spoiler visualizarAlceu 08/01/2021
Mergulho na história
Quando queremos algo, geralmente nos empolgamos e fazemos planos, a ansiedade nos toma e ficamos sem caber em si. É assim que se sente a protagonista do conto Felicidade Clandestina, de Clarice Lispector. A escrita do conto é leve e te faz querer mais.
O conto Felicidade Clandestina tem uma protagonista e uma antagonista. A história se passa em Recife e fala sobre uma menina que possui um desejo enorme em ler o livro As Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato, e tinha a outra menina que era filha de um bibliotecário e tinha o livro, porém nunca teve interesse em ler. A garota dona do livro também era dona de um comportamento ruim e amava desdenhar em cima dos outros, no vaso a menina citada anteriormente.
A narrativa é em primeira pessoa e conta de uma forma um pouco íntima como essa garota ficava ao ir até a casa da dona do livro, pois ela a disse que o emprestaria, mas sempre ao chegar lá, ela dava uma desculpa e a garota voltava um pouco triste, porém esperançosa. Por fim a mãe da dona do livro descobre e obriga a filha a emprestar, ao fazer isso ela deixa a protagonista em êxtase e a cereja do bolo é "por quanto tempo quiser".
Acho que Clarice foi inteligente na escrita, pois o conto é bem detalhado, eu consegui me sentir imerso na história, consegui ver as ruas e tudo mais. Eu particularmente não conhecia a escrita de Clarice, mas gostei muito, é uma forma que consegue te fazer sentir-se parte.
Obviamente há coisas que me irritaram, como por exemplo a inocência exacerbada da garotinha, mas o conto tem um bom enredo, os elementos são bem colocados, repetindo, o jeito que ele foi escrito é de certa forma delicado e bem detalhado, confesso que senti vontade de ler o resto da coletânea, super recomendo.