Quando o milionário norte-americano Hiram B. Otis comprou a histórica mansão Canterville Chase, não fazia ideia que estava também adquirindo um inquilino para lá de excêntrico, Sir Simon Canterville, um fantasma que há mais de trezentos anos assombra o local e que está disposto a assustá-los de tal maneira que os leve a vender de novo a casa e irem embora. Mas Hiram pensa que o problema deve ser resolvido de forma científica, enquanto a esposa Lucrécia descobre que um fantasma à solta até dá certa originalidade aos jantares que organiza. Apenas sua filha adolescente, Virginia, compreende a tragédia que amaldiçoa Sir Simon e vendo-o sentado sozinho e deprimido, a filha se compadece e oferece sua ajuda na tentativa de libertá-lo do assombro.
Mais que uma história singela e dedicada às crianças, Oscar Wilde aborda a questão da desvalorização da arte pelos burgueses, novos ricos desprovidos de cultura e tradição que alegavam que o artista cobrava caro por uma simples “mercadoria”. Reagindo à diminuição do seu trabalho, os artistas procuram chocar a burguesia, como podemos perceber na obra em análise, cujo autor tece críticas através de sua arte: discute a rivalidade entre Inglaterra e Estados Unidos na Era Vitoriana. Critica de modo bem-humorado e sarcástico tanto o comercialismo e a falta de cultura dos americanos, quanto a arrogância e a decadência dos ingleses.
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