Resenhas - Casa de Bonecas

lali_literario 15/11/2024

Boneca Feminista
Sempre que lemos uma peça no teatro procuramos saber sobre: Autor e a Obra, como também o período que foi escrita.

Para o ano em que ele a escreveu, acreditem, essa peça foi considerada um avanço pela protagonista ser uma mulher, já que não era comum na época e principalmente pelo final da obra.

Apesar de ser escrita por um homem, a peça trás Nora como a principal, mostrando como era o machismo daquela época, e que ela era como uma boneca, destinada a ser esposa e mãe, de modo a alegrar os outros e não a si mesma.

A trama passa envolta de um empréstimo que Nora faz para poder salvar a vida de seu marido, mas que ela só poderia fazer com a assinatura de um homem, não sozinha, e como seu marido não aceitaria dinheiro vindo dela, para não manchar sua honra de provedor, ela mente que foi o pai dela que a deu esse dinheiro, mas após uns anos isso pode vir a tona e acabar com seu casamento.

Eu não estava dando tanta chance até o final, a peça é um realismo, então não é muito meu tipo, mas é fácil de ler e entender. E vale a pena!

Erika1159 15/11/2024

Superou expectativas
Comecei o livro sem esperar muita coisa, mas não consegui parar de ler. A história e os personagens prendem a sua atenção, te deixando curioso com o que pode acontecer e como eles vão reagir à trama. O final foi surpreendente.

Biblioteca Álvaro Guerra 06/11/2024

"Sala mobiliada com conforto e bom gosto, mas sem luxo. No fundo, á direita, a porta da saleta, á esquerda a do escritório de Helmer. Entre essas duas portas, um piano. Do lado esquerdo da cena, no meio da parede, outra porta, e mais perto da boca de cena, uma janela. Ao pé da janela uma mesa redonda, poltronas e um divã pequeno. Na parede da direita, um pouco mais atrás, uma porta, e mais á frente uma estufa de faiança, diante da qual estão colocadas duas poltronas e uma cadeira de balanço. Entre a estufa e a porta lateral, uma mesinha, e nas paredes, gravuras. Prateleiras com porcelanas e outras miuçalas. Pequena estante cheia de livros ricamente encadernados. O chão é atapetado. A estufa está acesa. Dia de inverno. Toque de campainha na saleta; passando um instante ouve-se abrirem a porta. Nora entra na sala cantarolando alegremente. Está de chapéu e de sobretudo e traz muitos embrulhos que vai colocando na mesa da direita. Deixa aberta a porta da saleta, por onde se vê um entregador carregando uma árvore de Natal e um cesto; o moço passa esses objetos á criada que abriu a porta".

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/858860311x

Biblioteca Álvaro Guerra 06/11/2024

Nora é uma dedicada dona de casa, esposa de Helmer, recém-nomeado para um alto cargo. Em um delicado momento de suas vidas, quando Helmer adoece, Nora, sem ter a quem recorrer para garantir a saúde do marido, pede dinheiro emprestado a uma pessoa próxima, que, anos depois, a fim de obter privilégios, ameaça denunciá-la: Nora vê-se, então, imersa em um enredado conflito psicológico, à mercê de um ambicioso homem que poderá trazer desonra para toda a sua família.


site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788588069626

Carol Santos 02/11/2024

Reviravolta inesperada
Os dois primeiros atos fazem uma crítica à uma sociedade vazia em termos de aparência, status e no viver. Cenário semelhante em sociedades em outros países e criticada pelas diferentes literaturas estrangeiras. O terceiro ato, na parte final a obra toma uma reviravolta o que a torna sensacional. A mudança quase repentina no modo em que Nora interpreta e toma consciência sobre a própria trajetória. Como um relampejar em uma noite escura iluminando tudo, Nora visualiza o que estava dado sobre a sua vida, casamento e história, mas não visível pela inquietante necessidade de cumprir funções e expectativas em uma sociedade patriarcal onde as figuras femininas são meros enfeites da vida de personagens masculinos. A história se passa na mesma época que a primeira onda do feminismo começa a desenhar raizes para os questionamentos do papel da mulher na sociedade.

julia_zilio 09/09/2024

Excelente para estudo
Lido para a disciplina de Dramaturgia II da faculdade de Artes Cênicas na USP.
Peça de estrutura dramática com tema de crise do drama.

Eduardo Rospantini 04/09/2024

A casa de bonecas
Escrito por um dos maiores dramaturgos do século XIX. Conta a história, através de "Nora" e outros pesonagens, da "Casa de Bonecas" metáfora ao modelo burguês ultrapassado de organização social pautada na importância de preservar uma falsa imagem social de moral e bons costumes, abrindo-se mão da verdade e da liberdade.

A obra evidencia a busca do sujeito moderno por autonomia e liberdade.

Gábi 25/08/2024

Uma casa de bonecas
Esqueci de resenhar essa leitura, mas basicamente é uma peça de teatro que em que vamos acompanhar a "vida perfeita" de uma jovem família. Tudo muda com a chegada de uma antiga amiga, que após perder o esposo e ficar sem condições de se manter, pede ajuda a sua amiga (nora e personagem principal) para conseguir um cargo no banco onde Helmer (marido de nora) se tornou o novo diretor. Acontece que para que a amiga de infância de nora consiga o cargo, um homem terá que ser demito. E esse homem é justamente a pessoa que lhe emprestou dinheiro em segredo para realizar a viagem que salvaria a vida de seu marido. Vida e A persona de esposa perfeita estão prestes a desmoronar, quando o homem passa a ameaçar Nora pra ter seu cargo e privilégios de volta. Ela precisa resolver esse grande problema para que sua casa de bonecas fique intacta e seus segredos continue guardados.

Karlla 19/08/2024

Achei que ele tem uma crítica social muito interessante, não esperava muita coisa desse livro, mas ele me surpreendeu e me prendeu muito na história.

Fernanda.Caputo 12/08/2024

Excelente peça!
A peça de teatro ?Casa de Bonecas?, escrita em 1879 pelo dramaturgo norueguês Henrik Ibsen, foi uma das minhas melhores leituras do ano, com toda a certeza.

Já conhecia Ibsen por "Um Inimigo do Povo" (altamente recomendada, por sinal) e, inspirada por minha recente experiência com a peça "Hedda Gabler" ? que é simplesmente incrível ? finalmente decidi mergulhar na obra que muitos consideram um marco da dramaturgia moderna.

A trama gira em torno de Nora Helmer, uma mulher dedicada, mãe de três filhos e esposa de Torvald Helmer, um advogado que, após anos de dificuldades financeiras, conquista uma posição de prestígio em um banco. Apesar de seu aparente carinho ao chamar Nora de "esquilinho" e "cotovia", Torvald exerce um controle opressivo sobre todos os aspectos da vida de Nora, transformando-a em uma verdadeira "boneca" em sua casa.

No entanto, Nora guarda um segredo que ameaça desestabilizar a vida perfeita que todos acreditam que leva.

Comparar Nora com Hedda Gabler é inevitável: enquanto Hedda é altiva e combativa (mas se deixa dominar pelo tédio e desespero), Nora começa como passiva e submissa, mas revela, ao final, uma força interior impressionante.

Ibsen possui uma habilidade extraordinária para explorar a complexidade das relações humanas e os segredos ocultos atrás das aparências. Sua obra, mesmo após mais de um século, continua a ressoar com uma profundidade e relevância impressionantes.

Estou ansiosa para ver "Casa de Bonecas" em cena; tenho certeza de que uma encenação ao vivo enriqueceria ainda mais a experiência!

alineaimee 11/08/2024

Uma peça escandalosa em sua época
"Casa de Bonecas" é uma peça escrita pelo dramaturgo norueguês Henrik Ibsen, em 1879. A obra é considerada um marco do teatro moderno, destacando-se por seu tratamento inovador de temas como o papel da mulher na sociedade, a hipocrisia das convenções sociais e a busca pela liberdade pessoal.

A peça gira em torno de Nora Helmer, uma mulher que, à primeira vista, parece viver uma vida perfeita. Casada com Torvald Helmer, um homem bem-sucedido que acabou de ser promovido a gerente de um banco, é mãe dedicada e se apresenta como uma esposa submissa, satisfeita com seu papel doméstico. No entanto, à medida que a trama se desenrola, revela-se que Nora esconde um segredo, que a coloca em uma situação vulnerável e serve como o ponto de virada da narrativa. O paraíso familiar não passa de teatro.

Acompanhamos o desmoronamento da ilusão de Nora. À medida que as pressões externas e internas aumentam, ela começa a questionar seu papel na vida e a natureza de seu casamento. A peça culmina em uma cena perturbadora para a época. Esse final, que hoje pode parecer comum, foi revolucionário no final do século XIX e provocou intensos debates sobre o papel da mulher na sociedade.

"Casa de Bonecas" não é apenas uma crítica à posição subalternizada das mulheres naquela época, mas tb um exame das convenções que oprimem e limitam o desenvolvimento individual e social. Ibsen expõe a hipocrisia e a superficialidade de instituições como o casamento, que muitas vezes mais aprisionam do que libertam, e apresenta a desigualdade de classe como uma corruptora moral.

A peça é notável por sua construção dramática e pela complexidade psicológica dos personagens. Nora, em particular, evolui de uma figura aparentemente frívola e infantil para uma mulher consciente de si mesma, fazendo com que o público repense suas concepções sobre gênero e autonomia. Torvald, por outro lado, personifica as normas patriarcais que veem a esposa como uma posse e não como um ser humano independente.

Com "Casa de Bonecas" Ibsen expõe um incômodo, e ao mesmo tempo acurado, retrato da humanidade em seu anseio por emancipação, abrindo caminho para discussões mais profundas sobre igualdade e direitos individuais.

Publicado no Instagram: @alineaimee

Filipe 02/08/2024

I am doll eyes, doll mouth, doll legs
Essa peça, em partes, me remete a Um Marido Ideal, de Wilde, possuindo um desenvolvimento similar ao do dramaturgo (o que me leva crer esperançosamente numa inspiração). Aqui, contudo, os personagens tomam destinos diferentes e decisões ímpares diante de uma história que, mais do que manipulação, trata sobre desenvolvimento moral.

Somos apresentados a um casal aparentemente perfeito, mas cuja relação é fundada no segredo hediondo de uma das partes. Diante disso, o surgimento de figuras do passado dessa personagem trazem à tona o escândalo social e uma decadência iminente.

Ibsen nos apresenta aqui personagens maquiavélicos que ora refletem egoísmo, ora esbanjam altruísmo. O mais interessante, contudo, é a troca de posições que ele elabora ao longo da peça.

Enquanto um personagem aparentemente altruísta revela-se egoísta, outro com dependência emocional revela possuir mais amor próprio e autonomia do que suscitava. Isso, contudo, só nos é revelado ao longo de diversos atos recheados de reviravoltas e, obviamente, diálogos ácidos que permeiam qualquer peça cativantes.

Sem mais, é o puro suco da dramaturgia!

lunawhy 26/07/2024

"O maior dos milagres!"
"Casa de bonecas" é um daqueles dramas burgueses que acabam nos impressionando ao decorrer da história. Com certeza, o mais impressionante é evolução de Nora, que pensávamos ser uma mulher frágil e bobinha. Amei a virada de chave que o drama teve! Isso me deixou "WOW, MUITO DIVÔNICO". Além disso, gostei muito da referência do título da obra com o enredo. No início ficava "Tá? Mas cadê a casa de bonecas?". Mas depois tudo fez sentindo. Essa obra foi lançada no final do século XIX, o que nos faz refletir sobre algumas questões sociais. Recomendo, vale a pena, sim!

Letícia 08/07/2024

Penso que sou, acima de tudo, um ser humano, igual a você?
Helmer: Mas ninguém sacrificaria a própria honra por alguém que ama.
Nora: Milhares de mulheres já o fizeram.

Que peça incrível! O terceiro ato tem diálogos absolutamente memoráveis e muito subversivos para a época em que Ibsen os escreveu. Simplesmente maravilhoso!

Só gostaria que a Moinhos tivesse produzido uma edição melhor deste clássico: a tradução é conservadora demais e faltou uma boa revisão do texto. Espero que isso seja corrigido nas próximas reimpressões.

KeniaCandido 08/07/2024

Muito Bom!
Casa de Bonecas é um clássico da literatura norueguesa escrita pelo Henrik Ibsen em 1879. A minha edição faz parte da coleção Em Cartaz da editora Veredas, porém a Editora Moinhos publicou uma edição em 2019 e creio que seja a mais recente até o momento. É a primeira vez que leio essa peça de teatro e gostei muito da história, porque além de ter diálogos curtos e direito, que permite o leitor lê-la em poucas horas, também ofereceu um tema interessante.

Divido em três atos, o enredo de Casa de Bonecas é bem simples. Nora Helmer é uma dona de casa, esposa e mãe que dedicou-se totalmente à família. Com os preparativos para noite de Natal, Nora chega em casa totalmente com vários presentes e uma arvore de Natal. Seu marido, Torvald Helmer, há poucos dias, estava sendo recém-nomeado para um alto cargo no banco de investimentos e Nora estava complemente feliz com a promoção do marido porque trará estabilidade à família. Com a chegada do Dr. Rank, amigo da família e de Cristina Linde, uma velha amiga de Nora, que recentemente chegou à cidade para procurar emprego.

Cristina estava vivendo uma fase difícil da vida. Ela perdeu o marido que não deixou bens financeiros, sua mãe havia falecido, não tinha filhos e sem emprego, não sabia como iria se manter. Então Nora acabou declarando para Cristina que no passado, vivenciou um momento delicado. Torvald havia adoecido e precisou afastar por um tempo do serviço. Sem ter a quem recorrer, Nora pediu um empréstimo. Assim, ela e Torvald poderia fazer uma viagem e o marido iria recuperar-se da doença com tranquilidade. Na ocasião que a história foi contada, as mulheres não tinham direitos de fazer empréstimos financeiros.

Por isso, Nora acabou arriscando a própria cabeça quando falsificou assinatura do pai para conseguir o dinheiro. Tudo o que Nora desejava era salvar a vida de seu marido e nunca imaginou que a lei tinha permissão de puni-la por conta do seu ato. Nora ainda pagava o empréstimo sem que o marido soubesse. Entretanto o advogado Nils Krogstad resolveu obter privilégios ao descobrir que Nora havia falsificado assinatura e mesmo recebendo o dinheiro do empréstimo, o ambiciosos Krogstad decidiu ameaçar Nora de denunciá-la levando o documento à justiça e assim, obrigando-a servir de intermediária à favor do Krogstad adiante ao marido.

Quando ganhei essa peça de teatro não imaginava que seria uma leitura seria tão boa. As últimas páginas são inesperadas, pois Nora tomou uma decisão que me deixou surpresa. Henrik Ibsen abordou na peça teatral sobre a hipocrisia da sociedade perante as mulheres e como Nora tinha um comportamento bastante avançado para sua época. O leitor precisa colocar em mente que essa situação das mulheres era secundária na sociedade. O texto de Henrik mostra que todas eram consideradas frágeis e a maioria das mulheres, eram vistas apenas para tarefas domésticas, educar os filhos e dependentes dos homens. Assim era fácil enriquecer uma sociedade com valores machistas enquanto simplesmente colocavam as mulheres no lugar de incapacitadas de viver por conta própria.

Durante a leitura, o leitor vai descobrindo que Nora navegou contra maré da sociedade. Ela trabalhou escondido do marido para conseguir o dinheiro para pagar as parcelas do empréstimo e quando Torvald descobriu o segredo que Nora escondia, ele ficou furioso. Confesso que fiquei aborrecida com atitude egoísta do marido de Nora. Enquanto Nora zelava pelos filhos e principalmente pelo marido, Torvald ficou preocupado com a reputação dele e nenhum momento pensou que o ato de Nora foi por amor. Contudo o desfecho da história apresentou uma Nora totalmente amadurecida com as atitudes que havia tomado para salvar a vida do próprio marido. Nora revelou que nunca foi uma mulher imatura, inocente e fútil como todos ao seu redor imaginavam.

Enfim, Casa de Bonecas é aquele tipo de leitura que provavelmente provocou grandes controvérsias literárias na ocasião. Em particular, considerei a leitura bem valiosa, pois a escrita de Henrik é poética, mas não deixa de ser crítica com a realidade da época que foi escrita. Bom... Espero está certa com a maneira que compreendi a leitura da peça teatral. Recomendo a leitura deste clássico para todos os leitores sem restrição, porém leia com a mente aberta sabendo que os valores morais da sociedade eram outros.

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