Quem é o imbecil coletivo?
Ele é duplo: nasce do improvável matrimônio do intelectual pernóstico com a ralé enfurecida. Ele é um fanático hidrófobo com um toque elegante de ceticismo relativista. É o corpo de Bakunin com a cabeça de Anatole France. Entre a verdade e a falsidade, ele tem a imparcialidade da indiferença. Mas, como um verdadeiro sábio chinês que age não agindo, ele faz de sua omissão o motor da história, cedendo o passo à iniciativa das massas e deixando que o milagre da praxis transmute as contradições teoréticas em violência física, que é, no fim das contas, a única resposta decisiva aos olhos do cético.
Vinte e cinco anos depois do seu lançamento, eis a décima edição d’O imbecil coletivo, pedra de escândalo da intelligentzia brasileira de ontem, de hoje e de sempre. A edição resgata o texto integral do livro, sem os cortes que ele sofrera em suas últimas edições, e o apresenta com novo prefácio do crítico literário Rodrigo Gurgel.
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