Resenhas - Capitães da Areia

Bianca.Cunha 23/10/2024

Melhor livro da vida?
Acho que encontrei o meu livro favorito da vida!!! Me arrependi de ter demorado tanto para ler ele, mas ao mesmo tempo estou feliz de ter lido com mais maturidade e não na época de vestibular, quando eu deveria ter lido kkk. Na verdade não sei, talvez eu teria sido outra pessoa até aqui se tivesse lido ele antes. De qualquer forma estou muito feliz de ter finalmente lido e AMADO essa obra de Jorge Amado, e agora já quero ler tudo dele. Eu não gostei muito de Salvador na primeira vez que fui, mas agora me deu até vontade de voltar lá e ver a cidade com outros olhos. Imaginar Pedro Bala, Sem-Pernas, Professor, Dora e todos os outros correndo pela cidade durante suas aventuras. E quem sabe visitar a casa de Jorge Amado. Amei demais conhecer, me emocionar, sofrer, aprender junto com os Capitães da Areia, e com certeza não sou a mesma depois dessa leitura.

Davi721 22/10/2024

?Os que queimam livros acabam queimando homens?
Com exemplares queimados pelo Estado Novo Capitães da Areia é um dos poucos livros do programa de leitura que eu tive a oportunidade de gostar. Os personagens são tangíveis, a pequena amostra de sociedade presente no livro é feita com muito esmero e todo o cenário em que se passa a história é bem escrito.
Pedro Bala é o líder de um grupo conhecido pela nobreza baiana como monstros desumanos delinquentes e perigosos, mas ao prolongar da história é perceptível que essa visão é completamente alterada pelo estilo de vida de cada um. Como dito por Immanuel Kant, muito anteriormente à minha vinda ao mundo, "Nós não vemos as coisas como elas são, mas como nós somos.".
A definição e o conceito do bem e do mal são tão delicadas e, ao investigar profundamente, como se pode errar quando não se tem um mestre para ensinar? Como se pode ser mau se nunca conheceu o bom?
Quando nos são apresentadas todas as façanhas dos Capitães da Areia e, junto delas, o que cada um dos personagens viveu, temos um quebra-cabeça completo da complexidade do bem e do mal. Agora uma coisa é clara, o capitalismo coloca o povo contra o povo e lá no alto os grandes morrem de gargalhadas com suas cartolas e ternos chiques. Esse livro expôs isso de uma forma tão clara e explícita que chega a ser impossível não entender como se é escolhido quem é bom e quem é mau. É escolhido pelo quanto seu sapato está polido, é escolhido pelo quanto seus dentes são brancos, é escolhido pelo seu patrimônio, é escolhido pela elegância do seu caixão e é escolhido por quem tem em suas mãos os meios de produção, o poder de explorar o quanto quiser aqueles que fazem tudo enquanto não recebem nada.
De coração eu recomendo muito a leitura

"A riqueza de poucos pressupõe a pobreza de muitos." - Karl Marx

mayara.vanserra 22/10/2024

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Capitão da Areias conta a história de jovens moradores de ruas que lutam juntos para sobreviver. Pedro Bala o líder, Professor que planeja os planos, Sem-Pernas companheiro de lutas, João Grande forte amigo, Pirulito que confiava fielmente em Deus e Dora a irmã e mãe de todos.
Foi muito emocionante e tocante esse livro, mexe com o emocional e realmente nos leva a querer terminar o livro pra saber o final.

isamasso 21/10/2024

Acho q um dos melhores livros q ja li, muito muito bom chorei horrores, fiquei com muita pena da maioria deles e comecei a refletir mais ainda sobre a realidade do mundo atual e o capitalismo lixo

Fernanda.Pfleger 21/10/2024

Talvez uma das melhores leituras nacionais que já li. Capitães de areia narra a vida cotidiana dos meninos abandonados que moram em um trapiche e vivem de seus roubos, parece ser "simples" a primeira vista, mas após ler alguns capítulos você vê que é muito longe de ser simplista...
Cheio de emoções, capitães de areia me transmitiu vários sentimentos, acho q esse livro é talvez uma das "leituras obrigatórias". Ele é essencial, sua história é perfeita, seus personagens cativantes, ele é empático, maravilhoso, escancara uma parte da nossa sociedade e traz a vida a história da parte invisível que nunca se é retratada nas histórias

rba 21/10/2024

Uma linda história da cultura brasileira e baiana, que retrata de forma eficaz e emocionante a vida das crianças órfãs que precisam de forças para continuar a vida sozinhos nas ruas de Salvador.

CrisPasc 20/10/2024

Ah, Capitães me fizeram amar Jorge Amado ou o contrário?
Nunca tinha lido nada de Jorge Amado até o momento de fazer parte de uma oficina.
Gente, quanta riqueza de detalhes que prende do começo ao fim.
Você navegará na amada Bahia, uma terra que era desconhecida por mim.
Quantas histórias são descritas e se entrelaçam com os Capitães da Areia.
Só acho que Sem-Pernas e Dora deveriam ter outro final. Quanto sofrimento.
Jorge Amado te leva para uma Bahia na época que os órfãos eram vistos como ladrões, pois essas crianças já tinham comportamentos de "adultos'", mas que faziam por extinto de sobrevivência entre a pobreza que se instalava na parte baixa da cidade.
Em várias partes li com lágrimas nos olhos e que me levou a várias reflexões.
E uma delas são que os Capitães da Areia ainda vivem em pleno século XXl? Muito embora temos avançado na histórias com Conselho Tutelar, Abrigos e Política Públicas muitas crianças representam uma dessas crianças.
Apenas leiam não vão se arrepender e creio se ler daqui a cinco anos terei uma outra visão.

La.izz 20/10/2024

Saudade dos meninos-homens
Eu não sei descrever este livro.
É muito raro, em livros com muitos protagonistas, que o autor consiga com que eu me conecte com cada um dos personagens, mas Amado conseguiu me fazer mergulhar na subjetividade de >cada um dos Capitãesem cada beco do Brasil

valentines.day 20/10/2024

Capitães da Areia - Jorge Amado
A forma como Jorge Amado retrata a realidade dos meninos é crua e sincera, mostrando tanto a dureza da vida nas ruas quanto a camaradagem entre eles. A amizade e a solidariedade são temas centrais, e isso me fez refletir muito sobre as desigualdades sociais. Recomendo muito!

Bruno 20/10/2024

Capitães da areia
Maravilhosa escrita de Jorge Amado narra a histórias dos capitães da areia. Um grupo de meninos esquecido pela sociedade e abandonados à margem da miséria que se organizam e protegem uns aos outros enquanto cometem crimes como meio de subsistência.

Uma parte relevante da história é como Jorge Amado retrata os mecanismo existentes para suporta proteção e reparação desses meninos, que de fato só contribuem para que eles continuem existindo. O padre, por exemplo, que se compadece e de fato tenta ajudá-los, é mal visto pela igreja. A organização responsável pela correção, se de usa violência e só faz aumentar o desejo de novos crimes. Os guardas da cidade constantemente os perseguem, mesmo quando não estão fazendo nada de errado.

O elemento mais emocionante talvez seja a fragilidade e carência de afeto que todos possuem em comum. Como todos no fundo apena um abraço, carinho, o amor de mãe que lhes foi negado há muito tempo. Em um trecho o líder dos meninos se apaixona, e descreve que nunca foi amado e não sabe o que é amor, mas mesmo assim acredita que sente. Menino buscam na pederastia uns aos outros, mas sempre com a adição que o que de fato buscam é o calor e o afeto, não somente a carne.

Este livro já foi queimado em praça pública, acho que isso ao reforça o quão relevante e próximo da realidade a narrativa está.

palomavmoura 20/10/2024

Capitães da Areia é sentir
"Aqui tudo é lírico, pobre e belo"
Normalmente, não escrevo sobre os livros que leio. Mas Capitães da Areia é diferente. Eu não poderia não falar.
É um livro lindo, triste, que faz o coração ficar apertado e, logo em seguida, o enche de esperança. Não é utopia, é a realidade. É o que foi e é, até hoje, vivido pelo povo brasileiro.
Capitães da Areia é sentir.
Nenhuma palavra no mundo poderia descrever a experiência que é viver essa obra.
Nada explica como é se sentir parte do grupo, de como é viver no trapiche com eles, lutar como Pedro Bala, cuidar como Dora, fazer arte como o Professor, ser invisível como Sem-Pernas, vagabundear como Boa-Vida, ser vaidoso como o Gato, virar cangaceiro como Volta-Seca...
Eu desejo, sinceramente, que todos possam experienciar um livro como eu experienciei este.
Não há palavras para Capitães da Areia. Apenas sentimento.

Gui 19/10/2024

Cronista da Bahia
É uma experiência única iniciar a leitura desta obra-prima na Bahia. É possível sentir o cheiro e as sensações que Jorge Amado descreve.
Sobre a obra, e´difícil não se emocionar com os personagens abandonados por família, estado, igreja e tantas outras institiuições. Ao mesmo tempo, não são pobres coitados: são capazes de fazer atos detestáveis e, em meio à tanta tristeza e desamparo, são apaixonados pela liberdade das ruas.
É tudo muito complexo para tentar categorizar Capitães de Areia em uma caixinha. Simplesmente maravilhoso.

Sara 19/10/2024

Perfeito
As vezes sinto que eu foco tanto na literatura estrangeira, mas o ouro também está na Bahia, minha terra, meu lar! Escrita leve, bem estruturada e ambientada, simplismente perfeita. A forma que ele apresenta uma infinidade de personagens sem confundir, é a principal arte dessa obra.

Mike Willian 18/10/2024

Garoto abandonado na bahia capitães de areia...
Olha aqui. Pra inicio de conversa eu sou um grande apreciador da cultura brasileira. Sejam elas obras literárias, histórias em quadrinho, cinegrafia, poemas, musicas, credos, costumes sociais e afins. Só que tem coisas mesmo que pra mim não funcionam. Não sei se é pela questão do tempo, abordagem ou ponto de vista.

Recentemente tive essa oportunidade de ler Capitães de Areia do Jorge Amado espontaneamente e não curti. Na verdade, não sei nem se é bem o caso de não curtir. Acho que acaba sendo uma somatória de muitos fatores.

Eu não tinha lido a resenha; eu tive um pouco de dificuldade quanto a interpretação; os acontecimentos são bem problemáticos (e não era bem o que esperava); eu não tinha grandes expectativas quanto a narrativa e a história, mas eu queria muito que fosse uma obra de fácil recomendação pra galera que critica os esforços do pessoal daqui de casa.

Não foi uma leitura ruim e nem dificil. Foi um tanto frustrante por conta de todo o sofrimento e injustiça. Creio que esse tenha sido o propósito de fato, e eu até costumo enxergar esse lado, mas além de ser demais, não é algo que eu tenha o abito de apreciar (à menos que seja terror mesmo).

No mais, tem muitas coisas que me incomodaram no amarrar das histórias. Muita gente sumiu, morreu, foi embora, foi esquecida... A maneira como mulher, trans, gays, eram tratados, o lance lá do Pedro Bala com a menina que tava cruzando o areial... Sei que eram outros tempo, mas, ao mesmo tempo também acho que tinham outras histórias mais bonitas.

Entendo que o propósito aqui também não seja ser bonito, mas relatar uma realidade. Só que foi meio que "ah tá, então é isso... a vida acontece... e tudo que tiver que dar errado vai da mesmo..."

Não é um livro que eu recomendo pra quem tá começando a ler. Mas é ok. Ao contrário do que muitos pensam, tem uma linguagem ligeiramente estranha acho quem mais por conta do tempo mesmo, mas não é dificil de entender. Pretendo ler outras obras do autor sim, mas já esperando o mesmo desencanto.

ifwwolfstar 18/10/2024

Reformatório (resenha do capítulo)
Esse livro é muito bom, uma leitura fácil que tanto um leitor iniciante quanto avançado consegue ler e aproveitar, se você prestar atenção o Jeorge amado alem de fazer denuncias atemporais traz muitos topicos para se interpretar e uma sensação imersiva no livro, ele brinca com o texto de diversas formas, tanto pelas palavras ou pelo formato ou tamanho dos parágrafos, tipo quando ele usa o discurso indireto livre para mostrar o padre "enlouquecendo" depois da conversa com o cônego, mas meu exemplo favorito disso é no capítulo do reformatório (que é meu capítulo favorito do livro) onde o Pedro Bala foi preso, e durante as páginas 197 há 200 (quando ele está na cafua) tem apenas um parágrafo gigante para reforçar essa sensação de sem saída, sem pausas, onde tambem é usado o discurso indirero livre para mostrar o dessespero dele (o que me trouxe também uma sensação de desespero), nesse trecho tambem é repetida varias vezes as palavras que não sabem da cabeça do Pedro Bala como "sede" e "Dora", e isso tambem faz com que nós fiquemos com essas palavras na cabeça, e a palavra "sede" se repete tanto que o leitor tambem fica com sede (pelo menos eu senti isso). Outro momento que isso acontece nesse capítulo é como o passar dos dias é representado, contendo pausas maiores entre os capitulos a cada dia e conforme o Pedro Bala vai se acostumando com o reformatório os parágrafos ficam menores.
Esse é o capítulo mas bem escrito na minha opinião, e com certeza o que mais me marcou/emocionou. Outro capitulo que me emocionou foi o da morte da Dora (que eu fiquei lembrando do sirius e do remus depois da descrição da morte e como o Pedro Bala se sentiu ??).
Super recomendo, vale muito apena ler principalmente fazendo uma análises crítica e pesquisando as diversas referências (como a do quadro da Tarlisa do amaral "Operarios").