Cordeiro 03/07/2013
Ao vencedor, as batatas!
O livro dispensa apresentação! Na minha opinião é o melhor livro do Machado de Assis. E não, não estou louco! O surpreendente dessa narrativa é como o autor adentra e demonstra o comportamento humano. Quincas Borba é a realidade humana pura e crua. Passa imperceptível no decorrer da leitura a ganância de uma sociedade medíocre, a exploração, a ironia e tudo isso que acontece no mundo. Todavia, ao final do livro, no fim trágico eu diria, depois de uma segunda leitura, compreende-se como o ser humano é volátil na sociedade. Certo dia ele é aclamado, procurado (porque tem dinheiro). Em outro ele é desprezado, tratado como louco, doente, etc. Tudo o que vem fácil vai fácil. Você só tem amigos quando você tem algo a oferecê-los. Isso fica bem claro nessa esplendida obra.
Porém, certamente, é fato que a primeira leitura dessa obra é repudiante, cansativa, truncada, sem graça. Típico dos textos machadianos, há uma difícil interpretação das cenas. Enfim, para leitores novos é um livro chato. Contudo, o importante dessa obra é a questão filosófica. Sim, é uma obra puramente filosófica. E isso é encantável! Sendo esta uma obra "interligada" com Memórias Póstumas de Brás Cubas, é recomendável que se leia primeiro esta última para se obter uma compreensão maior dos personagens. Há, de toda forma, partes divertidíssimas. Como Quincas Borba ter um cachorro chamado Quincas Borba. "Quincas Borba sorriu para Quincas Borba" Risos. Enfim, será que o Humanitismo é uma filosofia válida? Seria ela aplicada na bagunça do mundo atual? (Essas questões eu as deixo para os universitários!)
Finalizando, recomendo para os meus colegas aclamadores da Literatura de Qualidade, que apreciem cada capítulo e enlouqueçam juntamente com Rubião. Etc.