gabriela 24/06/2022
Apesar de símbolo eterno do amor intenso, acredito que romeu e julieta nos conduz muito mais à reflexão da impulsividade juvenil do que a tal devoção avassaladora que ambos mantinham um com o outro.
Julieta tinha apenas treze anos e apesar de muito jovem se mostrava extremamente decidida e mesmo cínica, era perceptível sua vontade de nao depender das ações do pai. Romeu era fascinado pelo o abstrato das emoções, um pouco covarde e muito precipitoso, o que me leva acreditar que nunca chegou de fato a amar Julieta, já que o que realmente lhe agradava não era estar apaixonado por ela e sim a ideia de estar apaixonado. Posso provar meu ponto citando a grande afeição que ele mesmo dizia sentir por rosalina, recitando os versos mais melancólicos, alegando que nunca mais poderia viver sem seu amor, amor esse que dissolveu no segundo em que viu Julieta.
Não é atoa que todo o caos malformado desse romance resultou num namoro de três dias e mais seis mortes, sendo a pior tragédia entre elas, ambos terem partido sem se tocarem o que realmente buscavam, agindo impulsivamente no amor e na morte. É claro que no final do livro a mensagem que o frei e o príncipe deixam aos senhores Montéquio e Capuleto vem para sinalizar os problemas internos e externos que as guerras trazem e que o futuro não é certo, sendo assim deveríamos viver sem mágoas e aproveitar o tempo restante na terra, mas acredito que ainda é apenas uma das várias discussões a serem destravadas na obra.
A experiência de leitura que tive com esse livro não me parece com a de qualquer outro que eu já tenha lido, e eu, como aspirante a poetisa, realmente gostei bastante de toda a beleza e estética das falas, que certas vezes até chegam a rimar. Ler um jovem sozinho andando num cemitério discursando versos teatrais com toda certeza é pra mim.