Pep0 16/03/2021
Uma Boa Proposta, Porém o Livro foi Péssimo
No reino de Castallan, anteriormente dominado e escravizado pelo reino de Inglésia, o principe herdeiro, Dezmin, foi assassinado. Por conta disso, seu irmão mais novo, Alfehr, precisa retornar de sua longa viagem pelo mundo para assumir o trono. Tomado pelo luto, Alfehr procura desesperadamente uma forma de trazer seu irmão de volta, e é dessa maneira que seu caminho se cruza com o de Finn Voy, uma ladra com o poder de assumir o rosto de qualquer pessoa. No decorrer de seu encontro, uma tragédia acontece, e Alfehr acidentalmente acaba despertando e libertando a antiga magia de um deus faminto, capaz de mergulhar o mundo inteiro em Nocturna, uma escuridão sem fim. Juntos, Alfie e Finn vão perseguir essa magia sombria, reviver traumas do passado e enfrentar seus maiores medos para salvar o reino e o mundo.
Ambientada em um universo inspirado pela cultura dominicana, Nocturna é uma proposta interessante, mas possui inúmeras falhas. A primeira delas é a construção da magia presente nesse universo, que é muito confusa. Parece que a autora misturou elementos de Harry Potter e Trono de Vidro, e adicionou elementos originais, criando um sistema mágico complexo, mas que não soube explicar muito bem. Em segundo lugar temos as duas personagens principais, Alfie e Finn, que são mal construídas em alguns aspectos. Alfie é extremamente melancólico e repetitivo, e muito ingênuo ? se levarmos em consideração que ele é o segundo na linha de sucessão do reino; em vários momentos da narrativa Alfie faz os questionamentos mais ridículos acerca da relação de poder da família real em relação à corte de Castallan. Os dois personagens não evoluem muito durante a narrativa, e só parecem "crescer" de alguma forma nas últimas 50 páginas do livro. Os dois personagens mais sólidos, e os que mais gostei, são o vilão, Ignácio, e Luka, primo e amigo de Alfie, porém dá pra contar nos dedos os capítulos narrados por essas personagens. Por último temos a escrita, que é confusa e péssima: em mais de uma cena houve momentos em que a autora confundiu as cenas, ou parece que esqueceu o que tinha escrito, fazendo com que as personagens fizessem a mesma coisas duas vezes de uma forma diferente. E quanto aos elementos da cultura dominicana, que foi o que me atraiu para o livro, não consegui identificar nada exceto alguns elementos da arquitetura e algumas palavras em espanhol.
Por ser o primeiro livro da autora, vou me propor a ler a sequência, que será lançada agora em 2021, mas sem a mesma expectativa que tive com esse primeiro livro. De fato foi uma decepção, e ainda me pergunto o que chamou a atenção de uma editora grande como a Seguinte para um livro tão mal escrito. Não recomendo.