Sexto volume da coleção Jornalismo de Guerra, lançada pela Objetiva em 2004, Um Escritor na Guerra é baseado nos cadernos em que Vasily Grossman escreveu suas apurações para reportagens encomendadas pelo jornal Estrela Vermelha, do Exército Vermelho. Traduzido para o inglês em 2005, o livro retrata de maneira inédita a situação devastadora na frente oriental durante a Segunda Guerra Mundial, além das vidas e mortes de soldados de infantaria, motoristas de blindados, pilotos, franco-atiradores e civis. Grossman tornou-se enviado especial daquele jornal quando a invasão alemã teve início, em 1941, após ser rejeitado para o serviço militar. Rapaz corpulento, na época com trinta e poucos anos e sem experiência militar, ganhou um uniforme e algumas aulas rápidas de tiro. De maneira extraordinária, passou três dos quatro anos seguintes na frente de batalha, observando a luta mais impiedosa de que já se teve notícia. O autor testemunhou as terríveis derrotas e as retiradas desesperadas de 1941, a defesa de Moscou e os combates na Ucrânia. Em agosto de 1942, foi enviado a Stalingrado, onde permaneceu durante quatro meses de brutais combates de rua. Presenciou a Batalha de Kursk (a maior batalha de blindados da História) e, sempre acompanhando o Exército Vermelho, chegou a Berdichev, onde seus maiores temores com relação à sua mãe e a outros parentes se confirmaram. Judeu, assumiu a tarefa de fazer um registro fiel das atrocidades enquanto se tornava clara a extensão delas. Sua reportagem “O inferno chamado Treblinka”, extremamente forte, foi usada como prova no tribunal de Nuremberg.