A capacidade de observação, a inteligência e o humor de uma das melhores cronistas da nova geração.
Vanessa Barbara tem uma escrita peculiar. Com iguais doses de graça e delicadeza, humor e algum escárnio, ela produz textos que parecem ocupar um lugar movediço e intermediário entre a reportagem, a crônica, o ensaio e a antropologia. Em O louco de palestra estão reunidos alguns dos melhores e mais deliciosos textos da jovem escritora brasileira. Originalmente publicados em jornais (como Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo) e revistas (como piauí), as crônicas versam sobre o bairro paulistano do Mandaqui, seus tipos peculiares e sua animada vida social, hilariantes "resenhas" de linhas de ônibus, comentários televisivos, observações sobre o urbanismo desmazelado de nossas cidades e - como no caso da crônica que dá nome ao livro - a cristalização de um tipo que sempre existiu, mas que graças às palavras de Vanessa Barbara alcançou a imortalidade: o "louco de palestra", aquele sujeito meio abilolado que intervém, comenta e causa em palestras, conferências, debates, colóquios. O texto, publicado na revista piauí, é hoje um pequeno clássico da nova crônica brasileira. Numa das mais delicadas crônicas do livro (não por acaso escrita à la Rubem Braga), pode-se ler: "Queria escrever um texto bonito, algo que a moça das verduras pudesse levar consigo no ônibus após um dia sem couves, e que ela fosse reler de mansinho e recortar para as amigas". Com O louco de palestra, Vanessa Barbara chegou lá.
Crônicas / Literatura Brasileira