Julio.Argibay 16/02/2023
Menino de engenho José Lins
Essa (h)estória se passa no interior da Paraíba. Certo dia, quando eu vi o título do livro, eu achei que o romance se tratava da vida de um filho de qualquer um trabalhador rural, pobre e humilde. Mas, o menino era neto do dono do engenho e se chamava Zé Paulino (o escritor, também, viveu sua infância num engenho, então é quase uma obra autobiográfica). Assim, Carlinhos foi morar com o avô, ainda criança, depois de uma tragédia familiar (não vou adiantar nada). Já no casarão do avô, o menino conviveu com várias parentes e agregados, bem interessantes e exóticos. O garoto teve uma priminha que se chamava Lili. A bichinha era bem frágil e morreu ainda criança. Eles foram muito ligados, na época. A Tia Sinhazinha geria o casarão com mãos de ferro e castigava os empregados e os primos, que eram bem danados. Apesar do menino brincar com os moleques do engenho e os primos, ele era mais cuidado pela família do que os outros meninos. Talvez pelo seu infortúnio ou por ter vindo da cidade grande. Quando ele ficou maiorzinho, ele teve alguns professores e gostou demais da esposa de um deles. Uma paixão platônica. De vez em quando, o menino saia com o avô Zé Paulino, visitando o povo podre do lugar, dependentes do avô pra quase tudo. Era uma espécie de servidão a brasileira. Certo dia, houve uma enchente no Rio Paraíba que desabrigou boa parte do povo e devastou o canavial do velho. Carlinhos teve uma educação pouco religiosa, pois o patriarca não era tão matuto e ligado nestas coisas. Muitos "causos" eram contados no casarão, ligados as tradições e culturas locais. Ele ficava maravilhado com essas estórias (parte das recordações do autor). Havia, ainda, a Velha Generosa, que tomava conta da cozinha do casarão. Certo dia, Carlinhos, conheceu uma prima do Recife e ele se apaixonou pela jovem. A menina se chamava Maria Clara. A família dela era da cidade e cheia de educação, modos, modas e novidades. Houve, também, períodos de chuvas, inundações e queimadas, assim como bom tempo. Banhos no rio, etc e tal. Carlinhos com o tempo perde parte de sua ingenuidade. Assim, num belo dia, chega a hora dele ir embora para o internato, estudar na cidade grande. Bons tempos esses, que não voltarão jamais. Este é o ápice da literatura regional.