Um retorno à cidade de Cristina, interior do sul de Minas Gerais, faz ressurgir lembranças e uma voz que ninguém pôde ouvir.
"Eu queria ter o brio de um filósofo ou a inocência da mocidade para voltar a ver na finitude uma curva, um nó do tempo. Assim, a agonia poderia descansar e a memória deixaria de ser um lugar tão impiedoso às revisitações.
Caso alguém tenha descoberto esta escritura é porque cumpriu-se um desejo. Toda palavra quer romper o papel e ser lida, quer trair quem a colocou aqui e correr em direção a outros olhos, que possam entendê-la melhor e ver sentidos além dos planejados. Quem tira a palavra do silêncio não sabe do que ela é capaz. Há quem diga que ela pode sempre menos do que pensamos, que ela nunca alcançará a realidade plenamente. Mas a palavra quer sempre mais do que nós podemos dar."
Ficção / Literatura Brasileira / Romance