Melissa 23/03/2016Tenho uma relação estranha com Marian Keyes, gostei de Melancia, não gostei de Casório. Resolvi dar uma chance para Sushi e achei o livro o melhor dela por enquanto.
Minha reação foi tipo o que achei do próprio sushi (a comida): achava estranho, depois não achei nada demais e então passei a adorar.
É necessário ter paciência, afinal são mais de 500 páginas e vamos e convenhamos, Marian adora enrolar. Muita enrolação, descrição e chega um ponto que pensamos "putz, quando é que vai acontecer alguma coisa relevante?" Mas com o decorrer das páginas fui me envolvendo com as personagens.
O melhor do livro é a relação Ashling e Jack. Porém queria mais desenvolvimento, esperei mais de 400 páginas para rolar alguma coisa mais concreta. Mesmo assim, eles são muito fofos, quem não quer um Jack Devine "Divino" pra chamar de seu? Gostei deles e torci desde quando ela lhe ofereceu um Band-Aid na entrevista.
"Não consigo pensar em mais nada além de você disse ele, com a máxima naturalidade. Está afetando tudo."
Também achei que gastou muito tempo com a depressão pelo Marcus Valentine, cara chato, egocêntrico e o fim dele não foi muito explicado, assim como o da Joy.
Clodagh é a mais chata, mimada, mas entendo ela ter ficado descontente, o casamento não era mar de rosas, os filhos eram uns monstrinhos de tão capetas e o marido um tanto ausente, bonzinho, mas mole. Fiquei com pena dele pelo flagra. O final dela merecia mais desenvolvimento.
Lisa me pareceu a queridinha da Marian, tenho impressão que foram gastas mais páginas com a trama dela que com as outras. Personagem metida, se acha e antipática, mas fiquei com pena dela em algumas horas (como na relação com o Oliver), outras a detestei.
O mérito da autora é justamente isso, as mocinhas não são perfeitas, boazinhas, elas tem muitos defeitos sim, a graça é acompanhar, tentar entender e até aprender a gostar de diferentes pessoas, com diferentes personalidades.