Li 03/02/2011DESAFIO LITERÁRIO 2011 - FEVEREIRO - BIOGRAFIAS E/OU MEMÓRIAS
Sinopse: "(...) No inverno europeu de 2002, longe dos olhos da mãe e do pai, a jovem italiana Melissa Panarello começou a escrever um diário em que relatava, sem pudores e meias palavras, as precoces e variadas experiências sexuais vividas por uma colegial entre os 15 e os 16 anos. (...) Um dos motivos que transformaram este livro em sensação literária foi a tênue fronteira entre autora e personagem. Além de compartilhar com sua protagonista o nome, Melissa, a jovem autora afirma ter vivido todas as experiências narradas, trocando apenas nomes e datas. Características que fazem de seu relato uma visão da adolescência em um país onde o sexo ainda é cercado de tabus, e um retrato revelador da sexualidade neste começo do século 21."
Sinceramente, ainda me pergunto o motivo desta escolha... Dentro do tema proposto, as memórias são mais convidativas para mim! Nunca fui uma fã, gosto do trabalho da pessoa, mas ela em si geralmente não me interessa, jamais fui curiosa com relação a isso, então é bem difícil ler sobre o tema. O livro de Panarello me chamou a atenção pelo título longo e talvez pela temática que achei ser mais crível, já que o mundo atual é mais propenso ao sexo que a qualquer outra coisa... É tudo tão fácil, tão... Sem romantismo! E olha que não sou romântica, mas nunca fui muito fã dessa modernidade! Rs
Ingenuidade adolescente + uma boa dose de hormônios em ebulição / desejo de punição = uma bomba relógio. Esta é mais ou menos a fórmula do livro.
Melissa é triste, meio depressiva, extremamente carente e acaba, através de uma desilusão “amorosa”, achando que usando o corpo vai acabar fazendo alguém amá-la de verdade... Ela tem a ilusão de que alguém vai ficar tão dependente do prazer obtido com ela que mais cedo ou mais tarde, o amor vai brotar. Não é por nada, não, mas que ideia, viu?! Ela é tão sensível, ficou com tanta raiva de si e do mundo que passou a seduzir e se anular como forma de punição, que provavelmente, vinha da falta de amor próprio, que ela ACHAVA que tinha (e na verdade, acho que continua sem ter).
O livro é escrito em forma de diário, e é cheio de extremos: Se Melissa não é melosa, é brutal e indiferente ao que se passa com ela.... E achei a narrativa meio brega. Você pode estar pensando “Oi! É um diário!”, mas minha idade de gostar de ler livros neste formato já passou! Rs. Muita gente vai ler e falar que ela escreve de forma um tanto... Poética. Mas eu não gosto de poesia!
O bom é que o livro é pequeno! Eu revirava os olhos em 4 de 5 frases, tanto pelo estilo, quanto pelo conteúdo, ou lia e fazia “tsc, tsc”... Não faço ideia do que seja a perda de controle daquele jeito, principalmente motivada por outras pessoas, e ficava com muita raiva dela quando a via abaixando a cabeça e concordando com qualquer coisa.
Uma passagem que ilustra bem a história é essa...
“Ele me encontrou deitada na cama concentrada em observar uma mosca varejeira que batia contra a lâmpada do teto, produzindo um barulho chato. Pensei que as pessoas se jogam convulsivamente contra o mundo igual àquele animal estúpido: fazem barulho, confusão, dão voltas ao redor das coisas sem agarrar nada completamente; algumas vezes confundem desejo com uma armadilha e caem mortas, apodrecendo sobre o refletor azul dentro da jaula.”
Até agora não entendi o sentido do livro! Acho que ela quis fazer uma espécie de contos de fada para uma pervertida perdida, e perdida que falo é no sentido emocional. Ou talvez, fazer com que a história dela seja conhecida de forma ampla, seja mais um degrau do sentimento de autopunição dela, vai saber. No geral, é um livro de literatura erótica, mas também da busca de si mesmo. Eu acho! Rs.
Eu não recomendaria pois não faz meu tipo: nem no estilo, nem na história em si.
http://desafioliterariobyrg.blogspot.com/