György Lukács é um dos expoentes do pensamento humanista do século XX. Herdeiro da concepção de totalidade que toma de Hegel e de Marx, aceita o desafio que Engels e Lenin lançam aos marxistas e formula uma complexa sistematização filosófica do seu tempo. Esse projeto, que passa pela mediação estética, e desemboca na exigência de elaboração de uma ética, deve ter na ontologia do ser social sua forma derradeira. A tomada de posição ontológica marxiana acontece nos anos 1930, quando Lukács apreende do jovem Marx as possibilidades abertas pela definição de essência genérica do ser que não se pode restringir à forma fenomênica de classe. Ao longo de toda a década de 1960, Lukács trabalha nos manuscritos de 'Para uma ontologia do ser social', obra que busca significar o salto da ontologia intuída à ontologia filosoficamente fundamentada nas categorias essenciais que regem a vida do ser social, bem como nas estruturas da vida cotidiana dos homens.