O Cortiço

O Cortiço Aluísio Azevedo




Resenhas - O Cortiço


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Lais544 10/10/2020

No começo a narrativa é lenta, pois tudo é muito detalhado.A história gira em torno do cortiço, o enredo envolve muitos personagens, então as vezes pode ser difícil ligar um nome a um personagem que já foi descrito anteriormente, mas no decorrer da história vamos logo identificando cada um. Os personagens são estereotipados, com alguns exageros em suas características - um dos pontos do naturalismo.
Vários outros temas são abordados no livro como adultério,inveja, prostituição, traição, assédio, todos colocados de forma impecável pelo autor,final trágico.
alissonferreira.c1 10/10/2020minha estante
Comecei, mas acabei desistindo, justamente porque o ritmo estava muito lento.




Dani 13/09/2023

Tenho esse livro há anos na prateleira e nunca li apenas porque pensava que seria chato (sim, o tradicional preconceito contra clássicos). Esse ano me propus a ler, coloquei na meta de leitura lá em janeiro, e segui empurrando com a barriga até agora. E que grata surpresa! Adorei!
É uma leitura rapidinha, a linguagem é muito acessível, e a história é muito viciante. Adorei que o personagem principal do livro é o cortiço, e as pessoas que moram lá são todas coadjuvantes. Essa sacada foi genial. Gostei muito de ter sido narrado todo o desenvolvimento do cortiço, desde sua criação. Alguns temas abordados são bem pesados, mas em algumas partes é inevitável soltar uma boa gargalhada. É um livro cheio de tretas, fofocas e escândalos, como acontece com a grande maioria das vizinhanças até hoje.
Apesar de ser uma leitura obrigatória, muito utilizada em vestibulares, eu não li na época de escola, e agradeço muito por isso. Acredito que se tivesse tido contato com esse livro naquele período, não teria gostado tanto quanto agora. Sou bem contra essas obrigatoriedades que tiram o poder dos adolescentes de escolher qual livro querem ler, e que, geralmente, os "traumatizam", fazendo com que cada vez menos pessoas sigam adeptas da leitura por prazer.
Gleidson 13/09/2023minha estante
Eu também li esse livro com maior prazer. Bem estimulante seu texto... ??


Geisa 13/09/2023minha estante
Aluísio Azevedo é maravilhoso, um dos meus preferidos


Dani 13/09/2023minha estante
Obrigada, Gleidson! ?


Dani 13/09/2023minha estante
Foi o primeiro que li dele, mas certamente lerei outros, Geisa! ?


Esdras 13/09/2023minha estante
Esse livro li na época da escola para um trabalho e se não me engano também para o vestibular anos depois e achei muito interessante. Preciso reler essa clássica obra.


Fernanda 13/09/2023minha estante
Até me deu vontade de ler. Ótima resenha ?


Fabio 14/09/2023minha estante
Ótima resenha, Dani!?
Concordo contigo, quanto alguns dos clássicos nacionais serem totalmente subestimados por nós mesmos, por consequência de serem lidos de forma obrigatória e sem os estímulos necessários por parte de docentes totalmente despreparados, e que acabam inconscientemente "traumatizando", as mentes ainda em fase de construção, e como consequência tornando-os insipientes, e como consequência acabam por não valorizar os gênios da nossa literatura.
Parabéns pela resenha e pela reflexão!


Dani 14/09/2023minha estante
Releia mesmo, Esdras! Sempre apreendemos algo novo quando lemos novamente alguma obra, mesmo sendo pela terceira vez, como no seu caso. Boa releitura!


Dani 14/09/2023minha estante
Ah, obrigada, Fernanda! Vale a pena dar uma chance, acredito que você irá gostar! ?


Dani 14/09/2023minha estante
Obrigada, Fabio! ?
Pois é, são questões complicadas que devem ser discutidas com urgência, para que haja uma mudança profunda no sistema educacional logo, já que a cada ano que seguimos nessa situação, muitas pessoas são afetadas. Às vezes os professores até tentam fazer algo diferente, mas acabam impedidos pelas diretrizes de cima, que tem outros objetivos. Enfim, o ?buraco é mais embaixo?, como dizem. Mas seguimos fazendo a nossa parte, tentando influenciar como podemos e torcendo para um futuro melhor e com mais leitores!


Fabio 14/09/2023minha estante
Concordo, Dani... temos que continuar a fazer a nossa parte!?


Mika Flamino 15/09/2023minha estante
Que resenha maravilhosa! Agora eu tbm quero ler hahahahah


Dani 15/09/2023minha estante
Ah, que bom que te influenciei, Mika hahaha. Leia mesmo, vale a pena! ?


Marcelokod 07/12/2023minha estante
Excelente! Tive que ler esse livro na escola na sexta série e na época (devido a minha então tenra idade) não gostei. Muitos anos se passaram e eis que decidi reler várias obras que li na escola. Reli essa obra-prima ano passado com outros olhos! Simplesmente sensacional!




Marlon Teske 24/09/2013

A Última Palavra em Soluções Imobiliárias
Confesso que comprei "O Cortiço" com aquele pé atrás de estudante de escola pública obrigado a ler livros de autores nacionais. Achei o tomo em uma padaria (!) que fica ao lado da rodoviária de minha cidade por causa do atraso do ônibus, e paguei a bagatela de R$3,00 ( Menos da metade de uma daquelas revistas toscas sobre tatuagens ou penteados que estavam do lado) .

Movido apenas pelo medo do tédio de ter que ficar ali sentado por muito tempo sem ter o que fazer e pra não perder a oportunidade de engordar a minha minguada biblioteca particular com mais um livrinho, deixei meus trocos no balcão. E hoje lamento não ter comprado outro pra presentear alguém com ele.

O Cortiço narra as desaventuras de João Romão desde os 13 anos quando começou a trabalhar até se tornar um dos homens mais ricos de todo o Botafogo, além de toda a lama e a sujeira que o capitalismo selvagem impõe aos que chafurdam no nosso país. Além disso, claro, como não poderia deixar de ser num título 100% ambientado no Rio de Janeiro cheio de pagode, sexo e sensualidade.

O melhor livro nacional que já li (confesso que foram poucos) com uma linguagem leve (para os padrões da época, pelo que li até chocou quando foi lançado) especialmente devido a detalhes sobre a escravidão e o homem como consumista frenético agarrado aos seus vinténs.

Leiam!

Lido em Dezembro de 2005.
[Ramon] 21/08/2014minha estante
Nossa, se até vc deu Five Stars então eu leio sim! :D


Davi 08/10/2015minha estante
eu li e é muito bom,é o melhor livro nacional na minha opinião também


Prô Rosangela 03/03/2018minha estante
chulo???????


Marcos.Lacerda 29/11/2020minha estante
Gostei muito do início do seu comentário. Os dois primeiros parágrafos são poéticos, agradáveis de ler, e até inspiradores.
Porém, data venia, considero associar a avareza humana ao capitalismo com um nexo causal intrínseco como um erro absurdo. Há descrições de pessoas avaras desde tempos antediluvianos, e elas expõem sua avidez desmedida desde épocas em que nem moeda havia: se tomava a propriedade. Este erro vem sendo disseminado em tempos coevos, e um exemplo vem de uma senhora que joga ao vento muitas bobagens, entre elas a acusação de que "o roubo é culpa do capitalismo" (a "filósofa" é a afamada Márcia Tiburi), como se nunca houvesse sido descrito um caso de roubo perpetrado pelos humanos até o ocaso do século XVIII.
No demais, fica aqui o registro de minha admiração por uma pessoa que tem o hábito da leitura, virtude rara nos habitantes de Pindorama, e que demonstra uma verve poética admirável e harmoniosa.
Cordiais Amplexos.


Kelly Martins 05/04/2023minha estante
Me identifiquei demais com o "pé atrás de estudante de escola pública obrigado a ler livros de autores nacionais". Me ocorreu o mesmo. Lendo a obra atualmente e simplesmente agradecendo a Kelly do passado por ter fugido de ler esse livro no ensino médio.


Fernanda2476 04/08/2023minha estante
Concordo muito, foi uma surpresa bastante agradável! E me impressionou como os temas e as realidades continuam atuais, poderia tranquilamente ser uma história narrada hoje em dia.




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mpettrus 13/12/2022

?O Romance Periférico Azevediano?
??O Cortiço? é um romance complexo e abrangente, que traz reflexões sobre questões que envolvem a sociedade brasileira, em meio a tensões e contradições que fizeram parte de seu passado e que se perlongam na nossa contemporaneidade. Interessante notar que a obra de Aluísio Azevedo traz recortes sociais que reproduzem flagrantes de realidades afetivas experimentados pelos personagens e também o fato de ser um romance que possibilita múltiplas abordagens de uma realidade palpável.

? O romance é permeado de antagonismos como: as diferenças sociais, uma habitação coletiva polarizada pela miséria, violência, alcoolismo e, ao lado, um sobrado que retrata uma classe social elevada, a construção ambiental das relações, humanas e desumanas, que caracterizam o capitalismo selvagem e elitista, que rege e configura o enredo, até mesmo diante do explorador, que se submete a mudanças, pressionado pelas relações de competição e concorrência.

? A linguagem aqui empregada é coloquial, simples e direta para descrever vícios e mazelas humanas, usando-se expressões vulgares. Temas do cotidiano urbano como crimes, misérias e intrigas são recorrentes no enredo da história. O narrador é onisciente, então fiquei com a percepção de que ele é um observador estudando os desvios de comportamento, marcada pela influência de ?raça? e ?meio? do cortiço sobre seus moradores, para analisar os fenômenos ali concentrados com imparcialidade extraindo conclusões inquestionáveis.

? O cortiço do português João Romão é o que eu chamo de ?Protagonista?, o que move toda história, todas as vidas, todas as tragédias. Ele é um organismo vivo, que nasce com algumas tábuas roubadas, e morre num incêndio. Nesse meio tempo, João Romão enriquece explorando os miseráveis, que moram ali e compram em sua venda, e também a negra Bertoleza, sua companheira, que passa a sonhar com a ascensão social. Após uma reviravolta no decorrer da história, João casa-se com a filha de Miranda, um comerciante português, que se faz Barão.

? O livro ainda apresenta outras tramas, onde se desenvolve uma discussão acerca da constituição brasileira, através da miscigenação racial e cultural. Ao longo do romance, eivado dos preconceitos da época, vão aparecendo os diferentes modos de adaptação do português no Brasil, além da luta dos negros e, especialmente, dos mestiços pela sobrevivência. Desse convívio de tipos vai se fazendo o romance, como ia se fazendo a nação.

? Esse romance azevediano despertou-me a curiosidade, a imaginação, proporcionando novos olhares, novas perspectivas e possibilidades de compreensão dos fatos, abrindo caminhos para novos significados contribuindo para o arcabouço de meu conhecimento avançar em outras possibilidades de compreensão mais abrangente do mundo que eu não tivera quando o li pela primeira vez, ainda adolescente, nos tempos do Ensino Médio. Releitura essa que deu muito certo para mim enquanto leitor, pois pude perceber que a obra envelheceu muito bem. Continua atualíssima.

? Outro ponto necessário a ser comentado é sobre a habilidade do autor na narrativa minuciosa dos usos e costumes do comportamento dos moradores do cortiço. Tudo é muito bem construído, bem orquestrado, e não necessariamente em longos parágrafos, mas curtos e breves, e estritamente objetivos falando dos cômodos pequenos, insalubres e sem ventilação, a falta de observância às regras higiênicas dos moradores devido à precariedade das instalações sanitárias. O episódio da ?febre amarela?, talvez, tenha sido a maneira que o autor encontrou para criticar a situação de miserabilidade e pobreza das populações marginalizadas pelo Império.

? A narrativa desse romance periférico azevediano traz consigo os holofotes de uma história centrada no povão com cenários de favelas do final do século XIX, destoando cabalmente dos cenários burgueses muito propagados pela Escola do Romantismo, onde a ?assepsia? fazia-se muito presente. Para mim, essa decisão narrativa do autor de sair do ?centro? e deslocar-se para a ?periferia? torna ainda mais emblemático esse livro permeado de dissimulação, mentiras, desejos de ascensão social e traições.

Mas vale lembrar que embora o cortiço azevediano não seja central, e sim periférico, a noção de periferia representada na narrativa não tem uma amplitude espacial muito grande, visto que se resume ao entorno dos espaços físicos do cortiço de João Romão. Mas é periférico em sua totalidade por que têm em suas personagens todas elas representações de tipos da periferia de uma sociedade extremamente desigual, abandonada e caótica. E que a literatura do naturalismo abraçou sem reservas.
Báu do Norte 14/12/2022minha estante
Amei esse livro!

Tinha o livro em casa desde que era adolescente e só vim ler anos mais tarde (coloca um pouco mais de quinze anos), mas posso dizer que fiz bem em esperar todo esse tempo.

Acho que se tivesse lido na minha adolescência não teria a maturidade de aproveitar a leitura como fiz agora, enquanto adulta.


mpettrus 15/12/2022minha estante
Eu super apoio leitores fazerem releituras de obras literárias brasileiras que foram lidas nos tempos da adolescência, por N fatores, mas sobretudo, pela própria questão de maturidade intelectual.

E que bom que você conseguiu compreender a premissa do Aluísio Azevedo com esse romance. É um dos meus favoritos da literatura clássica nacional.




miri.miri 24/11/2023

Inveja, barraco e traição, traição, traição
"O cortiço" é uma obra repleta de coisas como a rivalidade, a confusão, cobiça (e até preconceito) e principalmente a traição. Eu não consegui ver nada de positivo aqui, simplesmente são coisas absurdas que acontecem por acontecer, esses elementos poderiam ter sido bons na trama se o autor não tivesse apenas jogado os acontecimentos de um jeito seco na história.

Felizes são os que conseguiram extrair alguma mensagem dessa lambança de mal carátismo.

Existe um envolvimento sáfico que de certa maneira para época deve ter sido uma quebra de tabu, fora isso, onde esse clássico é necessário? Mostrar a maldade e os problemas da nossa sociedade? Mas para uma boa trama não basta só exibir isso sem mais nem menos. Só pq algo é antigo, um clássico, não significa que seja bom. Se essa HQ é fiel ao livro, estou aliviada de ter lido ela ao invés dele.
Pri.Kerche 24/11/2023minha estante
Acho q a visão de Literatura da época, e particular do autor, era diferente da nossa atual. Esse livro é ligado ao positivisto de Augusto Conte, aquela ideia do "homem fruto do meio". Parece mais q ele quer defender essa tese do q trabalhar a criação literária.


shuhuavr 24/11/2023minha estante
Particularmente acho o livro melhor que a HQ, é mais explicativo


Carla Aires 15/04/2024minha estante
Oxi, e é por acaso livro de auto ajuda pro autor ter que dar liçãozinha de moral no fim? Deixa de preguiça, vai entender o contexto histórico do movimennto naturalista, pensa um pouco, não fica epserando que as reflexões sejam feitas pra vc.




JoiceCoutinho 23/06/2024

O cortiço (Aluísio Azevedo)
O autor nos transporta para um ambiente completamente diferente! É possível perceber o naturalismo e o realismo logo nas primeiras páginas.

Aqui, nada é floreado, tudo é explícito!! Temas desconfortáveis como escravidão, pedofilia, machismo, corrupção e violência, me fizeram desacelerar o ritmo da leitura.

A sensação é de estar assistindo televisão, em alguns capítulos, parece novela das nove, e em outros, jornal da madrugada.

Se passa no Rio de Janeiro e narra a história do dono do cortiço João Romão (que tem o caráter bem duvidoso) e dos demais moradores, com muita intriga e fofoca.

Não é o meu tipo de livro, mas reconheço que é muito bem escrito, prende o leitor e o faz sentir um misto de emoções!!
eduanton 23/06/2024minha estante
Concordo contigo em tudo. Também não é o meu tipo, mas quando vi que estavas lendo, deu vontade de lê-lo, pois sabia que era um clássico, mas nunca tinha lido. Tive a sensação de estar vendo um filme, que certamente seria classificado como para maiores de 18 anos.


JoiceCoutinho 23/06/2024minha estante
Que bom que também leu! Eu demorei bastante para começar e na leitura em si também...
Exatamente, maiores de 18 anos! Esse é um clássico que sempre comentam, e eu acho que valeu a pena termos lido!




Bárbara Paradiso 23/05/2021

Que livro, senhores!
???Confesso que ao começar a leitura, estava ainda naquele clima de leituras obrigatórias dos tempos de escola, onde você entende que é uma leitura importante, mas encontra um obstáculo com a dificuldade da linguagem do livro.

???Entretanto, esta foi minha maior surpresa. O enredo deste livro é fascinante, as vezes nauseante, é verdade, mas que realidade não o é?

???De fato, a linguagem empregada se torna um pouco complicada por se tratar de gírias usadas no final do século XIX. Mas os dicionários estão aí para isso, não? E ainda te dão de brinde novos termos para usar no dia a dia (não que isso seja uma boa ideia, mas... kkk). Ah, e estas gírias não comprometem o total entedimento da leitura.

???Os personagens não se apresentam diretamente como vilões e heróis, são apenas pessoas sobrevivendo, com seu lado institual a flor da pele. Estímulo e resposta, simples assim! Não atoa o autor da obra sempre compara seus personagens a animais.

???Muito interessante analisar as emoções que os personagens em questão nos dispertam. Afinal, tudo que nos afeta, tem muito a dizer sobre nós mesmos. Portanto achei genial a forma como ele usou o espaço e as relações entre os pernsonagens!

???Quanto as reflexões sobre o contexto social da época, e a triste comparação com o nosso contexto social atual. Isso fica na conta de cada um, mas que esta obra te vai fazer pensar e mexer com seus sentimentos, é bem provavél. Tire a prova!

???Em minha humilde opinião. Este livro é fantástico! Que livro, senhores! ?
Priscila 24/05/2021minha estante
Adorei a resenha.
Li este livro na época da escola e lembro de ter gostado muito mas não lembro quase nada da trama, quero muito relê-lo ainda, assim como a todos os lidos nessa época, mais de vinte anos atrás...rsss


Fernanda 24/05/2021minha estante
Parabéns pela resenha. Poderiam fazer uma versão atualizada, apesar da original ser muito boa.


Lilian Sturione 24/05/2021minha estante
Eu tenho esse livro na minha meta de leitura pois também o li no ensino médio e por obrigação tenho muita vontade de reler agora com maturidade




Badlagirl 02/09/2024

Uma obra fundamental do Naturalismo brasileiro, que nos conduz ao cotidiano de um cortiço no Rio de Janeiro, revelando uma realidade dura e intensa. Azevedo retrata com excelência a vida de personagens moldados pela miséria, pela luta pela sobrevivência, e pela influência do ambiente sobre o comportamento humano.

A obra provoca uma reflexão profunda sobre a sociedade e o impacto do meio em nossas vidas.
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Isabella.Lubrano 07/08/2015

A miséria que determina a vida humana
Se você joga sal numa lesma, o que acontece? A internet está cheia de vídeos mostrando o que acontece: ela resseca e morre, coitada. O organismo da lesma não é adaptado para viver em ambientes salinos.

Mas se você pega um ser humano e joga num ambiente social inóspito – tipo uma favela à beira do esgoto, o que acontece?

É, felizmente, as pessoas não são como lesmas, e o corpo não sofre alterações. Em compensação, as almas…

As almas ficam muito comprometidas, pelo menos é o que defende o escritor Aluísio Azevedo no clássico da literatura brasileira, “o Cortiço” – de 1890.

Como o próprio título indica, o livro fala da vida em um cortiço, um tipo de moradia popular muito comum no século XIX – e que pra muitos historiadores são os precursores das favelas. Eram estabelecimentos com inúmeros quartinhos, em que viviam famílias inteiras, sem nenhuma condição de segurança ou higiene.

O problema era tão sério que no final do século XIX, havia no Rio de Janeiro mais de mil cortiços, onde viviam 46 mil pessoas – quase um quarto da população da cidade!

E pra sentir na pele como era a vida nesses ambientes, o Aluísio Azevedo fez o mesmo que faria um cientista: alugou um quartinho num cortiço e lá viveu até recolher informações suficientes para escrever o seu livro.

As conclusões dessa pesquisa de campo estão expressas nas histórias de "O Cortiço": dezenas de personagens corrompidos por um ambiente animalizante. No cortiço não existe segurança, dignidade ou respeito. Por isso as pessoas são reduzidas a bichos que precisam lutar todos os dias pela sobrevivência. Muitas vezes, caindo no crime.

Escrito numa época em que o mundo se encantava com os avanços da Ciência e da Tecnologia, “O Cortiço” muitas vezes é definido com um estudo quase científico do comportamento do ser humano, que seria determinado pelas condições de moradia e trabalho.

É claro que o Brasil está cheio de exemplos de gente que nasceu na pobreza o deu certo na vida. Tem o Joaquim Barbosa, jogadores de futebol como o Pelé, empresários como o Silvio Santos, artistas e muitos outros.

Mas se o Aluísio Azevedo estivesse vivo, ele provavelmente diria que esses casos são as raras exceções que só confirmam a regra geral.

É, pelo visto essa é mais uma daquelas questões que não têm uma única resposta. E por isso mesmo são as mais importantes de discutir... principalmente, lendo "O Cortiço".

Ficou curioso? Veja a resenha completa no link do meu canal, aqui embaixo:


site: https://www.youtube.com/watch?v=F2m8WNVP8i0
Luciana.Borges 18/09/2015minha estante
Vocé é ótima, te sigo por onde vai e leio os livros que você indica, valeu


Juliana 06/10/2016minha estante
Minina, arrepiei do início ao fim da sua resenha! Estou até mais empolgada pra avançar os capítulos! Você se expressa muito bem!




Nado 31/07/2021

Esse é um dos maiores exemplares do naturalismo do Brasil e que se tornou um marco na literatura, tanto que décadas após a sua publicação ele ainda é difundido pelos leitores e instituições de ensino.
A trama de ?O Cortiço? acompanha João Romão na sua constante busca para melhorar sua vida financeira. O dono do cortiço, que dá nome à obra, não mede esforços para ficar rico, e as formas que ele faz isso vão desde roubos à exploração de seus funcionários. Até que surge em seu caminho Miranda, um comerciante que tem uma certa estabilidade já firmada e que começa com ele a disputa por um pedaço de terra que vai lhes trazer algumas consequências.
No meio a tanta confusão, o leitor vai acompanhar a vida de dispersos personagens, das mais diferentes personalidades e que trarão a peculiaridade dessa obra. Um desses papéis é a amante do taverneiro, Bertoleza, que ajuda ele trabalhando incessantemente sem descanso algum. Um dos personagens mais contagiante e alegres, foi Rita Baiana, que trouxe diversão e festas em meio a narrativa.
A leitura de O Cortiço reforçou para mim o quanto o nosso país é rico em povos das mais diferentes culturas. O que a crítica social desse livro de mais de 130 anos aponta, infelizmente continua presente na vida de inúmeros brasileiros. Tais fatos podem ser vistos dia após dia nos noticiários. O leitor vai ler um livro que foi escrito há tanto tempo, mas encontrará em suas linhas problemas existentes até hoje, como por exemplo: injustiça social, preconceitos, traições e escravidão velada, dentre tantos outros. Ao fim da leitura fica uma pergunta: até quando veremos isso? O mais triste é saber que não temos nenhuma resposta para isso. Ou será que já temos e ela não é nada do que esperamos?
Cananda 02/08/2021minha estante
?




Renata G. 07/01/2009

Um dos melhores livros brasileiros que eu já li! Tudo é atraente, o desenrolar da história é tão rápido que, quando a gente vê, já acabou! Recomendo!
Gabi 01/11/2012minha estante
Concordo plenamente contigo!




Fidel 05/02/2023

Triste e Cru
Uma obra triste e crua. Quando o autor dá uma centelha de esperança, então tudo descamba e fica ainda pior. Mas é uma obra sensacional.
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Isabela 04/07/2012

Porque o Cortiço é o melhor clássico da literatura brasileira
Início da leitura:
Comecei a ler este livro por causa da maldita lista do vestibular, mas a história foi ficando boa e eu fui me empolgando.

Detalhes:
Muitos dizem que é chato porque tem muitos detalhes e blablabla, eu não achei, tem descrição sim, pois é naturalista, mas não é entediante que nem uns livros que dedicam um capítulo para descrever a parede da sala.

Linguagem:
Como o livro é antigo, a linguagem é diferente e pode atrapalhar a leitura, mas não é nada de tão absurdo como os Lusíadas ou até Memórias Póstumas.

Enredo:
A história começa a ficar boa mesmo quando as brigas se iniciam, fica como Casos de Familia (perdoe-me Aluísio), por exemplo, um personagem decide gritar para todo o Cortiço que é corno.

O livro, como todo naturalista, conta sobre a sociedade, o que, na minha opinião, é mais empolgante do que a história de uma só pessoa burguesa resmungona porque sua mulher o traiu(ou não).

Frase final (spoiler):
O que mais foi genial é o autor dizendo que "A história se repete em ciclos" mostrando não só que a filha de Piedade será Pombinha e Pombinha Leónie, mas também João Romão se tornará Miranda

Conclusão:
O melhor dos clássicos, foi o que mais gostei da lista do vestibular (na verdade o único que gostei mesmo). A história me empolgou, as brigas me divertiram, os detalhes me fascinaram e a linguagem é até compreensível comparada com outras obras.
Rafael 11/11/2012minha estante
Realmente não tem muitos detalhes. Ele detalha aquilo que devia ser notado pelo leitor, algo que faz sentido à história, como por exemplo quando ele descreve a casa do Miranda e a do João Romão que reformou-a toda por inveja da casa do vizinho.




emro 29/12/2022

bom
comecei a ler por causa da escola, é um clássico, é bom. (agora eu fico querendo chamar as pessoas de Libório
mih ð 29/12/2022minha estante
tbm comecei a ler por conta da escola


Miranda75 29/12/2022minha estante
Li pelo mesmo motivo e gostei


O leitor do 103 29/12/2022minha estante
O melhor clássico da nossa literatura.?




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