Terreno Baldio

Terreno Baldio José Geraldo Vieira


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Terreno Baldio





Agora que, já velho, escrevo estas memórias depois que o destino me obrigou implacavelmente a ser testemunha, comparticipante, e comparsa do Auto de Khronos, cumpro o encargo de subdividir o tempo da minha existência balizando-o por entre os fatos históricos do mundo em que vivi.

Em suas memórias, João Paulo dá relato como narrador-testemunha dos principais acontecimentos do século XX: desde o Rio de Janeiro da sua infância, com ar ainda vagamente provinciano e imperial; os anos de formação em colégios europeus, onde se torna um escultor renomado, descrevendo a Europa antes da Primeira Guerra, a Paris entre as duas guerras, os episódios dramáticos da Segunda Guerra; até finalmente o retorno às suas origens cariocas, onde encontra um cenário já bem mudado por uma época de grandes transformações. Ao contar a história objetiva de um terreno baldio da atual Avenida Getúlio Vargas e a história subjetiva do mundo no século passado, José Geraldo Vieira não se limita às fronteiras da simples narração, mas retrata, como só os grandes mestres do romance conseguem, a dura e cruel experiência que o embate das guerras gera nos seres humanos.

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