Com Nadia Guerra, seu alter ego ficcional, a romancista e poeta Wendy Guerra escreve a história proibida das mulheres de Cuba. Publicado em oito países, cruza ficção e realidade no relato de uma mulher obcecada pela ideia de encontrar a mãe, que a abandonou aos dez anos de idade. Imersão num bravo mundo feminino, a busca por Albis Torres é também uma viagem a seu próprio passado e às salas escuras do regime cubano. Ao trazer a mãe de volta a Havana, resgatada em Moscou com uma doença que lhe tirou a memória, Nadia Guerra descobre em uma caixa de objetos pessoais os rascunhos de um romance que Albis escrevia sobre Celia Sánchez, secretária pessoal de Fidel Castro, heroína da revolução cubana. Um livro que a mãe jamais conseguiu publicar, fruto de uma amizade que a forçara a abandonar a um só tempo sua filha e seu país.
Com Nunca fui primeira-dama, Wendy Guerra reconstrói a vida da mãe e de Célia, síntese de uma revolução e seus efeitos sobre o destino e os sentimentos mais profundos do ser humano. No papel de sua própria personagem, a autora nos faz entrar em um relato de sombras, tanto das mais íntimas quanto as das revoluções. Ao materializar o romance censurado, Wendy Guerra coloca-se no papel de sua personagem, agora na vida real. E corajosamente enfrenta os limites do regime de Cuba, onde ainda mora e sua obra permanece sem publicação.
Literatura Estrangeira / Romance