Debora 31/01/2022Um relato autobiográfico muito confusoPreciso dizer que relatos autobiográficos nunca são uma escolha de leitura para mim. Mas eu leio tudo o que a TAG manda exatamente para sair da minha zona de conforto.
Contudo, este livro foi bem indigesto. Narrativa confusa, a ponto de eu pouco entender o 1o capítulo - de que ele estava falando ali? Eram tantas frases cortadas e assunto junto que foi uma leitura bem ruim (quase abandonei o livro ali).
Kiese Laymon fala do seu lugar de homem negro e gordo (Pesado) no sul dos EUA (mais especificamente no Mississipi). Mas a forma como ele joga as questões faz com que, sim, ele consiga colocar palavras para fora. Agora, para além disso há pouco. Ou, minto, há sim toda uma relação confusa com a mãe explicada em frases entrecortadas.
Os capítulos 2 e 3, em que ele discute a construção de uma ideia de abundância negra (?!?) com seus amigos e relata sua ida pra universidade e sua transformação em professor são bem melhores de ler.
Mas aí vem o capítulo 4 "Vícios norte-americanos", um monte de ideias jogadas. E uma parte em que ele trata do futuro dele em relação ao tempo narrado poderia ser interessante e daria todo um livro novo. Só que a forma em que ele narra só torna a leitura enfadonha mesmo...
Enfim, é isso. Me conquistou muito pouco, não me ensinou nada, leitura chata.
Tem umas passagens boas, mas que ficam nisso e são repetitivas. Veja esta, em um diálogo seu com a mãe: "Acho que nós todos somos pessoas quebradas... Algumas pessoas quebradas fazem tudo o que está ao alcance delas para não quebrar outras pessoas. Se nós vamos ser pessoas quebradas, eu só fico aqui imaginando se poderíamos ser esse tipo de pessoa quebrada a partir de agora". E assim, com frases deste tipo e mentindo para si mesmo, ele termina o livro.