Numa noite fria de lua cheia., em 1895, Licurgo observa os cadáveres insepultos na rua, à frente do sobrado dos Terra Cambará, que se acha cercado por forças federalistas. Entre a vida e a morte, sua mulher Alice está para dar à luz. Enquanto isso, enrolada em seu xale, a velha Bibiana espera...
Este é o início da mais famosa saga da literatura brasileira, a trilogia O tempo e o vento. De leitura independente, a primeira parte, intitulada O continente, foi comparada por Antônio Candido a Nostromo, obra-prima de Joseph Conrad. Nas palavras do crítico, Erico construiu uma narrativa que parece animada pela alma do Rio Grande do Sul.
Composta de dois tomos, ela descreve cento e cinquenta anos da família Terra Cambará, cuja trajetória se confunde com eventos da história brasileira e gaúcha, num num constante ir e vir entre o passado mais remoto e o tempo do sobrado sitiado. Neste primeiro volume, acompanhamos o trágico romance entre o índio Pedro Missioneiro, criado no território dos Sete Povos das Missões, e Ana Terra, que depois atuaria na fundação do povoado de Santa Fé. Também participamos das aventuras do valente e feroz Rodrigo Cambará, que disputa à faca com Bento Amaral o amor de Bibiana, neta de Ana Terra.
O massacre dos índios das reduções jesuíticas e a Guerra dos Farrapos são alguns dos episódios históricos retratados em O continente, mesclados a lendas e incorporados num enredo ficcional denso e assombroso, que permanece para sempre gravado na memória.
Romance / Ficção / Literatura Brasileira