Ainda que contada por diversos narradores e muitos pontos de vista, nenhum ângulo é capaz de deixar a história de O morro dos ventos uivantes menos sórdida. Lá, não há santos ou demônios: todos são repletos de virtudes e pecados. E não podemos garantir que não haverá um ou outro fantasma vagando pela charneca.
Ao voltar de uma viagem, o pai da família Earnshaw não traz consigo os presentes que os filhos lhe pediram — em vez disso, traz um garotinho perdido de pele escura, que encontrou vagando no porto. O menino ganha um nome — Heathcliff —, mas jamais um sobrenome, o primeiro dos atributos da família a que ele não terá acesso. Catherine é a única a acolhê-lo, e essa relação, repleta de amor, obsessão e vingança, atravessa gerações e não é detida nem mesmo pela morte.
Publicado pela primeira vez em 1847, O morro dos ventos uivantes é um romance de igual beleza e brutalidade. Com múltiplas perspectivas narrativas, o livro toca em temas primordiais para a sociedade, como questões de alteridade, empatia, comunicação e preconceitos. Reconhecido como uma das grandes obras da literatura mundial, o livro já teve mais de 10 adaptações cinematográficas, influenciando também a música pop com a canção de Kate Bush no final da década de 1970.
Esta edição da Antofágica conta com ilustrações de Janaina Tokitaka e nova tradução de Stephanie Fernandes, que também assina um ensaio sobre sua experiência com a obra. O livro traz ainda apresentação de Ju Cirqueira e posfácios das acadêmicas Sofia Nestrovski, mestre em Teoria Literária pela USP e roteirista e co-locutora do podcast Vinte mil léguas (Revista 451), e Daise Lilian, doutora em Letras (UFPB) e professora da Universidade Federal de Campina Grande.
Ficção / Literatura Estrangeira / Romance