O século 20 foi um século em que muitas mulheres insurgiram-se contra a vida rotineira oprimida e contra as ideologias de dominação e sujeição. Algumas dessas mulheres acumularam para si também o feito de romper com uma posição social privilegiada e de distanciar-se das saídas fáceis e conciliatórias que outras tomaram para não perder seu status. É esse o caso de Alexandra Kollontai, que ingressou nas fileilras do socialismo revolucionário russo como bolchevique, participou da Revolução russa e lutou bravamente na organização da URSS. Nunca pedindo licença, mas se afirmando, chamando a atenção dos camaradas à opressão machista e à diferença fundamental do feminismo proletário e do burguês, Kollontai construiu uma trajetória de vida riquíssima,que buscou sintetizar nessa autobiografia duramente censurada pelo stalinismo.