A visão das plantas

A visão das plantas Djaimilia Pereira de Almeida




Resenhas - A Visão das Plantas


83 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6


Luísa Anjos 28/02/2024

Esse livro é bem diferente do que costumo ler, mas no geral a experiência foi positiva. nunca tinha lido nada da autora, sua escrita é poética e profunda, além de levantar alguns temas interessantes: o que cabe na velhice? como devemos lidar com idosos que mais jovens foram cruéis? deveria haver alguma diferença de tratamento? se sim ou se não, por qual motivo? e como e quando devemos dar segundas chances, reconhecer mudanças e permanências? será que o tempo e a idade alteram nossa percepção e influenciam nossa opinião nesses tópicos?

essa leitura me convidou muitas vezes, de forma gentil e aterradora, a atravessar minha zona de conforto, e gostei disso
Nanath 28/02/2024minha estante
Lindas palavras... Zap? ?


Luísa Anjos 29/02/2024minha estante
Tô comprometida!




Ana Sá 29/07/2023

O cultivo de uma pessoa tenebrosa
Em "A visão das plantas" (2019), a escritora luso-angolana Djaimilia Pereira de Almeida decide provocar suas leitoras. Nessas breves páginas, somos apresentadas ao Capitão Celestino, um homem de idade avançada que após cometer crimes brutais em seus anos em alto mar, volta a sua casa e passa a estabelecer uma relação bastante afetuosa e delicada com seu jardim. Sem demonstrar vontade de redenção, a personagem é o que é: um idoso convictamente inescrupuloso capaz de zelar e contemplar os mínimos detalhes de cada folha e flor por ele cultivadas.

E aqui encaminho a resenha pro fim, pois tudo sobre o livro está dito. Em quase 100 páginas, a narrativa nos mantém num lugar de desconforto semelhante ao dos vizinhos de Celestino: inquietos, passamos a leitura toda tentando identificar pelas frestas qualquer explicação pra aquela junção do grotesco com o afetuoso. Parece pouco pra uma trama, mas é um "pouco" tão intenso.

Eu já tinha gostado muito do premiado "Luanda, Lisboa, Paraíso" (2018), e agora sinto que me tornei sua leitora de carteirinha, mesmo havendo aspectos de estilo que escapam um pouco ao meu gosto literário. Devido a excessos de poesia, eu considero que o lirismo é a dor e a delícia da escrita da autora; ora me encanta, ora me confunde ou me cansa. Mas apesar disso, exalto novamente Djaimilia... Num tempo de maniqueísmos e reducionismos, ela nos convida a uma leitura com poucas respostas, marcada por um modo gentil, mas não por isso condescendente, de encarar de perto o (des)humano.
JurúMontalvao 29/07/2023minha estante
?


Flávia Menezes 29/07/2023minha estante
Bela resenha, amiga. ??????




Leila de Carvalho e Gonçalves 14/03/2021

O Jardim
A angolana Djaimila Pereira de Almeida é uma das mais promissoras vozes da literatura lusófona. Para se ter ideia, aos 28 anos, ela foi vencedora do Prêmio Oceanos com o livro Paraíso e no ano ano seguinte, 2020, travou o segundo lugar na mesma premiação, dessa vez com uma novela.

Intitulada A Visão das Plantas, ela reúne reflexões filosóficas e uma invulgar beleza poética, para apresentar em 80 páginas, uma narrativa bastante peculiar sobre as condições que uma pessoa deve impor a si mesmo para poder sobreviver.

Sua história foi inspirada num trecho de outro livro, Os Pescadores de Raul Brandão, que se distingue por ser um dos preferidos de Djaimila. Nele, o escritor comenta ? en passant ? sobre as pessoas que conheceu, quando era levado pela mão até ao colégio. Entre elas, está o capitão Celestino:

?Tendo começado a vida como pirata a acabou como um santo, cultivando com esmero um quintal de que ainda hoje não me lembro sem inveja. Falava pouco. ...A sua vida anterior fora misteriosa e feroz. De uma vez com sacos de cal despejados no porão sufocara uma revolta de pretos, que ia buscar à costa de África para vender no Brasil. Outras coisas piores se diziam do capitão Celestino? Mas o que eu sei com exactidão a seu respeito é que para alporques de cravos não havia outro no mundo.?

Cravos cultivados pelo capitão no quintal da casa onde nasceu e partiu ainda adolescente, para seguir uma vida de aventuras. Seu regresso, já idoso, foi marcado pela má fama que o precedera, provocando medo e distanciamento dos habitantes da vila. Entretanto, isto jamais lhe incomodou, pois apenas nutria uma certa simpatia pelas crianças, ?criaturas perfeitas, sem dores, ressentimentos ou crendices?.

Em linhas gerais, a novela descreve os últimos anos de vida desse capitão. Uma lenta decadência enquanto ele constrói um jardim e esse convívio com a natureza, algo que realmente lhe apraz, assume contornos cada vez mais complexos, conforme sua cegueira avança e a demência embaralha as lembranças.

?As plantas viam?no como um olho de vidro vê a passagem das nuvens. Elas e o seu amigo eram seiva da mesma seiva, da mesma carne sem dó nem piedade. Atrás das costelas, no lugar do coração, o corsário tinha uma planta. E, por tudo isso, não o julgavam.?

Por sinal, essa cegueira pode ser entendida como uma metáfora para o afastamento das culpas de Celestino, condição que lhe permite uma consciência tranquila e pende sobre uma temática recorrente na obra de Djaimila: as relações assimétricas que não deixam claro com quem está o poder, no caso, quem domina e quem está sendo dominado.

?Não era mais Celestino que tomava conta das flores, mas elas que tomavam conta dele. Tinha medo delas, medo de que o agarrassem pelas pernas e o estrangulassem...
Quase fora deste mundo, o jardineiro deixara de ser o jardim, porque o jardim se tornara jardineiro do jardineiro.?

Curiosamente, A Visão das Plantas é uma história isenta de julgamentos que multiplica questões ao invés de respondê-las, permitindo ao leitor explorá-la sob distintas perspectivas. Para tanto, a escritora escolheu escapar do óbvio, focar no passado do protagonista, para priorizar sua última realização: um jardim. Essa escolha ocorreu após Djaimila ver numa revista a fotografia de um homem cego no jardim que ele mesmo cultivava e quem quiser conhecê-la, a imagem está na capa da edição portuguesa do livro; já na edição brasileira, ela foi substituída provavelmente por conta da lei dos direitos autorais.

Enfim, se você pretende escapar do óbvio como Djaimila, recomendo.

?O quintal amanhecia sob o nevoeiro salgado. Aos poucos, a neblina levantava, revelando a cor das flores. Os borrões grená, amarelos e turquesa, esbatidos na palidez aguada, sem deixarem perceber o contorno das pétalas e a realidade dos caules, pareciam planar na atmosfera. Às vezes, uma auréola teimosa de nuvem mantinha?se sobre os canteiros depois de a névoa se ter dissipado. Celestino, emergindo da bruma, contemplava a condensação do tom das suas barbas. Soprava o fumo da cigarrilha para cima da auréola que, perfurada, se arrepiava com o bafo quente e se retraía como um balão tímido tocado por uma agulha. A neblina trazia até ao jardim o cheiro das algas e das ondas, cujo ronco, nos dias de tempestade, chegava até à casa. Era quando o quintal se fazia um castelo de areia, jardim erguido à beira?mar. E o velho capitão regressava por instantes à infância de menino na praia. Se começara a vida brincando aos marinheiros, a atirar?se de cabeça do pontão, acabava?a brincando aos jardineiros.? (posição 46)
comentários(0)comente



day t 28/03/2021

Enfadonho
Fazia tempo que tinha me demorado tanto num livro curto. A escrita é bem poética, e bem metafórica ? o que em certo ponto me incomoda um pouco ?, a história é interessante e bem triste. É sobre um ex capitão de navio negreiro que era muito violento ? com os negros, mas não só, também com crianças, etc. Esse capitão retorna, impune, a sua casa de quando era criança, e a casa está vazia (todos os seus familiares já não existem mais), e ele começa a cuidar do jardim, despretenciosamente. Mas vê naquele jardim um lugar de paz, onde ele consegue dar o melhor dele. E aí são 85 páginas sobre essa relação dele com as plantas, e com tudo o que ele fez, a forma como as pessoas enxergam ele, a forma como ele se enxerga. É um homem extremamente solitário, vazio, que envelhece ao lado das plantas, que lhe são o que há de mais precioso. O final do livro é bem triste.
Enfim, não gosto de dizer que um livro é ruim e, de fato, este não é um livro ruim, mas não me afetou em nada, não me prendeu, achei a leitura arrastada e esperava muito mais da história.
comentários(0)comente



Giovana 31/03/2021

Muito bonito. Fala sobre a vida de um homem que foi terrível e que retorna a sua velha casa para viver o final de seus dias. A autora utiliza das plantas e seu universo com muita delicadeza.
comentários(0)comente



@emedepaula 13/04/2021

O jardim desperta, o mar vem buscar
“Celestino tinha os pés pesados. Ninguém sabia onde estava, caminhando dentro do estômago de Deus: a floresta. Mas não apeteceu a Deus engoli-lo.”

Eu estava completamente equivocado. Julguei mal a grandeza desse pequeno livro. Reli algumas passagens e realmente reavaliei minha leitura [enquanto ainda está fresco na memória]. A língua causa sim um estranhamento pela aderência à um português mais arcaico, mas isso é um dos pontos que torna esse livro tão bonito. E a história é de um refinamento ímpar. Djaimilia conseguiu algo grande. É ótimo ter contato com livros que talvez não serão best-sellers, mas qual conteúdo certamente transcenderá os tempos. Belíssimo.
comentários(0)comente



Maia 16/05/2021

Lírico, encantador, poderoso. Todos são bons adjetivos pra este premiado livro. A trama é uma boa demonstração de como as coisas belas são simples.
comentários(0)comente



Julio.Gurgel 24/05/2021

A visão das ciladas
Há uma leva de autores portugueses (e alguns angolanos) que fazem um sucesso danado com histórias fabulescas construídas em transe poético. Geralmente são narrativas com uma pegada moral e cheias de passagens instagramáveis.

Valter Hugo Mãe, Afonso Cruz, Ana Margarida de Carvalho (para citar apenas os que eu conheço) são mestres nisso. Djaimilia, pelo visto, quis garantir sua fatia nesse bolão de mercado.

Mas o resultado é morno. O mote de A visão das plantas é legal - um ex-capitão de navio negreiro que amarga seus últimos dias na solidão e na decrepitude - o texto é bonito e tal, mas a impressão é a de que o estilo dominou a autora, e não o contrário.

Cadê a voz de Djaimilia? O texto parece qualquer coisa escrita 300 vezes por valter-hugos, afonsos e margaridas.

O ponto positivo do livro é o tamanho. Com apenas 88 páginas, dá pra passar adiante rapidinho.
comentários(0)comente



Rafael Mussolini 24/06/2021

A visão das plantas
"A visão das plantas" da Djaimilia Pereira de Almeida (Editora Todavia, 2021) encara de frente um dos maiores dilemas enfrentados pela religião, pela filosofia, pelos poetas e diversas outras instâncias do pensamento: o que é ser bom ou ser mal? Mas é claro que a autora não tem a pretensão de dar uma resposta definitiva pra gente, pois então não estaríamos falando de literatura. Djaimilia coloca muitas outras questões em nossa cabeça e isso tudo com uma escrita poética de tirar o fôlego de tão artística, profunda e desafiadora. Se falar de bem e mal é explorar dualidades, a autora aproveitou dessa característica para criar uma narrativa que também é pura dualidade. Desde a personalidade do protagonista, até a representação do que poderia significar a lida e o cuidado com as plantas, existem dois mundos a serem explorados, uma espécie de Yin e Yang mostrando que na vida tudo tem mais lados do que poderíamos imaginar. A ideia para escrever essa história nasceu após a autora ter lido o livro "Os Pescadores" do Raul Brandão. O trecho que chamou a atenção de Djaimilia está na introdução de A visão das plantas.

Djaimilia conta a história de um capitão de navio negreiro que após se aposentar retorna a Portugal, para a casa abandonada de sua família com uma trajetória de violências e atrocidades. Ele sabe muito bem de tudo que fez e seus vizinhos, a comunidade para a qual retorna também conhece seus mal feitos. Carregando essa bagagem, uma trajetória assombrosa, o Capitão Celestino se joga com afinco nos cuidados de um jardim. Cercado por flores e plantas dos mais diversos tipos, Celestino se fecha cada vez mais em seu próprio mundo. A lida com as plantas parece ser a sua maneira de realizar algo de bom e delicado antes do fim de sua existência.

"Nenhuma flor lamentava a morte dos escravos que Celestino sufocara em mar alto. Os homens despejaram a cal no porão, saco a saco. Os negros viram que um pó caía sobre eles, mas não entenderam o que se passava. Os sacos de cal foram vazados no porão e a porta fechada por Celestino. Ouviram-se gemidos, pedidos de socorro e, passado algum tempo, um silêncio que apaziguou os piratas. O rapaz que lhes abrira o porão pela calada manteve-se a um canto, aturdido."

Na minha leitura, não consegui perceber um sentimento real de arrependimento pelas monstruosidades cometidas por Celestino. Acredito que o homem mantinha vívida todas as suas concepções de mundo, e o que ele fizera foi se render ao cansaço, se recolher à própria solidão por saber que boa parte das pessoas não comungariam com o que fizera durante toda a vida. Celestino começou a se ver diante de um outro mundo que não aceitaria a sua história.

As plantas aparecem como algo que significa o belo, o estético e o prazer para Celestino, mas também como companhias, que encheriam sua vida de beleza, que ocupariam seu tempo e o mais importante, não o julgariam.

O retorno de Celestino para casa, para Portugal, serve como uma ótima alegoria para demonstrar a mudança de um tempo, o processo de transição da sociedade. Quando Celestino volta pra casa ele se vê em um lugar que faz parte da sua história, onde estão suas maiores lembranças, onde passou a sua infância, acontece que como ele não é mais o mesmo, aquele lugar também não teria como ser o mesmo. "A mobília não saudou o seu regresso. Não tinha mais ninguém na vida." A partir daí Djaimilia é muito perspicaz a dar vida à casa, às plantas, aos móveis e a própria poeira da casa a muito fechada.

"Abriu as portadas e o ar entrou nela como um esconjuro. Os lençóis sobre os móveis esvoaçaram e o capitão teve medo de que a alma da casa saísse pela janela e se perdesse na rua. Fechou-as de novo e, em silêncio, respirou o pó."

Seguindo na aposta pela dualidade a única pessoa com a qual Celestino conversa e recebe visita é a do Padre Alfredo. O homem tenta convencê-lo a se confessar, a enfrentar de frente seu passado, mas naquele momento de vida de Celestino, um homem velho, rechaçado pelas pessoas e quase cego o que menos deseja é verbalizar suas atrocidades. Celestino, apesar de aparentar não fazer mais nenhuma das maldades que fazia parte do seu dia a dia, faz questão em manter sua fama de abominável viva. Assim ele mantém as pessoas longe.

Celestino, que sempre fora um homem duro, bruto, um assassino, no fim da vida se ajoelha para cuidar de plantas e com um cuidado e um amor que saltam aos olhos, tanto pela dedicação como pela beleza do seu jardim. Uma mão que levantou faca, porrete e pólvora, de repente se vê podando, aguando e retirando ervas daninhas. O delicado substitui a brutalidade em devoção e silêncio.

"A visão da plantas" trabalha com uma beleza que pode ser a beleza por si só, como também uma beleza mórbida. No livro plantas e protagonista são explorados a fundo. O silêncio de Celestino fala mais do que se a publicação se estendesse por mais de mil páginas e toda a simbologia das plantas, a sua necessidade de contenção para que não tome conta de tudo, e sua quase que indiferença ao que está a sua volta, ajudam a criar um clima em torno da leitura que é poético, mas que também é tenso. Assim como toda a história de vida de Celestino, também a lida com as plantas o aproxima da relação vida e morte. Vida e morte continuam em suas mãos.

O livro se torna muito ousado ao mostrar um outro lado de uma pessoa com uma história pavorosa. Não é uma história de pequenos erros, é a história de um assassino genocida. É de uma coragem imensa escrever sobre a humanidade que possa existir (e existe de alguma forma) também nessas pessoas que devassam vidas. A máxima de que ninguém é só mal permeia todo o livro e de forma alguma Celestino ganha um perdão dos leitores por isso. O certo e errado, assim como bem e mal deixam de pedir uma definição para ganhar exploração. Assim, podemos refletir e conversar, deixando um pouco o julgamento de lado, e indo um pouco mais a fundo tentando entender sobre o que leva alguém a ser o que é. Djaimilia consegue se manter como uma narradora completamente imparcial e joga a história de Celestino em nossa cara. O leitor faz o que quiser com ela.

site: https://rafamussolini.blogspot.com/2021/05/a-visao-das-plantas-da-djaimilia.html
comentários(0)comente



Luciana Luz 26/06/2021

A visão das plantas
"As plantas viam-no como um olho de vidro vê a passagem das nuvens. Elas e o seu amigo wram seiva da mesma seiva, da mesma carne, sem dó nem piedade. Atrás dqs costelas, no lugar do coração, o corsário tinha uma planta."

Um livro sobre ambiguidades. A história é de Celestino, mas quantos de nós em menor ou maior escala vive dentro de si entre o certo e o errado, a luz e as trevas?
comentários(0)comente



Caco 17/07/2021

Em um jardim, a história de uma vida.
A primeira ideia que me surge é a de que estamos conectados ao mundo; à este mundo formado pela vida, pela construção, pelas dicotomias. É a ideia cíclica da vida como processo de transformação? de transmutação. Essa conexão me é apresentada pela necessidade do meu corpo em estar em relação ao ambiente. Eu preciso de ar para respirar, necessito de alimentação para me fortalecer; é desse contato com o mundo que me cerca que construo a minha interpretação dessa existência tão cheia de possibilidades.

A segunda ideia é que a visão das plantas é uma metáfora do olhar coletivo perante a ação individual. É, ao mesmo tempo, as expectativas externas e a frustração interna. É a junção de sentimentos e ações que são construídos dentro de cada um, plantados no mesmo jardim.

A visão das plantas ressoou em mim como um olhar sobre a vida; como este processo de compreensão de tudo o que nos compõe enquanto humanos através do cultivo das flores e das sementes. É também, o olhar cru sobre as ervas daninhas que surgem como pragas? a visão das plantas é a lembrança de que o macrocosmo habita também, dentro de mim.
comentários(0)comente



Cleber 17/11/2024

Desafio Literário BibliON de Novembro
Lido para o Desafio BibliON de Novembro - um livro premiado.
Vencedor do prêmio Ocenos.

"...O quintal florido estava calmo. Se ali vivia o diabo, era bom jardineiro."

"A morte, quando quer, tem toda a paciência do mundo"
comentários(0)comente



Allisson 23/08/2021

Interessante. Livro no português de Luanda (Angola), a leitura começa um pouco travada mas vai avançado. É um livro morbido e carregado de dor. Vale a leitura.
comentários(0)comente



Leonardo.Lenner 13/09/2021

Sublime e lírico.
As 88 páginas de "A visão das plantas", de Djaimilia Pereira de Almeida, narra, com lirismo, sensibilidade e ritmo meditativo, os últimos anos do corsário Celestino - que após uma vida intensa, marcada por mistérios brutais de uma vida além-mar em um navio negreiro, decide encerrar essa trajetória cuidando de um jardim em sua casa de infância.
Muitos sentimentos me atravessaram ao longo desta leitura, me fazendo criar empatia e preocupação com personagem central (mérito total do talento narrativo da Djaimilia), apesar de sermos cientes de todas as atrocidades que fez em seu passado.
Mas o que mais me marcou é o dilema da alma humana em busca de redenção, mesmo à resistência interior mais profunda: traduzindo em uma atividade de conexão com a natureza um caminho de expiação e catarse perante as perturbações geradas ao longo de uma vida inteira de violência, ódio e destruição, elementos que podem ser ocultados e, consequentemente, invisíveis aos que olham superficialmente o outro.
Esse livro é denso, profundo e nos proporciona uma análise interessante sobre a condição humana.
comentários(0)comente



Maria4556 02/10/2021

.
Comecei o livro não entendendo do que se tratava e depois percebi uma mescla de um passado cruel com um presente marcado por uma sensibilidade muito triste e melancólica.

?Temia enlouquecer do correr das horas, da cadência das ondas, a ampulheta no fundo de tudo era o seu antagonismo?
.
.
?Eram chamadas à realidade, mas o que é real para um moribundo??
comentários(0)comente



83 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR