spoiler visualizarEduardo.Staque 18/05/2023
Não deu muito certo...
A saga não vai entrar pro hall dos meus livros favoritos.
Um fim apressado, um pouco sem sentido, com uma explicação rasa, chata e fora do que, ao meu ver, condizia com toda a evolução da trama e dos personagens, por mais que um romance entre Lyra e Will seja normal.
Enfim, o livro começa exatamente de onde o anterior parou, com tudo acontecendo de uma vez e tudo junto, e novamente dividindo mais o protagonismo entre os 3 personagens principais (não incluindo Pantalaimon), e mais dividido entre os universos.
E aqui temos um ponto: com a série se chama fronteiras do universo, seria de se esperar que isso fosse explorado, e foi, porém menos do que eu achei que deveria.
Entendo que é complicado dar linhas e páginas para todos eles, mas faltou aquele gostinho de viagem e perigo que um mundo/universo diferente pode oferecer, assim como os novos seres, que também são pouco explorados, e deveriam ter sido, no caso dos galivespianos, introduzidos talvez no livro anterior.
O ritmo maluco, frenético e corrido ainda está presente, e até que funciona bem e mantém a leitura mais fluida.
Acho que ele focou muito na sua crítica na igreja e na religião, e esqueceu de desenvolver a briga dentro do livro. E isso fica um pouco mais evidente quando ele parece forçar conceitos de física, usando isso como a explicação de tudo o que a religião fala, dos motivos da evolução e da consciência.
Com isso parece que ele ficou perdido, tanto que foi o final mais anticlimático que já li nos últimos tempos: a grande guerra e batalha final contra Metatron foi feia, horrível, e a coisa mais sem graça para um livro de fantasia.
Até os livros da trilogia inicial de Shannara são melhores.
Sei que lutas e batalhas não sejam o foco dos livros, porém ficou meio na expectativa que poderia ter algo mais grandioso, já que não é sempre que vemos alguém querendo matar deus.
Creio que todos esses problemas poderiam ser menores se existisse mais um livro antes desse.
Pois os acontecimentos finais continuam muito depois da batalha ter terminado e tudo ter se resolvido, ficando umas quase 80 páginas enchendo linguiça, e mesmo assim, deixando pelo menos 2 pontas soltas.
Tinha tudo pra ser uma série grandiosa e incrível, mas a ideia e a promessa se sobressaíram e fizeram com que fosse uma saga interessante, porém fraca na sua resolução.
Acho que se eu tivesse lido mais jovem, a experiência pudesse ter sido mais intensa e legal.
Obs: A bússola de ouro, OK, faz sentido ser importante;
A faca sutil, nome legal, e seu funcionamento combina com o nome;
A luneta âmbar... é só uma luneta.