São inesperadas 450 páginas, com 11 novos (e bons) contos; três histórias que ficaram de fora de Histórias de cronópios e de famas (Trânsito, Almoços e Never stop the press); 11 novos episódios do divertido e ultrapessoal Um tal Lucas; notas introdutórias do célebre capítulo 126, ponto de partida de O jogo da amarelinha, suprimido do romance pelo próprio Cortázar; um outro retirado de O livro de Manuel; um bom número de poemas; e as famosas Entrevistas diante do espelho — autoentrevistas onde Cortázar, bem ao estilo Truman Capote, faz o papel de entrevistador e entrevistado. Tudo isso e mais o raríssimo texto enviado pelo autor à revista Life, em 1968 e dois trechos especialmente curiosos para o leitor brasileiro.
Para uns, a possibilidade de redescoberta; para novos leitores, uma passagem ideal para o universo cortazariano. Levando em consideração que o livro reúne textos de diversas épocas e gêneros — escritos entre 1930, logo, anteriores a La otra orilla, primeiro volume de contos do autor, ainda inédito no Brasil, quando Cortázar ainda vivia em Buenos Aires, e 1984 — Papéis inesperados é também a possibilidade de o leitor acompanhar a formação de um grande escritor.
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