Skoober 29/09/2019

Leitura deliciosa. É um livro espirituoso, divertido, reflexivo, ótimo para leitura em grupo ou leituras públicas. Vale infinitas releituras.
Destaques:
O macaco que quis ser escritor satírico
A mosca sonhava ser águia
* A barata sonhadora
A rã que queria ser uma rã autentica
Parênteses
29.09.2019
regifreitas 30/09/2019minha estante
"O macaco que quis ser escritor satírico" foi um dos textos que trabalhei no meu estágio de conclusão de curso!


Marta Skoober 30/09/2019minha estante
? uma delícia e tão sagaz, não é?


regifreitas 30/09/2019minha estante
é ótimo!
o que usei era a mesma tradução do Millor, para o livro os 100 melhores contos de humor da literatura universal.




jota 22/03/2019

Monterroso ou Millôr?
O escritor hondurenho Augusto Monterroso (1921-2003) ganhou fama mundo afora por ter escrito aquele que é considerado o microconto mais famoso da literatura mundial: “Quando acordou, o dinossauro ainda estava lá.” Escreveu muitas outras narrativas curtas, caso deste A Ovelha Negra e Outras Fábulas.

Seu estilo, conforme destacou Ubiratan Brasil (ESP, 04/07/2014), caracterizava-se por uma escrita enxuta, irônica, extremamente crítica, que transmitia um bom humor em relação à existência humana.” Mais precisamente em relação à literatura e à política, duas paixões de Monterroso, conforme destaca Vilma Arêas na apresentação da obra. Tudo muito parecido com o que fazia por aqui seu contemporâneo, o genial Millôr Fernandes (1923-2012). Que além de escrever também desenhava, entre outras coisas.

Foi ele quem traduziu o livro de Monterroso para o português e é de se lamentar que Millôr só seja conhecido no Brasil (talvez também um pouco em Portugal, não sei), pois na minha modesta opinião, ele é infinitamente mais talentoso do que Monterroso, quer dizer, mais interessante de se ler. Verdade que deste só li um livro, enquanto que de Millôr li muitos, um deles há pouco tempo, o ótimo Guia Millôr da Filosofia (Nova Fronteira, 2016).

Viciado em Millôr, esperava mais de A Ovelha Negra e Outras Fábulas. Dos quarenta textos apresentados, apreciei de fato menos de dez, muito pouco. Problema meu, claro.

Lido entre 20 e 22/03/2019.
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Gabriela 13/03/2017

Primeiro, o projeto gráfico desta edição ficou belo. O livro é mais fino e comprido do que o "normal", a capa é de um laranja mais vivo do que aparece na imagem acima e as folhas internas variam entre roxo com letras brancas, verde escuro com letras brancas e branco com letras roxas ou verdes. A disposição dos títulos das fábulas também ficou legal.

Quanto ao conteúdo, gostei bastante das fábulas. É claro que nem todas são excelentes, mas a maior parte é realmente boa. O autor tem um humor bem sarcástico e suas fábulas refletem bem a sociedade em que vivemos, usando animais para retratar os tipos humanos. Apesar de ter sido escrito em 1969, poderia-se muito bem dizer que o livro é uma sátira de nossa situação atual.

São quarenta fábulas ao todo e é difícil escolher só uma, pois gostei de várias. "A Ovelha Negra", que dá nome ao livro, "O Coelho e o Leão", que abre o livro, e "O Salvador Ressurgente" foram as que mais captaram minha atenção. Recomendo o livro a todos, pois além de ser muito bom, também é curtinho e mesmo quem não tem o hábito de ler vai gostar.

site: https://bibliomaniacas.blogspot.com.br/
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Hildeberto 08/01/2017

"A Ovelha Negra e Outras Fábulas", de Augusto Monterroso, é uma feliz descoberta. São contos curtos, cheios de humor e críticas sociais. Impecável, já se tornou um do meus livros favoritos. E é desnecessário mencionar como a é virtuosa a edição da Cosac Naify. Como essa editora consegue (ou conseguia) editar livros tão curtos e tão bons?
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@lidcomisso 15/11/2016

Impressões
Uma leitura leve e rápida que não propõe grandes reflexões, mas faz, por meio dos animais das fábulas, críticas ao comportamento humano. "Era uma vez uma barata chamada Gregor Samsa que sonhava que era uma barata chamada Franz Kafka que sonhava que era um escritor que escrevia sobre um empregado chamado Gregor Samsa que sonhava que era uma barata."

site: https://www.instagram.com/lidicirilo/
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Andreia Santana 05/11/2016

Somos todos ovelhas
A ovelha negra e outras fábulas é uma coletânea de microcontos de Augusto Monterroso, recheados de sarcasmo, ironia e crítica social. Nesse pequeno compêndio de menos de 100 páginas sobre a natureza humana, espécies da fauna exótica são usadas como personagens que encarnam nossos maiores defeitos e certa propensão ao ridículo.

Lançado em 1969, o livro é um dos poucos de Monterroso a serem editados no Brasil. Em 2014, a saudosa Cosac Naify relançou a versão traduzida por Millôr Fernandes, em 1983, para a Editora Record. Millôr e Monterroso, além de serem da mesma geração - o hondurenho nasceu em 1921 e o brasileiro em 1923 -, possuíam estilos literários bem parecidos, com a mesma predileção por textos curtos, precisos e bem humorados.

A ovelha negra..., segundo o próprio autor declarou certa vez, nasceu da sua observação da fauna silvestre e da constatação de que os animais e os homens são tão parecidos, "que às vezes torna-se impossível distingui-los". O livro tinha admiradores como o escritor Isaac Azimov, que afirmou nunca mais ter sido o mesmo após a leitura de um dos microcontos da coletânea: O macaco que queria ser escritor satírico.

O conto que dá título ao livro traz a história do martírio de uma ovelha negra, apenas porque ela era diferente da norma comum e ordinária das ovelhas brancas. Outro conto, A girafa que compreendeu que tudo era relativo, critica a insensatez dos conflitos bélicos e o anestesiamento diante da violência e das injustiças.

Já a história que desconcertou Azimov, embora tenha sido escrita numa época pré super exposição na internet e bem antes da indústria da fofoca sobre celebridades ter alcançado a dimensão atual; fala de um macaco que passa a frequentar as festas da alta sociedade da floresta. Por conta de suas "piruetas", o macaco colunista é bem recebido pela elite, mesmo publicando textos ferinos que denunciam os defeitos de seus anfitriões.

As histórias enxutas, concisas, sem floreios e recheadas de humor satírico, impactam o leitor e provocam desde risos nervosos até reflexões profundas. Nos mini textos, além da crítica ferranha às injustiças sociais, há muita denúncia contra aristocratas vaidosos e arrogantes. Muito do que está no livro, certamente, foi retirado das experiências do próprio autor, que teve de se exilar no México para fugir da ditadura na Guatemala.

Nascido de uma família miscigenada de hondurenhos e guatemaltecos, Augusto Monterroso fugiu para o México em 1944 e viveu em território mexicano até sua morte, em 2003. O autor é considerado um dos maiores expoentes da literatura latina e foi agraciado com o prêmio Príncipe de Astúrias, em 2000. É dele o conto O dinossauro, considerado o mais curto da literatura mundial e que abriga um mundo de possibilidades interpretativas em uma única frase: "Quando acordou, o dinossauro ainda estava lá".

site: https://mardehistorias.wordpress.com/
Nanci 05/11/2016minha estante
Ótima resenha.


Andreia Santana 05/11/2016minha estante
Obrigada :-)




IvaldoRocha 23/01/2016

Impressionante a capacidade de dizer tanta coisa escrevendo tão pouco.
O livro é fantástico, curto e grosso, se me permitem a expressão, é por essa e outras publicações que a Cosac Naify vai fazer falta. Um livro com 96 páginas curto e rápido como as fábulas, mas que vai te deixando pensando sobre ele por semanas. O escritor além de receber o prêmio Princesa de Astúrias também é conhecido por ter escrito o mais famoso microconto do mundo “O Dinossauro”, com menos de 50 letras.
Uma leitura extremamente agradável.
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Ramon 19/02/2010

A unica coisa boa em ter ficado numa fila do fórum das 6 da matina às 13:00 para reconhecer uma firma, é que pude terminar este livro extraordinário. Desde já um dos meus livros de cabeceira.
Ana 14/12/2015minha estante
Ramon
vi seu comentário sobre passar a manhã no fórum quando abri a página desse livro. Na hora pensei "esse cara só pode morar em Ilhéus!".
errei por uns 300 km rs Pensei que só aqui os cartórios fossem assim "eficientes".
mas, se o livro compensou a fila, aumentou ainda mais minha curiosidade ;)




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