TÁSSIA ROCHELLI 30/09/2014
Quincas Borba
Rubião, mais um dos brilhantes personagens machadianos, vem nos trazer uma bela reflexão sobre a fragilidade humana.
Pobre professor, vai cuidar do amigo Quincas Borba, inventor da teoria de humanitas, que adoece e morre, deixando para o cuidador toda a sua fortuna.
Rubião muda-se de Minas Gerais (Barbacena) para o Rio de Janeiro, onde conhece muitas pessoas, que se aproximam dele de forma interesseira, já que este era o mais novo rico da sociedade carioca.
Todos que se aproximam de Rubião levavam consigo o pensamento de usufruir de sua riqueza e assim faziam. Aos poucos, o novo rico vai gastando, de forma desordenada, toda a sua herança. Palha, esposo de Sofia, por quem Rubião enlouquece de paixão, é o que mais se aproveita da situação, faz-se de amigo, forma sociedade com Rubião, paga as contas, investe em aplicações, tudo com o dinheiro do pobre homem. Quando sai da miséria, Palha chuta o "amigo", para que não fosse necessário a divisão do lucro obtido.
Finalmente, Rubião sem dinheiro, sem amigos, sem Sofia, no abandono, enlouquece, volta para Barbacena, adoece, graças a um banho de chuva, e morre.
Uma história recheada de relações ambiciosas, de pessoas que usam outras pessoas para adquirir uma posição social elevada, sem ao menos sentir remorso.
Machado de Assis é assim, não mascara a natureza do ser humano, que a apresenta falha, egoísta, hipócrita.