Com uma linguagem e atmosfera que lembram o melhor de Kafka, Coração apertado é um romance perturbador, narrado em primeira pessoa pela protagonista Nadia.
Ela e Ange são um casal de professores de escola primária no interior da França, extremamente dedicado a seu ofício. De uma hora para outra, começam a notar que seus vizinhos, alunos, colegas e desconhecidos passam a olhá-los e tratá-los de modo diferente e violento, sem um motivo aparente. Já no início da narrativa, Ange é ferido e seu corpo passa por metamorfoses visíveis – outro acento kafkiano.
Com uma escrita sóbria e densa, Marie NDiaye cria um suspense apavorante, com toque de humor ferino e dilacerante, que não se desvia das tensões sociais da França de hoje. Nas palavras de Beatriz Bracher, que assina o texto de orelha da edição, “Coração apertado é surpreendente e terrível até o final”.
Marie NDiaye é a primeira francesa negra a ganhar o Goncourt, prêmio literário de maior prestígio da França, conquistado em 2009 e que há onze anos não era atribuído a uma mulher.