spoiler visualizarEstefany 10/09/2024
Esperar e ter esperança!
O livro retrata a história de um jovem marinheiro, Edmond Dantès, o qual, mesmo na sua juventude, aspirava ao cargo de Capitão do navio "FARAÓ", do Senhor Morrel, tinha uma noiva que o aguardava em Marsella e um pai que o amava profundamente. Ao chegar de uma viagem do Faraó e contrariando os seus planos, Dantès, no dia de seu noivado com Mercedes, foi preso, acusado de Bonapartismo em uma França que vivia o período Monárquico, pós-exílio de Napoleão na Ilha de Elba e antes do seu retorno e do seu segundo exílio, na Ilha de Santa Helena.
Tal articulação foi feita por Danglars, companheiro de navio de Edmond que, movido por inveja, pois ele queria ser capitão, juntou-se a Canderousse, vizinho de Edmond e de seu pai, e a Fernando, primo de Mercedes, o qual a amava e a queria e, por isso, odiava Dantès. A acusação foi feita por meio de uma carta e enviada ao procurador do rei, o qual estava ausente e o ofício foi levado ao seu substituto, Villefort. Dantès, certo da sua inocência, reagiu com calma, Morrel, o seu patrão, tentava ajudá-lo de todas as formas possíveis, mas foi em vão. A carta que incriminava Edmond falava em um documento que estaria em sua casa e que chegou às mãos de Villefort, mas ao invés de encontrar substância que incriminaria Dantès, encontrou o que incriminaria o seu pai, Bonapartista ferrenho, o Senhor de Noirtier. Assim, Villefort queimou as provas contra o seu pai e, consequentemente, queimou a liberdade de Dantès. Edmond foi, então, enviado ao Castelo de IF, sendo aprisionado em seu calabouço como número 34. Nesse período da sua vida, que durou 14 anos, Edmond passou fome, quis morrer e amou a ideia do suicídio até o dia em que conheceu o número 27, o seu companheiro da cela ao lado, o padre Abade Faria, o qual era chamado de louco por oferecer milhões em troca da liberdade. O padre não estava louco, tinha força, cavou um túnel e deu de cara com a cela de Dantès. Tornaram-se amigos. Pai e filho. O Padre confiou a Dantès muito mais do que a sua fortuna que o esperava no mundo, confiou-o todos os conhecimentos do mundo: matemática, química, astrologia, medicina e, acima de tudo, os conhecimentos da religião. A fuga não ocorreu como planejado, Dantès fugiu, enquanto que seu amigo jamais pudera voltar a ver a luz do dia e o frescor de uma brisa novamente. Com a fortuna para si, Edmond adquiriu o título de Conde de Monte Cristo, nome que expressava onde toda a sua fortuna estava enterrada, além de muitos outros títulos. O, agora Conde, passou a dedicar a sua vida à vingança dos que o fizeram mal, dos que o tiraram a sua noiva, que deixaram o seu pai morrer de fome e que tiraram a sua liberdade e fez isso com maestria. Tudo é perfeitamente interligado e o Conde parece ter calculado cada mínimo fator, mas não calculou o amor que Maximilien de Morrel sentia por Valentine, filha do Senhor de Villefort e, como Edmond via Maximilien de Morrel como um filho, não podia deixar que nada acontecesse àquela que Maximilien mais amava no mundo.
"É preciso ter querido morrer, Maximilien, para saber como é bom estar vivo."
Ao livro que foi o meu refúgio por 1300 páginas e que, apesar de falar sobre vingança, sobre as desgraças humanas e o terrível espírito que assombra todos aqueles que preferem a riqueza e, por ela, agem com maldade, também me ensinou sobre o amor sincero, sobre a espera, a esperança em um futuro e a um Deus que nos acolhe nas nossas angústias, minha mais sincera gratidão.
Não é atoa que é um clássico. Leiam sem medo.