Rupert Lang só tem lembranças do que não viveu. Nas entrelinhas do papel em que escreve diariamente, ele busca encontrar o que restou de sua identidade perdida. O leitor de seus escritos é sua única companhia, um confidente capaz de guiá-lo de volta ao que ele foi um dia. Como um romance histórico encerrado numa única mente, o caminho a ser trilhado envolve acontecimentos não registrados nos livros de História; passagens pela corte espanhola do reinado de Isabel II, pelas ruas da Praga de Johannes Kepler e pelos corredores de um templo budista construído em um penhasco na China. Aquilo que poderia ter sido vivido e aquilo que se suspeita partir da imaginação recebem igual valor, desafiando o leitor a confiar no caos e a encontrar respostas e verdades no inverossímil – ou apesar dele.
“[...] há muito não vejo sorrisos se abrirem por algo que eu tenha dito. E há nisso, sinto, na simples obtenção de um vislumbre dos dentes de terceiros, mais que um adorno perecível para o ego, há um teor de vida imprescindível para a saúde da alma. Torna decrépito o espírito, tal ausência.
Se é possível sentir saudade de quem nunca conhecemos, então é exatamente isso que sinto quando penso nela.”
Ficção / Suspense e Mistério / Literatura Brasileira / História Geral