O Agente Secreto é um romance que pode parecer ser diferente a alguns em uma primeira leitura ou visualização, ou seja, apenas um thriller de espionagem, pelo contrário, é uma análise aprofundada e um retrato da impotência relativa da maioria das mulheres na sociedade britânica nos últimos anos do século 19. Ele não prega. Não defende. Conrad deixa o leitor tirar as conclusões que são pertinentes para cada pessoa. Esta é uma de suas obras mais escuras e misteriosas que capta com humor, ironia e mistério todo o ambiente social e político da Inglaterra vitoriana.
O livro apresenta toda a maestria de um dos grandes escritores do século 20, um dos triunfos mais surpreendentes deste gênio da ficção que o torna um dos livros mais lidos entre os 100 mais importantes do século 20. Joseph Conrad se aprofunda de um modo quase cirúrgico dentro do submundo do terrorismo, demonstrando como a literatura pode detectar o futuro muito antes que a ciência social o faça. O autor, na verdade, nos indica que a grande vilã da história é a era moderna na qual vivemos, uma era que distorce a tudo e a todos, incluindo a política, as relações sociais e as relações familiares. Conrad nos apresenta uma visão sombria da inércia moral e espiritual e a condenação daqueles que ousam enfrentá-la.
O Agente Secreto serviu como base para o filme "Sabotage" (lançado no Brasil como "O Marido era o Culpado" e, mais tarde, como "Sabotagem"), de 1936, dirigido por Alfred Hitchcock; é um dos últimos filmes da fase inglesa de Hithcock, sendo que o diretor retornaria ao tema de conspirações e atentados mais tarde em produções como "O Homem que Sabia Demais" e Intriga Internacional". Recentemente, foi adaptado também para o cinema numa produção de 1996, dirigida por Christopher Hampton, com trilha sonora de Philip Glass e estrelada por Bob Hoskins, Patricia Arquette, Gérard Depardieu, Jim Broadbent, Christian Bale e Robin Williams.
Literatura Estrangeira