Como romancista, Chuck Palahniuk se notabilizou por retratar personagens pouco convencionais. Em Mais estranho que a ficção o autor abandona o universo ficcional e aponta seu foco para as pessoas reais, mas mantém o gosto pelo incomum. O livro é um mergulho no lado mais bizarro e excêntrico dos Estados Unidos, revelando uma outra nação que convive lado a lado com a imagem oficial do país, sobre o qual Palahniuk lança um olhar às vezes irônico, às vezes terno, mas sempre original.
Dividido em três partes, o livro reúne uma série de reportagens, ensaios, crônicas e perfis com enfoque jornalístico, alguns escritos para revistas norte-americanas, que trazem em comum o estilo e o gosto de Palahniuk pelo estranho e pelo absurdo infiltrados na vida cotidiana.
Em “Pessoas Juntas”, o autor relata, entre outras histórias, um festival de sexo em Montana; uma competição que reúne amadores desesperados por uma última chance de lutar profissionalmente; um duelo de máquinas agrícolas em uma arena no interior do país; e uma confraria de homens que constroem e vivem em castelos.
Já em “Retratos”, Palahniuk traça o perfil de personalidades como a atriz e cantora Juliette Lewis, o roqueiro Marilyn Manson e o escritor Ira Levin, autor de obras como The Bedford Wives.
A terceira e última parte do livro, “Pessoal”, traz histórias vividas pelo autor, como o período em que Palahniuk trabalhou como acompanhante de pacientes terminais, seguindo de perto os últimos dias de um aidético e seu acerto de contas com a mãe; sua viagem a Hollywood para acompanhar as filmagens de O Clube da Luta, adaptado de seu romance homônimo; a repercussão do sucesso do livro e sobretudo do filme em sua vida; e sua relação com o pai e a morte deste, marcada por uma série de coincidências surpreendentes.