Rocco e seus irmãos

Rocco e seus irmãos Sam Rohdie


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Rocco e seus irmãos





O livro é sobre filme homônimo, realizado pelo italiano Visconti, um dos maiores diretores de cinema daquele país.

O filme conta a história da família Parondi, que deixa o sul italiano pobre e vai para Milão tentar construir uma nova vida no norte industrial. O pai já está morto quando a história começa e a primeira cena é a chegada dos Parondi na estação ferroviária: Rosaria, a mãe, com Simone, Rocco, Ciro e Luca. Vincenzo já está em Milão. A narrativa focaliza a desintegração da família e seus valores tradicionais na Itália urbana e moderna representada pela grande cidade. "A origem dessa desintegração é menos econômica e muito mais de caráter erótico e emocional", observa Rohdie.

Visconti esboçou a idéia de Rocco e seus irmãos em 1958. O roteiro foi elaborado por cinco autores, incluindo o diretor, e cada um deles escreveu um dos cinco "capítulos" dedicados a cada um dos membros da família. As filmagens começaram em 1960 em Milão e terminaram no mesmo ano em Civitavecchia.

Sam Rohdie revela que uma das fontes literárias na qual Visconti se inspirou foi a obra de Thomas Mann. "Como o filme, o romance de Mann sobrepõe forças míticas e primordiais, por um lado, e, por outro, história e sociais. Visconti, como Mann, era fascinado por mundos em desintegração, valores em crise, historicidade de relações, para os quais, tanto no romance como no filme, a família é o cerne histórico e psíquico", afirma.

Na opinião do autor do livro, do ponto de vista ideológico Rocco é progressista, mas suas estruturas e linguagem parecem não ser. Em 1960, quando o filme foi lançado, não era apenas a cultura de Visconti, que embasou o filme, que se tornara obsoleta. O mesmo ocorria com a ideologia progressista do filme. "A fragilidade ideológica de Rocco tem a ver tanto com a inadequação da sua ideologia para abranger a realidade econômica e social da Itália quanto com os personagens, considerados superficiais", afirma Rohdie.

O que daria a Rocco grande parte de sua força e beleza seria o fato de que as divisões estruturais são também temáticas, e embora se possa criticar a incompatibilidade de sua ideologia progressista com suas formas nostálgicas, na verdade a estética em ação no filme não faz distinção entre forma e conteúdo. "A discrepância está no cerne da estrutura de Rocco. A principal discrepância é temporal, de fatos ou de conhecimentos que chegam tarde demais para salvar uma vida ou evitar uma situação. O poder e a força do melodrama só fazem sentido se comparados com a força inevitável da história. O esplêndido realismo passional de Visconti atravessou Rocco não como contradição, mas como a própria condição da força e encanto do filme", diz o autor.

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Daniela.Calcia
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20/03/2011 16:14:20

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