Introdução :
Em Dezembro de 1917, o bailarino mais famoso do mundo Ocidental, mudou-se para uma villa na Suiça com a sua mulher e filha de três anos e começou a enlouquecer. Este diário, mantido em quatro blocos de notas, ao longo de seis semanas, é o único relato mantido em tempo-real que temos de um grande artista acerca da experiência que é entrar em psicose. Contém os últimos pensamentos lúcidos de Nijinsky acerca de Deus, sexo, guerra e da natureza do universo, assim como da sua própria vida destruída.
DIÁRIO DE NIJINSKY ( THE DIARY OF VASLAV NIJINSKY )
Edição de 1985 da Editora Rocco, com tradução de José Simão. Existe a versão integral do texto, publicado no Brasil pela Editora Francisco Alves, intitulada " CADERNOS DENIJINSKY ".
O DIÁRIO DE NIJINSKY reúne as anotações feitas por Vaslav Nijinski ( 1889 — 1950) - bailarino e coreógrafo russo de origem polaca, sem dúvida um dos maiores gênios da sua arte, o verdadeiro ' Deus da dança ' - durante sua estada em Saint-Moritz, cidade suíça onde se abrigou em 1918, com sua mulher, Romola, para esperar o fim da Primeira Guerra Mundial. Nijinski passou a escrever obsessivamente e mantinha trancados os seus escritos, não deixando que ninguém os lesse, nem mesmo sua mulher. Esses textos ( escritos originalmente em russo e polonês ) foram encontrados apenas em 1934, casualmente, entre os cadernos escolares de sua filha. Censurados por Romola de Pulszky, que se casou com Nijinski em 1913 em Buenos Aires, os textos escritos pelo bailarino pouco antes de ser internado pela primeira vez num sanatório para doentes mentais, tiveram mais de 30 mil palavras (ou seja, um terço do original) suprimidas das sucessivas edições, iniciadas em 1936. Principalmente as passagens eróticas e todos os poemas.
O DIÁRIO DE NIJINSKY é formado por três partes: Vida, Morte e Sentimentos. Em seu vertiginoso relato, Nijinski alterna alucinação a uma lucidez perturbadora. Com a mesma falta de limites que lhe permitiu criar obras geniais como "Prelúdio à Tarde de um Fauno" e "Sagração da Primavera", precursoras da dança moderna, ele registrou em textos as suas contradições. É o único relato, mantido em tempo real , que se tem de um grande artista acerca da experiência da perda progressiva da razão. Contém, portanto, os últimos pensamentos lúcidos de Nijinsky acerca de Deus, sexo, guerra, política, literatura e da natureza do universo, assim como da sua própria vida. Mesmo incompleto ( editado ) é fascinante e perturbador. Uma obra que não é apenas um raro documento humano : é única. Nos permite adentrar na mente ' racional ' e ' irracional ' de um artista genial.
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