Neste livro o historiador Décio Freitas trata a violência homicida não como um fait divers ou uma ocorrência policial, mas como a essência mesma da história, diferentemente da maior parte dos historiadores. Através de exaustiva pesquisa histórica, Décio Freitas faz a crônica dos crimes de José Ramos, um indivíduo encantador, apaixonado pela música lírica e pela poesia, que matou várias pessoas e usou sua carne para fabricar lingüiça. José Ramos adorava especialmente degolar suas vítimas, mas nisso não diferia da prática dos habitantes da província, em suas guerras e em suas revoluções, de degolar os adversários. Ainda hoje, segundo o historiador, quando não pode praticar o canibalismo no sentido literal, o homem o pratica no sentido metafórico, na competição e na luta pela vida. Este livro é uma crônica de horrores inauditos, mas também um convite à reflexão do homem sobre si mesmo.