Resenhas - O Planeta dos Macacos

debora-leao 17/11/2024

Se não fosse um livro com hipótese tão inovadora, seria ruim.
O livro tem uma narração um pouco ultrapassada. Eu tendo a não apreciar demasiadamente literatura francesa, sua maneira empolada e orgulhosa de narrar, acreditando saber muito e estar no alto do seu conhecimento. O narrador é assim: acredita ser o ápice da evolução, é um jornalista que sabe muito sobre muitas coisas (astronomia, línguas, ciências naturais...) sem contexto algum para isso. Quase não fala de si antes dos acontecimentos do enredo, dando pouco material para sentirmos qualquer empatia com ele. Também frequentemente fala as coisas sem dizê-las diretamente e ainda parece se autoelogiar por ser tão direto em seu relato.

Mas apesar disso o livro traz a todo momento um questionamento existencial. Não apenas pelo óbvio (e se o que ele fala fosse real? E se nós pudéssemos regredir e outra espécie pudesse ter tudo que nos achamos tão idiossincrático de nós, humanos?) mas também porque ele consegue te fazer sentir mesmo o que é isso. Nunca esquecerei a narração após a captura de Ulysse. Como ele provaria que tinha consciência? Sorte que Zira apareceu. Mas e se ninguém ali estivesse disposto a pensar "e se", como nós via de regra não estamos com os macacos? Como seria a vida dele? Que miserável deve ser saber que tem consciência, entender, reconhecer, mas ser tratado como se não tivesse. Isso me marcou MUITO.

Eu nunca vi os filmes, mas de fato parece uma história muito passível de ser estendida. Gostei de entrar em contato com o universo, ainda que a leitura em si e a narração tenham me enfastiado às vezes. As hipóteses existenciais e filosóficas foram o suficiente para calibrar e contrabalancear esses pontos e fizeram a leitura fluir.

Mateus Leiva 17/11/2024

Difícil alguém não conhecer o plot twist do filme, mas a história aqui tem muita diferença entre com o filme e você pode se surpreender com ele. A ideia do livro é genial, a execução poderia ter sido melhor trabalhada.
Um plot que permite muitas interpretações.
Uma história sobre alienígenas, em que nós somos, e somos inferiores ou, ao menos aqueles que nos dominam nos julgam inferiores.
Uma brutal crítica ao cientificismo invasivo.

Guilherme 16/11/2024

Empolgante
Gostei bastante da fluidez da história, é realmente envolvente e empolgante. A premissa é maravilhosa, eu imagino o impacto que deve ter tido em sua época. Para uma ficção científica, faltou explicar algumas coisas, mas é aceitável o desenvolvimento, embora seja corrido.

O livro é excelente, só não é perfeito por deixar de fora muita explicação. Além disso, o final vai se tornando previsível a medida que você lê a história, mas vale muito a pena a leitura.

jsscmaria 13/11/2024

Que livro!
Por isso o sucesso, por isso tão disruptivo! Fiquei completamente extasiada com esse livro. Sou fã da série de filmes desde sempre mas nunca havia lido o livro. Imagino como foi ler na época do lançamento, e como as pessoas devem ter se sacudido! Hoje, final de 2024, fiquei abalada! Imagina há tantos anos atrás. Imagina ver o filme no cinema! Penso como deve ter sido maravilhoso!

Um clássico que deve ser lido até o fim da humanidade (que esperamos que nunca chegue!)

Wagner 12/11/2024

Ótimo livro. Obrigatório para os fãs do filme.
Inevitavelmente, li esse livro tecendo comparações o Universo cinematográfico, principalmente com o clássico final do filme. Já iniciei sabendo que o final seria diferente no livro, mas não o como. Por fim, achei interessante a finalização do livro, mas continuo achando o final do filme superior como clímax.
O livro em si é muito bom, e por ser uma ficção científica escrita por um autor que não era imerso nesse gênero tem muito mais foco no desenvolvimento dos personagens do que dos "porquês" do seu universo. Isso é bom, e traz reflexões muito interessantes sobre a extraordinariamente da consciência.
No único trecho em que se focar mais nas Origens da sociedade dos macacos, acho que o autor recorreu a uma solução ruim e que ele poderia ter apresentado as mesmas informações de uma melhor forma. Foi o único capítulo que me incomodou um pouco. No restante, fiquei realmente absorvido pela história e recomendo como leitura obrigatória tanto para aqueles que são fãs dos filmes quanto para fãs de scifi em geral.

Gabriel1994 08/11/2024

Insólita ficção - que não é científica
[ANÁLISE REPLETA DE SPOILER]


Formatação geral do livro:

- A Parte 1 é perfeita. Imersiva na sensação de estranheza ao ver humanos ??primitivos?? ao lado de macacos inteligentes.
- A Parte 2 é primorosa e tensa. Categórico na comparação de macacos e humanos. Encerrada de forma fenomenal com o discurso de Ulysse.
- A Parte 3 é problemática e acelerada. Será discutido mais abaixo.


Pontos positivos - As duas grandes críticas


1. Nos primeiros meses que se passam quando Ulysse está em Soror, é revelado que os macacos ainda estão atrasados (um pouco) em relação aos humanos da Terra. Neste primeiro momento, os macacos servem como um retrato fiel do que são os seres humanos, isto é, os macacos são a representação dos humanos (nós). Com esta perspectiva distanciada - o comportamento humano em um macaco - é possível ver, com lucidez, uma análise crua sobre a espécie humana, sem os vieses que nos cegam de enxergar o óbvio que nos torna humanos: um animal egocêntrico, instintivo, irracional e violento.


2. Em um segundo momento, ao final do livro, quando Ulysse vê um gorila na Terra e percebe que macacos - aquele animal que, no suprassumo de sua arrogância humana, julgou como inferior - uma segunda crítica se concretiza: os humanos não são a espécie mais evoluída e mais inteligente - o centro da criação - como pensam ser, por consequência, tem sua espécie ultrapassada. Finalmente, o plot contido na última página do livro, reforça a crítica: o casal de chimpanzés zomba da história do livro (escrito por um chimpanzé), já que é irreal um ser humano pensar.


Pontos negativos - Não é ficção científica

Em entrevista, o próprio autor afirma que não considera seu livro uma ficção científica.
O livro não apenas não segue o rigor científico, como usa recursos narrativos ilógicos e deixa muitas perguntas no ar. Alguns exemplos de pontos sem nexo a que me refiro:

- Uma mulher fala exatamente a grande revelação da história - a ascensão dos símios - simplesmente porque foi estimulada cerebralmente. E mais: era uma memória dos ancestrais dela de 10 mil anos atrás (KKKK???).

- O que justifica a perda da linguagem nos humanos de Soror e uma ??degeneração?? (involução) nos humanos?

- Antelle torna-se um humano ??degenerado??, o que não faz sentido. O personagem podia ser aproveitado para algum papel na narrativa, mas foi deixado de lado.

- Humanos em Soror são idênticos ao da Terra em comportamento e cultura. Isso não faz o menor sentido quando é revelado que são espécies que evoluíram separadamente.

O grande ponto negativo do livro é esse. Tem muitos pontos sem pé nem cabeça.

No final, ficamos sabendo que o livro Planeta dos Macacos é uma obra de ficção escrita por um símio. Desse modo, até que é possível suavizar as imprecisões científicas e levar toda essa história como ela realmente é: uma mera fantasia de um universo onde é impossível um ser humano ser inteligente.

Lore 29/10/2024

Achei o final fácil demais, as coisas só simplesmente se solucionaram sozinhos, mas muito legal o livro fiquei completamente envolvida com a história

Rafa 28/10/2024

Decepcionada
Confesso que me sinto um pouco pressionada quando leio obras que geralmente as pessoas comentam de forma positiva e não me causam o mesmo impacto. Fico me perguntando o que não funcionou pra mim... Mas nesse caso, achei tão rápida a história, daria pra se aprofundar em vários aspectos. Pensei que fosse completamente diferente. Mas, ficção científica é um gênero que eu me perco um pouco e que não gosto tanto.
Depois fui assistir ao filme e é bem diferente, como na maioria das adaptações.

Erick.Poubell 24/10/2024

O Planeta dos Macacos: Uma Reflexão Provocativa sobre Poder e Humanidade
A Obra revela a complexidade de uma história que transcende a mera ficção científica. Ao subverter os papéis entre humanos e símios, o autor cria uma metáfora poderosa sobre o poder, a exploração e a empatia. O enredo, narrado por Ulysse Mérou, acompanha sua jornada a um planeta onde os macacos dominam e os humanos são subjugados. A inversão de papéis reflete uma crítica à nossa própria sociedade, questionando o verdadeiro significado de humanidade e poder, enquanto desafiamos nossos preconceitos e padrões culturais​.

O romance apresenta personagens marcantes, como Zira, uma macaca cientista que desenvolve um relacionamento com Ulysse, desafiando as normas sociais de sua espécie. Essa relação é uma crítica ao machismo e à forma como as mulheres são retratadas na ficção da época. A obra explora profundamente temas como ética na ciência, sugerindo que os avanços científicos podem ser conquistados sem a necessidade de crueldade e exploração​.

Com uma narrativa fluida, o livro também provoca reflexões sobre a condição humana e a nossa responsabilidade com outras formas de vida. A simplicidade da escrita do autor esconde a profundidade filosófica da obra, que permanece relevante, especialmente ao questionar nossa superioridade moral. O Planeta dos Macacos é, assim, uma leitura atemporal, que convida o leitor a repensar conceitos de poder, respeito e empatia

thathaisprado 23/10/2024

Surpreendeu demais!!
Narrativa muito boa! Envolvente do início ao fim e o final é daqueles que te deixam meia hora olhando pro nada e pensando em tudo rs.

Kurth 19/10/2024

O que caracteriza a civilização?
Por volta de 400 A.C, Platão, em um debate com seus alunos na academia, definiu o ser humano como um animal bípede e implume, Diógenes, o cão, acorreu com uma galinha depenada em mãos e bradou à turma do filósofo: "eis aqui o homem de Platão! "
Assim como na anedota, a obra de Boulle expõe um questionamento recorrente: o que é ser humano?
A narrativa explora a pergunta com primazia, desvelando reflexões necessárias ao espírito.
Em "É isto um homem?", Levi questiona-se observando o alto grau de degeneração da mais profunda e intrínseca humanidade dos homens nos campos de concentração. "É um homem quem mata, é um homem quem comete ou suporta injustiças, não é um homem que, perdida já toda reserva, compartilha a cama com um cadáver. Quem esperou que seu vizinho acabasse de morrer para tirar-lhe um pedaço de pão, está mais longe (embora sem culpa) do modelo do homem pensante do que o pigmeu mais primitivo ou o sádico mais atroz."
Obra, realmente, tocante, apesar das fictícias formas científicas.

alt 15/10/2024

Conhecimento é poder
Quem diria que mesmo em um planeta de macacos o conhecimento significa poder. O livro é da década de 60, mas essa reflexão pode ser feita ainda na sociedade atual.
Cheio de plots, personagens carismáticos, leitura muito fluída e final impecável. Ótima leitura. Quero ver os filmes clássicos!

RenatoVM 15/10/2024

Uma obra atemporal
Já fazia muito tempo que esse livro estava na minha lista para ler, e meu único arrependimento foi de não o ter lido antes.

Achei brutalmente incrível as indiretas nada sutis que o autor passou.

Para mim o que mexeu profundamente com meu psicológico foi a menção do declínio da humanidade que Ulysse sugere como o comodismo, a acomodação e a preguiça no âmago da ciência e da cultura.

Uma obra simplesmente sensacional.

Edoarda 15/10/2024

Simplesmente perfeito. O desespero de Ulysse é palpável, e como tudo parece se desenrolar no fato dele ir para o planeta Soror e terminar absolutamente sozinho. Soror em muitas vezes parece ser um futuro distante da Terra, até que Ulysse volta de fato ao planeta e encontra um gorila - os macacos evoluíram para a era espacial? Ou o mesmo evento ocorreu na Terra? Ou Terra e Soror são na verdade o mesmo planeta?
Ao descobrir no final que os leitores são macacos que acreditam que tudo aquilo não passou de ficção, eu, como leitora, fiquei tentada a concordar com eles por um elemento muito interessante e inexplicado: o professor Antelle. Como uma pessoa extremamente graduada consegue se animalizar de tal forma a não reconhecer mais Ulysse e não ser capaz mais de voltar a sequer falar, quando fica no instituto com ele? É de se acreditar que tudo é uma fantasia, de fato.
O livro é delicioso e confesso que não esperava que fosse gostar tanto, principalmente por causa da franquia nova de filmes, que em nada me agrada. Perfeito.

Alvaro.Penariol 14/10/2024

O livro é muito bom e recomendo para quem gosta de ficção, mas o final acabou sendo meio fraco. É um livro medianamente bom