Qual é a relação entre capitalismo, sociedade e natureza? Em O capital no Antropoceno, o filósofo japonês Kohei Saito propõe uma interpretação dos estudos de Karl Marx frente aos problemas ambientais que enfrentamos no século XXI. A mensagem central da obra é que o sistema capitalista dominante, de alta financeirização e busca ilimitada do lucro, está destruindo o planeta, e só um novo sistema, pautado pelo decrescimento, com a produção social e a partilha da riqueza como objetivo central, é capaz de reparar os danos causados até aqui.
“A tecnologia revolucionária deu livre curso a um crescimento desmedido da economia e, consequentemente, aos seus efeitos cumulativos sobre a elevação descontrolada da temperatura, secas e chuvas extremas, incêndios gigantescos, derretimento das calotas polares e elevação do nível dos mares, zonas de sacrifício em expansão, contaminação generalizada dos bens comuns e perda acentuada da biodiversidade. No entanto, como ele enfatiza, é a imensa e esmagadora maioria vulnerável dos povos que habitam o Sul global que mais padece as consequências do expansionismo destrutivo, sendo compelida a um sem-fim de migrações climáticas e a uma vida errática em busca de sobrevivência por meio de trabalhos degradantes”, escreve Maria Orlanda Pinassi na apresentação da obra.
Best-seller, a obra vendeu mais de 500 mil exemplares no Japão e teve seus direitos vendidos a países como Espanha, China, Coreia do Sul, Alemanha, França, Taiwan, Reino Unido e Estados Unidos.
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