Julia G 12/03/2012Aprendendo a Seduzir - Patrícia CabotResenha publicada originalmente no blog http://conjuntodaobra.blogspot.com
"O fato é que Caroline Linford era uma criatura tão carnal como ele, fraqueza que se escondia sob aquela aparência virtuosa, aquelas luvas brancas, as roupas íntimas todas cheias de enfeites e rendas. Ele se dava conta agora de que soube isso desde o primeiro momento em que a beijara, quando ele percebera que ali estava, finalmente, o que ele havia procurado durante toda a vida: uma boa mulher, uma mulher honesta e bondosa, cuja surpresa diante do mundo era carregada da sensualidade mais voraz que ele já havia encontrado, com exceção talvez da sua.
Mas como fazer para que ela admitisse isso, que tirasse as luvas brancas e aceitasse o fato de que os dois pertenciam um ao outro? O único jeito era mostrar isso a ela.
E então ele tentou." (pág. 265)
Lady Caroline Linford estava noiva do encantador Marquês de Winshelsea, Hurst Slater, e acreditava que não poderia ser mais feliz ao lado de outro homem; até encontrar seu noivo em um "abraço comprometedor" com Lady Jacquelyn Seldon. Sabendo que tinha uma dívida de gratidão com Hurst, por ele ter salvado seu irmão da morte e que, se rompesse seu noivado, provavelmente nunca mais encontraria alguém com quem se casar, ela começa a pensar em maneiras de fazer com que ele se apaixone por ela, para que não procure novamente ter satisfação nos braços de outra mulher.
E, então, por meio de uma idéia inconsequente, Caroline procura o Senhor Braden Granville com uma proposta que seria benéfica para ambos. Ele, noivo de Jacquelyn, queria uma prova da infidelidade da noiva que o permitisse romper o noivado, e ela queria que ele, o Lothario de Londres, a ensinasse como seduzir. Braden só não imaginava como seria difícil permanecer apenas na teoria.
Aprendendo a seduzir, de Meg Cabot sob seu codinome Patrícia, sem dúvidas é uma boa história. A escrita da autora, como já conhecido, torna o texto agradável e, junto ao enredo, fica impossível não querer devorar mais e mais páginas.
Teve algo, porém, que não me agradou completamente. Quando comecei a ler a história tive a impressão de que Caroline era a própria Mia Thermopolis, de O diário da princesa. A insegurança das duas quanto a suas aparências, a paixão pelos animais, o apoio pelas causas sociais, a ingenuidade de ambas e a força que tinham para defenderem aquilo em que acreditavam, além de todas as demais características de suas personalidades, são iguais. Não que isso atrapalhasse a história, nem que fosse ruim, até porque adoro a Mia, mas era como se a mesma personagem estivesse em outro século e vivendo outra história.
Os outros personagens são bem construídos e muito bons: gostei da excentricidade do Granville pai, do jeito doce de Tommy, irmão de Caroline, da originalidade de Emmy, melhor amiga da protagonista (que também não pude deixar de comparar à Lilly), e também me diverti bastante com o caso da inteligente Jacquelyn e do tapado Hurst.
Braden era um homem bem interessante: misturava a rigidez de um homem forte e decidido e a suavidade necessária para agradar uma mulher. Ele e Caroline, por sinal, protagonizaram cenas quentes, que conseguiam descrever o desejo latente entre os dois e o sentimento que florescia, ao mesmo tempo.
Apesar de não ter muitos toques de humor, característico de Meg, o livro não perde a essência da autora e cumpre seu propósito: leitura leve e fácil, que nos deixa instigados até a última página