É grande a tentação de apresentar este livro afirmando que o herói da história é um homem comum, um mineiro de meia-idade que morava na cidade de São Paulo, empresário e pai de família dedicado, que levava uma rotina normal entre a casa e o trabalho, até que uma notícia inesperada produz um abalo sísmico em sua vida. Só que em O cozinheiro de Bangu, a subversão do clichê já começa quando conhecemos José, um homem nem tão comum assim: executivo bem-sucedido/falido/novamente bem-sucedido, atualmente em crise, suicida malogrado, diagnosticado e medicado como bipolar, pai superprotetor dos filhos que teve com a ex- mulher, cozinha como quem faz amor e acaba de assumir um casamento gay com Arthur, seu sócio no novo empreendimento.
Mas não é por não se encaixar nos padrões sociais tradicionais que José conseguiria se livrar do evento inimaginável que é o motor de toda história que vale a pena ser contada, a tal notícia inesperada que, num belo e terrível dia, chega para todos. No caso de José, chegou numa sexta-feira, no horário do almoço, e produziu um desvio na linha da sua vida que fez com que se embrenhasse num território desconhecido, uma verdadeira realidade paralela
E agora?
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