Yslana 21/04/2022
Confesso que no início não estava gostando muito desse livro, acho que talvez pelo seu conteúdo pesado, o seu estranho vocabulário e as gírias "nadsat" e os vícios de linguagem do narrador, e aquela kal toda, que me causou um pouco de desconforto, e fui apenas me acostumar com esse linguajar do meio para o fim do livro, quando já estava mais familiarizada com as palavras e termos inventada pelo personagem (que diga-se de passagem, foram muito bem criadas por Anthony Burgess), dos quais ao final do livro tem o seu significado, porém é interessante verificá-las quando o leitor realmente não conseguir entendê-las dentro do contexto em que estão inseridas.
Ó, meus irmãos, temos aqui, portanto, a história de 4 adolescentes, contada por um deles, o Alex, um jovem de 15 anos, que é o personagem/narrador e o principal do enredo. E o que esses rapazes fazem é praticamente passar o dia bebendo Moloco, uma espécie de bebida que mistura leite com alguma droga sintética, e durante à noite eles saem pelas ruas da cidade praticando atos de ultraviolência como eles mesmos chamam. O Alex já havia passado por um tipo de reformátorio correcional, algo que não deu muito certo haja vista as inúmeras crueldades praticada por ele e seus amigos. Em um desses atos de violência, os amigos de Alex o traem e ele acaba sendo pego e preso pela polícia. Mesmo dentro da cadeia Alex consegue ainda praticar agressões. Depois de dois anos preso, ele se torna cobaia do governo para um processo de experimento de cura que se chama Tratamento de Recuperação, com a promessa de que em 15 dias ele estará tratado e totalmente curado para ser inserido de volta à sociedade, e claro, sem praticar nenhum tipo de violência.
Esse livro, apesar do ano em que foi escrito, se encaixa muito bem com a nossa realidade atual, trazendo reflexões e questionamentos sobre os temas que são colocados pelo autor, como a natureza humana, política, liberdade, violência, sistema carcerário, relações familiares, entre muitas coisas, que para descobrir e refletir, só lendo esse clássico, para sentir raiva e ao mesmo tempo empatia pelo personagem. Vale muito a leitura!