Raphael 24/08/2020Leiam para os seus filhos e leiam por vocês mesmos16° livro do ano: A Bolsa Amarela, de Lygia Bojunga.
Nota: 4,0/5,0
Nunca tinha ouvido falar de Lygia Bojunga até recentemente, quando o @synvalbarreiros fez um post, no Instagram, indicando a leitura de 5 escritoras brasileiras, entre as quais a incluiu. Curioso, fui pesquisar a respeito de sua obra e, desde então, quis ler algo dela. Foi a primeira escritora brasileira a ganhar o Prêmio Hans Christian Andersen (1982) - uma espécie de Nobel da literatura infanto-juvenil - e também o Prêmio Astrid Lindgren Memorial Award (2004), que utilizou para criar uma fundação dedicada a incentivar a formação de leitores. Assim, quando vi que o @leiamulhereslavras estava propondo a leitura desse livro, pedi licença para participar dessa leitura, junto com o grupo e agradeço desde já pela experiência de leitura.
A Bolsa Amarela é um desses livros para crianças que os adultos deveriam ler. Conta a história de Raquel, uma menina cheia de imaginação, que tem três grandes vontades: queria crescer depressa; queria ter nascido menino (porque ela achava que ser menino devia ser muito mais legal, já que os homens "podem tudo" e ela tinha vontade de brincar de um monte de coisa que diziam pra ela que não podia, por "ser coisa de menino"); e queria ser escritora. Bastante incompreendida e reprimida pela própria família, Raquel acaba enfiando essas três vontades numa grande bolsa amarela que ganhou de presente e, a partir daí, vive a sua jornada de autodescobrimento, transitando entre o real e o imaginário, com amigos para lá de especiais, como um carismático Galo chamado Afonso, entre outros.
Além de uma história divertida, A Bolsa Amarela toca em temas importantes:
1) é um livro sobre respeito à criança, em sua condição de indivíduo;
2) perpassa a questão da emancipação da mulher;
3) publicado em 1976 - em pleno regime militar - o livro faz críticas veladas ao autoritarismo.
É bem curtinho. Leiam para os seus filhos e leiam por vocês mesmos.