De um início atribulado a uma carreira de sucessos, assim se resume a crônica de Capitães da Areia, hoje uma das obras mais apreciadas por seus leitores, tanto no Brasil quanto no exterior.
Publicado em 1937, pouco depois de implantado o Estado Novo, o livro teve a primeira edição apreendida e exemplares queimados em praça pública de Salvador por autoridades da ditadura. Mas, como fênix, ressurgiu das cinzas quando nova edição, em 1944, marcou época na vida literária brasileira. A partir de então, sucederam-se as edições, nacionais e em idiomas estrangeiros, e as adaptações para rádio, teatro e cinema.
Patético documento sobre a vida dos meninos abandonados nas ruas de Salvador, Jorge Amado a descreve em páginas carregadas de uma beleza, dramaticidade e lirismo poucas vezes igualados na literatura universal.
Dividido em três partes, o livro atinge um clímax inesquecível no capítulo "Canção da Bahia, Canção da Liberdade", em que é narrada a emocionante despedida de um dos personagens da história, marcante criação do autor, que se afasta dos seus queridos Capitães da Areia "na noite misteriosa das macumbas, enquanto os atabaques ressoam como clarins de guerra".
Jorge Amado, editado exclusivo da Record no Brasil, assumiu, definitivamente, em Capitães da Areia, a destacadíssima posição que ocupa no panorama literário brasileiro.
Ficção / Literatura Brasileira / Romance