Norte e Sul

Norte e Sul Elizabeth Gaskell




Resenhas - Norte e Sul


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Agnes 22/01/2017

“Se você vive em Milton, deve aprender a ter um coração corajoso.”
“Adormeceu com a esperança do surgimento de alguma luz. Se interna ou externa, tanto fazia. Mas, se soubesse quanto tempo demoraria até que a luz chegasse, seu coração afundaria no desespero.”

Norte e Sul é um romance publicado em 1854 de autoria de Elizabeth Gaskell, escritora inglesa da Era Vitoriana, período literário de 1837 a 1901, conhecido como o reinado da Rainha Vitória na Inglaterra. Seus romances foram publicados em forma de folhetins e tratavam de diversos temas sobre a vida em sociedade, seus costumes e valores.

A obra, escrita com narrador em terceira pessoa onisciente, trata da história de Margaret Hale, uma moça advinda do campo, cidade chamada Helstone, Sul da Inglaterra. A personagem vivia com seus tios e após voltar para a casa de seus pais, descobre que seu pai Sr. Hale, ministro da Igreja local, resolve afastar-se de suas funções e assim mudar radicalmente de vida, trocando a tranquilidade de Helstone, pela cidade industrial de Milton, no Norte.

O enredo desenvolve-se a partir dessa mudança. A protagonista dona de uma personalidade muito orgulhosa e decidida, e um tanto preconceituosa com os comerciantes e o tipo de vida levada pelos habitantes do Norte, não aceita de imediato essa decisão, porém com o passar do tempo, ela acolhe seu destino:

“As despedidas tão apressadas, entre todas as outras despedidas, daqueles com quem convivera tanto tempo, agora a oprimiam com uma tristeza melancólica pelos momentos que não mais voltariam.” (pg 42)

Depois dessa passagem, vemos como é difícil a adaptação da personagem nessa nova cidade, pois Helstone era uma cidade com um clima fresco, agradável, com um ar limpo, repleto de árvores e flores, enquanto Milton:

“Era muito escura em contraste com o pálido céu cinza azulado do inverno. [...] Ao se aproximarem da cidade, o ar foi ficando com um leve gosto e cheiro de fumaça. [...] Aqui e ali, erguia-se uma fábrica [...] soltando fumaça negra...” (pg 115)

E lá, Margaret conhece o Sr. Jonh Thornton, um comerciante dono de uma indústria tecelã. O personagem torna-se aluno do Sr. Hale e mostra-se muito solicito com a família Hale, no entanto em seu primeiro encontro com a Srta. Hale existe um conflito entre os dois. Percebe-se que a personalidade dos personagens sendo orgulhosos com suas origens e valores (campo x cidade), trazem um ambiente mais denso ao livro.

Com esse encontro, é notável observar a química e interação dos personagens, mesmo com os conflitos de aceitação e orgulho entre eles. O fio condutor da narrativa foca nesse atrito entre as diferentes concepções de vida dos protagonistas.

Além do Sr. Thornton, temos a inserção de outros personagens com destaque para a Sra. Thornton, uma mulher de uma personalidade muito forte, uma mãe protetora que é capaz de tudo pelo seu primogênito e Sr. Higgins um operário que será um grande amigo de Margaret.

Ao conhecer o Sr. Higgins, Srta. Hale, aos poucos, muda de opinião sobre as pessoas de Milton e adquiri um grande carinho por ele e pela sua filha Bessy. A pobreza, as doenças e todo o sofrimento do povo geram uma empatia na personagem:

“A partir daquele dia Milton tornou-se um lugar mais iluminado [...] Era porque ali ela havia encontrado um interesse humano.” (pg 139)

No decorrer da prosa, o tema Revolução Industrial também será crucial para o desenvolvimento da trama dos chefes industriais com os operários. O retrato da época diante desse momento histórico carrega toda a tensão dos sindicatos indo atrás dos seus direitos de melhores salários e condições de trabalho.

Todas as dificuldades, sofrimentos passados por Margaret e um grande mal- entendido com o Sr. Thornton, fará com que a personagem amadureça e mude os seus conceitos e preconceitos sobre os comerciantes e sobre a sua forma de vida:

“Se você vive em Milton, deve aprender a ter um coração corajoso.” (pg 213)

Ainda com outros dramas e várias circunstâncias de perdas, Norte e Sul é um clássico com uma escrita envolvente que vai prender o leitor do começo ao fim. A autora transmite através de sua escrita os anseios, os sofrimentos, dramas vividos tanto pelos recém chegados do campo, como pelos habitantes de Milton. Mostra os reflexos da Revolução Industrial e do capitalismo para aquela sociedade da época.

Um romance atemporal.

site: https://gotasdeepifania.blogspot.com.br/2017/01/resenha-norte-e-sul-elizabeth-gaskell.html
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aleitora 28/11/2016

Norte e Sul
li Norte e Sul da Elizabeth Gaskell nessa edição especial da editora martimartin Claret e fiquei apaixonada pelos detalhes e pela qualidade.

De início somos apresentados a parte sul e aristocrática da Inglaterra através da família Hale, que vive na tranquila cidade de Helstone. O sr. Hale é o pároco da pequena cidade apesar das queixas de sua esposa que deseja viver em um lugar maior enquanto que a filha adora o lugar.

Por isso Margareth é surpreendida quando o pai avisa que está abandonando a igreja para dar aulas em Milton Norte dentro de poucos dias.

Já em Milton a família precisa se adaptar a uma vida completamente diferente da que estava acostumada e aos transtornos de se viver em uma cidade industrial cheia de fumaça, suja e com residentes de ?pouca educação?. Ali Margareth se apega a família Higgins que pertence a classe operária enquanto que faz forte oposição a tudo que pensa e diz um aluno de seu pai, o sr. Thornton que é um rico industrial e por isso os dois vivem discutindo.

Em Milton, o sentimento de insatisfação cresce entre os operários o que aquece os ânimos entre eles e os industriais, e aqui começamos a compreender melhor as necessidades e dificuldades de cada um. Margareth se vê no meio dessa confusão e em um ato de loucura ela protege o sr. Thornton sem perceber que esse sentimento de proteção pode ter nascido de algo mais profundo. Enquanto que John, que já vinha sentindo algo por ela, encontra nesse ato o incentivo para dizer que a ama e acaba desprezado mas mesmo assim não deixa de ama-la, até que um mal-entendido promete afasta-los de vez. Infortúnios e tragédias acontecem e somente aí nós caminhamos para o grande final do qual não posso falar mais nada sem dar spoiler.

Norte e Sul é um livro extenso e profundamente detalhado. Em nenhum momento se torna cansativo, muito pelo contrário, acho que a Elizabeth Gaskell tinha um dom para prender o leitor as suas páginas. Esse livro é tão perfeito que se tornou o primeiro clássico a entrar para a minha lista de favoritos. Gostaria que todos o lessem para terem ao menos uma noção de quão bom ele é.

Leiam, está mais do que recomendado.
WilsonSacramento 29/11/2016minha estante
Ótima resenha!


aleitora 29/11/2016minha estante
Obrigada Wilson ?


Gizalyanne 17/11/2018minha estante
Poderia me dizer quando começa a empolgar? por que até agora estou achando um tédio




Naíme 30/09/2016

Resenha - Norte e Sul - Elizabeth Gaskell
Quando comecei a ler Norte e Sul tinha expectativas enormes, e quando parei para pensar nisso, logo percebi que as chances de que eu achasse que o livro ao final da leitura não tão maravilhoso assim eram certas. Mas não! Para minha surpresa não foi assim... As minhas expectativas foram superadas. Eu fico chocada com a capacidade que uma pessoa do século XIX tem em criar personagens tão incríveis. Quase não dá para acreditar que se trata de um livro de 1855.
Margaret Hale é uma personagem muito forte e independente, e é possível observar como aos poucos ela vai se tornando o esteio da família e vai conquistando o respeito e a admiração daqueles que passam a conhecê-la através de sua inteligência e de suas atitudes. É incrível ver como ela faz questão de tomar conhecimento dos detalhes dos seus negócios e resolve comunicar a sua família que vai tomar as rédeas da própria vida, isso em uma época em que as mulheres eram obrigadas a estar sempre na sombra de seus pais e/ou maridos, não tendo liberdade e praticamente autonomia alguma para definir o curso de suas vidas.
John Thornton, que em um primeiro momento mostra-se como uma pessoa rude, vai demonstrando aos poucos ser um homem justo e que passa a repensar a relação de interdependência que existe entre patrões e empregados após conhecer Margaret, que por sua vez passa a tê-lo como objeto de sua admiração com o passar do tempo.
É maravilhoso ver como Elizabeth Gaskell conseguiu em uma única obra mostrar o início dos direitos trabalhistas, com a criação dos sindicatos de operários, além de revelar uma árdua rotina de trabalho quase escravo no beneficiamento do algodão. Também mostra o trabalho infantil e a pobreza da classe trabalhadora, o que acaba por resultar em greves e trazendo uma grande tensão para dentro trama. Não é apenas uma obra romântica, é clássica, é histórica.
A única desvantagem de uma obra como esta é que, após terminar de lê-la, fica o sentimento de que a maioria das obras de hoje parecem rasas e vazias... Literatura clássica tem desse tipo de problema... #ressacaliterária
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mara sop 19/08/2016

Quando o norte e o sul se encontram
Margaret Hale é uma jovem inteligente, sofisticada, acostumada aos modos aristocráticos ingleses. Ama sua querida cidade Helstone, mas é obrigada a se mudar para Milton, uma cidade do norte, quando seu pai decide mudar de ofício. Então ela se vê numa cidade industrial, barulhenta e fumancenta, com costumes muito diferentes do que ela está acostumada.

Seu pai agora é preceptor de um poderoso industrial, John Thornton. Margaret e Thornton antipatizam um com o outro logo que se conhecem, mas ao mesmo tempo em que ele a acha arrogante demais, ela mexe com ele de alguma forma. Após um ato inesperado de Margaret que põe em risco sua própria vida pela de Thornton, ele finalmente se dá conta de que está apaixonado por ela. Mas sabe que ela jamais o aceitaria, mesmo se a atitude impensada dela comprometesse sua reputação.

Margaret Hale, vulgo Norte e Sul, é um dos clássicos mais aclamados pelas fãs de romances de época de hoje. E realmente, a história de amor entre Margaret e Thornton é linda. Mas o livro se torna denso devido ao assunto da greve (que eu, particularmente, não gosto), que acaba tomando mais tempo do livro do que o desenvolvimento do sentimento dos personagens, e isso o deixa levemente cansativo em alguns pontos. O que não denigre em nada a história do livro que tanto encanta aos leitores.

Se você gosta de clássicos e ainda não leu, leia!

site: https://goo.gl/lZ9NgP
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Hester1 18/05/2016

Romance maravilhoso. O pano de fundo do livro é a Revolucao Industrial na Inglaterra. As greves, a miséria, a fome, as doencas. Fico pensando o quanto a humanidade andou para chegarmos ao que somos e temos hoje.
A autora nos delicia com diálogos excelentes, personagens bem estruturados e nos apresenta um casal maravilhoso. Os dois orgulhosos, sensíveis e também turroes.
Alessandra 18/05/2016minha estante
LIndíssimo!!!


Alessandra 18/05/2016minha estante
Esse livro é lindíssimo!




Tracinhas 02/02/2016

por Juliana Arruda
Esse livro conta a história de Miss Margaret Hale e Mr. John Thornton, dois personagens de lugares diferentes da Inglaterra no século XIX. Ele é do Norte; e ela, do Sul. O Norte é visto como um lugar bruto e cinzento, onde abrigam fábricas e trabalhadores, agitações e greves, enquanto o Sul é dotado de um lugar tranquilo com paisagens estonteantes, pessoas sonhadoras e ar limpo.

Quando o pai da Miss Margaret Hale, o Sr. Hale, decide ir morar no Norte devido ao seu renuncio de cargo, a vida de sua família muda drasticamente. Quando chegam à Milton, a cidade no Norte onde passam a morar, Miss Hale conhece o bruto e talentoso John Thornton.

Dono de um moinho, John Thornton venceu na vida através do seu esforço e dedicação. Ele e sua mãe passaram dificuldades depois que o pai dele morreu. Thornton era ainda muito jovem, mas decidiu se dedicar a família e procurar o conforto da mesma. Como ele não tinha tempo, é de se notar que ele não teve uma educação apropriada para ser um cavalheiro, mas passa a frequentar aulas particulares do Sr. Hale — e depois que conhece a Margaret, bem, daí é que ele não deixa as aulas mesmo.

Apesar de ser letrada e educada como uma verdadeira dama, Miss Hale tem um certo preconceito com as pessoas e o lugar em que passa a viver. No entanto ela passa a notar o verdadeiro caráter do John Thornton e a se admirar por ele. Claro que ambos aparentam se “odiar” — embora o Sr. Thornton tenha deixado bastante claro, algumas vezes, sobre o seu interesse na jovem —, mas eles discordam sobre diversos assuntos, o que faz com que sempre batam de frente.

Sobre a série da BBC, foi uma brilhante adaptação do livro, e confesso que tenho um amor inestimável por ela. Não sei exatamente o motivo. Acredito que seja por o Sr. Thornton ser mais fechado e sério do que o livro. No livro podemos ver diversos pontos de vista desse personagem apaixonante — e confesso que ele foi o único que me fez continuar a leitura. Tinha momentos em que eu realmente queria entrar no livro só para esganar a Miss Hale, quando na série eu não tinha esses problemas. (Vi em algumas resenhas as pessoas comentarem totalmente o inverso do que eu disse, mas ele com certeza é mais envolvente e apaixonante no livro do que na série da BBC).

Bem, apesar de a linguagem ser um pouco rebuscada, gostei de como as palavras foram colocadas. Não me senti confusa em nenhum momento — só me senti chateada em encontrar intervalos que poderiam ter sido explorados, e outras cenas desnecessárias que poderiam ser intercaladas. No mais, vocês podem ler e/ou assistir a série porque tenho certeza de que não vão se arrepender.

Ah, aproveitando o momento, deixo um 5 Paradinhas relacionado a essa resenha: 5 motivos para levar uma pedrada por Mr. Thornton. Sim, isso mesmo. Podem ler também!


Até breve!

site: http://jatracei.com/post/138485118857/resenha-127-norte-e-sul
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Bruh 19/01/2016

Os comerciantes não são como príncipes?
Tem dois trechos dos pensamentos de Margaret Hale que eu gostei muito:

" Ela lembrou-se de que, em uma noite como essa, prometeu a si própria levar uma vida valente e nobre como a de uma heroína de um romance que lera ou ouvira contar, uma vida sem medo e sem culpa. Naquela ocasião pareceu-lhe que bastava querer que tal tipo de vida seria conquistado." P.702

"E tentou resolver o mais difícil problema para as mulheres, ou seja, o quanto deveria ser entregue à obediência de uma autoridade, e o quanto deveria ser deixado à parte para atuar da maneira que quisesse" P.711

Eu gosto muito de ler clássicos e posso contar nos dedos as personagens femininas que me marcaram por sua força e personalidade, apesar das limitações sofridas pelas mulheres dentro das sociedades em que eram inseridas. Minhas personagens favoritas são Elizabeth Bennet, Jane Eyre, Aurélia Camargo e agora Margaret Hale. Ah, e o Sr, Thornton conseguiu substituir o Sr. Darcy nas minhas preferencias.

Minha edição é a da Martin Claret, é uma edição de capa dura e traz uma bela ilustração do Norte (Milton) na capa e do Sul (Helstone) na guarda do livro. Além de trazer um prefácio escrito pela professora Maria E.S.M.Mendes que foi muito útil para maior entendimento da vida da autora e da sociedade vitoriana. Eu já havia assistido a série de 2004 da BBC e não me importo com spoilers, mas se você se incomoda, leia o prefácio após o termino do livro.

Iniciei o livro na semana do natal e foi meu primeiro livro da meta de 2016. Seguirei lendo livros clássicos de literatura inglesa durante o ano.
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Rascunho com Café 01/10/2015

Norte e Sul: O livro e a minisérie
Se você deseja um romance histórico, que possa suspirar por amor, eu indico a adaptação em forma de minissérie Norte Sul produzida pela BBC. Porém, se você deseja um romance social, um retrato histórico da revolução industrial inglesa, o livro Norte e Sul é a escolha perfeita, e sim, também possui uma pitada de paixão.


No livro, publicado em 1855, podemos encontrar muitas referências à biografia da autora, Elizabeth Gaskell, na protagonista Margaret Hale: ambas são filhas de pastores que renunciaram a Igreja por motivo de consciência e após morar no Sul viveram em um ambiente industrial na Inglaterra, ao Norte do país.

A crítica social é um ponto forte do romance, o que mais me chamou atenção foi o nascimento de um sindicato, o esqueleto do que vemos hoje, no livro, Elizabeth descreve muito bem os dois lados: dos operários e dos industriais. É possível de antemão visualizar que um não vive sem o outro, é o inicio do modelo que vemos concretizado no século XXI.


Como representado no diálogo abaixo, entre Margaret, o líder dos grevistas Higgins e sua filha Bessy:
“...– Mas por que fazem greve? – perguntou Margaret. – Entrar em greve é deixar o trabalho até que consigam os salários que desejam, não é? Não se espante com a minha ignorância, lá onde eu vivia nunca se ouviu falar de uma greve.
– Quem dera eu vivesse lá – disse Bessy, com a voz cansada. – Mas não suporto mais ficar doente e cansada com essas greves. Esta é a última que vou ver. Antes que termine, já estarei na Grande Cidade, a Sagrada Jerusalém.
– Ela só pensa na vida depois da morte, não vive o momento presente. E eu sou obrigado a fazer o melhor que puder aqui, como vê. Acho que mais vale um pássaro na mão que dois voando. E todos têm opiniões divergentes sobre a questão da greve.
– Mas lá no sul – disse Margaret – se as pessoas entrassem em greve, como você diz, ninguém semearia, não haveria feno nem colheita de milho, pois lá a maioria trabalha no campo.
– E daí? – disse ele. Voltou a fumar seu cachimbo, depois do seu “e daí” em forma de interrogação.– Bem, o que vai ser dos fazendeiros? Ele soprou a fumaça. – Imagino que ou vendem suas fazendas, ou pagam salários mais justos.
– Suponha que eles não possam, ou que não façam o que acabou de dizer. Não poderiam todos deixar suas fazendas de uma hora para a outra, não importa o quanto quisessem. Mas não teriam feno nem milho para vender naquele ano. E de onde viria o dinheiro para pagar os trabalhadores?”
No texto, Margaret explica a diferença entre os trabalhadores rurais sulistas e os operários nortistas. No Sul, há a consciência de que se não houver trabalho na época certa, todos passam fome e que antes do ato de greve em si, deve haver uma ponderação de ambos os lados: empregados e patrões.

Os fãs das obras de Jane Austen podem perceber uma crítica do Sul tão bem idealizado pelo universo dessa autora. Margaret era uma típica mocinha do campo, que ocupava seus dias com bordados, leituras e visitas aos pobres, após conhecer e se adaptar à vida numa cidade industrial, não consegue mais ver sua vida voltar ao que era antes.

Mr Thornton, o mocinho da história, também não é um cavalheiro típico da aristocracia, é um burguês, um self-made man, um homem que construiu suas indústrias a partir de seu esforço. Ao longo do livro conseguimos ver o quanto Margaret consegue mudar de opinião sobre ele e ultrapassar, vejamos só, seu Orgulho e Preconceito.

Para finalizar, eu também indico a minissérie, há suavidade nas questões sociais e mais foco no romance entre Margaret e Mr. Thorton, dá para sair suspirando pelo casal.

Um trecho magnifico da série e que não está no livro, é a carta que a protagonista escreve a sua prima de sua terra natal, contando sobre sua primeira impressão da cidade onde foi morar e as penugens de algodão constantemente expelidas das fábricas:
“Gostaria de poder te contar Edith como se sinto só... O quanto é frio e duro este lugar.... Por toda a parte há conflito... Indelicadeza. Eu acho que Deus se esqueceu deste lugar. Eu acho que vi o inferno... ...e ele é branco como a neve.”
Nota 5/5
Acesse o blog e assista o fã video da mini-série
http://www.rascunhocomcafe.com/2015/08/norte-e-sul-o-livro-e-miniserie.html#more

site: http://www.rascunhocomcafe.com
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Tamires 17/08/2015

Margaret Hale (Norte e Sul)
“Margaret Hale”, ou “Norte e Sul”, é um romance escrito por Elizabeth Gaskell, publicado originalmente de forma seriada nos anos de 1854 e 1855. Esta edição lindíssima publicada pela Pedrazul Editora conserva o que seria o título “original” da obra, como nos informa a Editora Geral da Pedrazul, Chirlei Wandekoken: “Norte e Sul foi o título escolhido pelo seu editor pioneiro, o escritor londrino Charles Dickens, à época de sua publicação...”. (Nota da Editora)

Se Dickens, ao escolher “Norte e Sul” como título do romance, conseguiu influenciar e despertar um maior interesse do leitor da época, pelo sentido de oposição que tal título exprime, nunca saberemos. O importante é que, independente do título, a história que gira em torno de Margaret Hale é apaixonante e conquista muitos fãs até hoje.

Começamos com Margaret retornando a casa de seus pais depois de uma longa temporada na casa de sua tia, Mrs. Shaw, onde foi companhia de sua prima Edith, até que esta se casa.

A família Hale vive em um presbitério na idílica Helstone, onde tudo é calmo, verde e lindo! Você lê e tem vontade de ir para lá; dá até para imaginar os pássaros cantando!

“Oh, não posso descrever meu lar. É meu lar, e não posso colocar seu encanto em palavras.” (pág. 15)

Mas tudo muda quando eles passam a morar na cidade industrial de Milton. O lugar é cinza, com muitas fábricas e parece triste e insalubre comparado a Helstone. Nesse contexto, Margaret e sua família precisam adquirir novos hábitos e superar o choque cultural de lugares tão opostos.

Em Milton, Mr. Hale começa a ensinar jovens cavalheiros. A partir daí conhecemos Mr. Thornton, um importante industrial da cidade. A amizade entre eles é natural e instantânea. Para Margaret, saudosa do aristocrático sul, é um pouco mais difícil reconhecer as qualidades de Thornton e de sua cidade.

“Mr. Thornton era, talvez, o mais velho dos pupilos de Mr. Hale. Mas ele, certamente, era seu favorito. Mr. Hale adquiriu o hábito de citar as opiniões dele tão frequentemente, e com tanta consideração, que tornou-se uma pequena piada doméstica, imaginar quanto tempo, durante a hora apontada para a instrução, poderia ser dada ao absoluto aprendizado, já que tanto desse tempo parecia haver sido passado em conversação.” (pág. 70)

“‘Não é orgulho da minha parte’, respondeu Mr. Thornton; ‘é o simples fato. Não negarei que sinto-me orgulhoso por pertencer a uma cidade – ou talvez deva dizer um condado – de cujas necessidades trouxeram à luz tais grandezas de concepção. Eu preferiria ser um homem labutando, sofrendo – ou melhor, falhando em sucesso – aqui, que levar uma próspera e monótona vida nos velhos entediantes redutos do que vocês chamam de sociedade aristocrática lá no Sul, com seus lentos dias de descuido e conforto. Pode-se ficar entupido com mel e incapaz de erguer-se e voar.’
‘o senhor está muito equivocado’, disse Margaret, desperta pela calúnia ao seu amado Sul e sendo levada a defendê-lo apaixonadamente, trazendo cor às suas bochechas e lágrimas raivosas aos seus olhos. ‘O senhor não sabe nada sobre o Sul. Se há menos aventuras ou menos progresso – suponho que não devo dizer menos excitação – provocados pelo espírito apostador do comércio, que parece requisito para forçar a criação destas maravilhosas invenções, há menos sofrimento também. Vejo homens aqui andando pelas ruas olhando para o chão, derrotados por algum lamento opressor ou preocupação – que não apenas sofrem, mas também odeiam. Agora, no Sul temos nossos pobres, mas não há aquela terrível expressão em seus semblantes de um doloroso senso de injustiça que eu vejo aqui. O senhor não conhece o Sul, Mr. Thornton’, ela concluiu, caindo em um silêncio determinado, e com raiva de si mesma por haver dito tanto.
‘E devo dizer que a senhorita não conhece o Norte?’, perguntou ele, com uma inexprimível gentileza no tom, já que ele percebera que a magoara.” (pág. 82)

O que dizer de Mr. Thornton? É um personagem apaixonante! Honesto e sincero, desde o início percebemos os seus sentimentos e aflições, pois ele não os nega.

“‘Hei de me colocar aos pés dela, preciso fazê-lo. Se houvesse uma chance em mil, ou em um milhão... eu o faria.’” (pág. 190)

Prepare-se também para conhecer Mr. Higgins e sua família: um drama que você não vai esquecer.

Li com muitas expectativas e todas elas foram superadas! A história é maravilhosa, daquelas que você sente falta quando termina a leitura. A Pedrazul ainda vai publicar “Um Coração para Milton”, de Trudy Brasure, que vai nos permitir ficar um pouco mais no universo dos personagens de “Margaret Hale”. Imperdível!


site: http://escritorasinglesas.com/margaret-hele-elizabeth-gaskell/
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Juh Lira 13/08/2015

Norte e Sul: Conflito de opostos

Norte e Sul é feito de contrastes: de um lado nós temos Margaret com toda a sua pompa sulista e herança aristocrática de uma sociedade rural que ainda não tinha sofrido as influências e mudanças da Revolução Industrial na Inglaterra, ao contrário do norte representado por Mr. Thornton, um industrial com uma visão de mundo completamente diferente dela, sendo um patrão com mão de ferro como todos os comerciantes deveriam ser, além de frio e calculista. Os dois representam o orgulho de duas sociedades diferentes que se chocam quando Margaret deixa a pacata Helstone para viver na agitada Milton. Logo nos primeiros diálogos, ou melhor, troca de farpas entre os dois, é perceptível a arrogância própria que ambos carregam oriundos do estilo de vida diferenciado que possuem, fazendo com que um não compreenda o outro.


Margaret, com sua delicadeza e teimosia típicas de uma sociedade tradicionalista, já deixa claro em especial no começo do livro, o quanto ela despreza a sociedade do norte pelo modo como vê e trata Mr. Thornton achando-se em um patamar superior do que o seu colega comerciante. É irritante inicialmente ler as visões pré-concebidas da personagem para nós que já vivemos em uma sociedade industrializada e entendemos como a máquina do lucro funciona - apesar do lado bom e ruim. Mas Margaret não conhecia nada a respeito e pessoalmente eu a perdoei pela ignorância inicial porque conforme o andamento da narrativa, ela passa a ter uma visão diferente da sociedade do norte e sua população, principalmente os males da luta de classe devido a sua amizade com o operário Nicholas Higgns e suas filhas - este sendo um homem rústico que luta pelos direitos dos trabalhadores diante de seus patrões e no poder de mudança pelas massas.

O romance de Margaret e Mr. Thornton é concebido no meio das transformações sociais de uma Inglaterra que deixava para trás suas raízes do período da Regência para embarcar no que hoje conhecemos como capitalismo. Transformação é a palavra que define a vida dos personagens - vemos como Margaret muda de pensamentos e ideais no decorrer da história, assim como Mr. Thornton que enxergava os subordinados como uma espécie de inimigo que ele era obrigado a conviver e Higgns que olhava para os patrões como os vilões tiranos. Tudo isso em meio a sofrimentos e provações que os obriga a ver as situações por um outro prisma. Outro personagem secundário que chama atenção é Mrs. Thornton mãe do protagonista, que apesar de se apresentar como uma mulher tão fria e casca grossa como o filho, no fundo é uma mãe com amor incondicional que sacrificaria qualquer coisa pela felicidade dele - uma das melhroes mães da literatura que eu já conheci.

O que torna Norte e Sul uma história apaixonante não é somente o romance entre os protagonsitas, mas também todos os fatores em torno deles, incluindo o social, que os fazem compreender um ao outro e aceitar as diferenças sem demagogia. Gaskell utiliza de uma linguagem primorosa sem pompa mas brilhante em suas descrições nessa jornada de descoberta dos personagens.

Recomendo também a adaptação em minissérie da BBC em quatro episódios com a Daniela Denby-Ashe como Margaret e o Richard Armitage como John Thornton #suspira - a fotografia, a trilha sonora e as atuações fazem jus à obra de Gaskell e é impossível não se emocionar ;)

Norte e Sul é poderoso, marcante e um clássico essencial para qualquer amante da leitura.

site: http://www.mundosilenciosoblog.com.br/
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Coruja 11/08/2015

Clássicos são livros para os quais passamos a vida retornando e, a cada releitura, acrescentam algo novo: eles dialogam conosco em diferentes épocas de nossas vidas, ensinando e nos confortando. Eles são universais por apelarem a temas e princípios comuns a todos e, ao mesmo tempo, são bastante pessoais, no sentido de que sua história acaba se misturando com a nossa.

Norte e Sul preenche todas essas condições para mim. É uma daquelas histórias que gosto de recomendar a todo mundo, para a qual retorno de tempos em tempos e que nunca falha em me deixar satisfeita quando termino. É um livro rico em questões com que todos podemos nos identificar, num dos períodos mais importantes da história ocidental, oferecendo uma admirável história de amor combinada ao debate de questões sociais; tudo isso com um elenco de personagens complexo e extraordinário.

A história ocorre na Inglaterra, em plena Revolução Industrial, uma época de extraordinários avanços tecnológicos e degradantes condições humanas. Os dois protagonistas representam a divisão do país: Margaret é o sul rural, John é o norte industrializado; ela é compaixão religiosa e justiça, ele é explorador do proletariado. Esse antagonismo é responsável por muitos dos problemas de comunicação e angústia entre os dois.

O relacionamento deles se desenvolve em meio a criação de sindicatos, crise da indústria têxtil, greves, especulação financeira, discussões sobre direitos dos trabalhadores e responsabilidade patronal. Fala de divisão de classes, do progresso e seu impacto humano.

Há quem diga que a obra-prima de Elizabeth Gaskell ecoa Orgulho e Preconceito, de Austen. Margaret Hale é orgulhosa de suas origens, de seus princípios, de sua criação. Ela é compassiva, mas nem sempre consegue compreender que o orgulho de outros prefira recusar sua caridade. John Thornton é irascível, quase inatingível em nosso primeiro contato com o personagem.

Ele se apaixona primeiro, encantado pelas maneiras, pela altivez e beleza da sulista, e Margaret, nesse momento, representa para ele quase um ideal de perfeição. É inebriado nessa ilusão que Thornton faz sua primeira declaração e a negativa de Margaret é a quebra do pedestal, necessária para que ele de fato se esforce para enxergar a mulher por trás da estátua.

Curiosamente, a partir do momento em que Margaret ‘cai da graça’ na opinião de Thornton, é que ela começa a compreender o caráter dele, entendendo exatamente o que ela deixou escapar.

É forçoso que eles se considerem perdidos um para o outro antes que possam se reencontrar e descobrir que, de fato, eles são iguais, têm os mesmos valores e princípios. Afinal, para que um casamento funcione – ao menos entre pessoas como Margaret Hale e John Thornton -, é preciso mais que paixão (e a relação dos dois é desde o começo sutilmente passional e cheia de momentos para segurarmos o fôlego), é necessário equilíbrio e uma verdadeira união de mentes para que eles possam alcançar sua felicidade.

Mas existe uma grande diferença entre Austen e Gaskell. Aqui somos apresentados a uma sociedade em profunda transformação, cujo foco não é mais uma pequena aristocracia rural: a ação se passa em centros industriais e a ascensão burguesa é um de seus motes. Margaret talvez possa se identificar com uma Elizabeth Bennet mais preocupada com convenções sociais, mas Thornton, muito diferente de Darcy, é um homem que fez a si mesmo, que trabalhou a vida inteira e superou a ruína financeira que o pai lhe deixou com seus próprios esforços.

Embora o romance de Margaret e Mr. Thornton seja a força motriz da narrativa, há dois outros personagens que roubam a cena sempre que surgem.

Mrs. Thornton, a mãe de John, é o pilar do filho, disposta a compartilhar de suas preocupações, formidável em suas opiniões, na forma como se impõe. Embora, vista do ponto de vista de Margaret ela seja quase uma megera, Mrs. Thornton é uma figura materna exemplar – na minha opinião, uma das melhores mães da literatura.

Nicholas Higgins, por sua vez, é o elo que primeiro separa e depois permite a reconciliação entre os protagonistas. Higgins é o líder por trás da união dos trabalhadores e da greve e um feroz defensor de seus companheiros. Margaret o conhece ao fazer amizade com sua filha e através dele é que começa a compreender a forma de pensar do Norte – e, com isso, entender também o próprio Thornton.

Digo logo que, para além do romance dos protagonistas, minhas partes favoritas do livro são as conversas de Thornton e Higgins, especialmente no que elas representam como alternativa à exploração dos trabalhadores.

Eu já tinha esse livro em inglês, mas quando vi a edição da Martin Claret em capa dura, fiquei babando em cima dela. O projeto gráfico é de uma delicadeza que faz jus a esse excelente romance. Em tudo, é um livro que faz gosto ter na estante e para o qual estamos sempre retornando e redescobrindo. Um clássico em todos os seus significados, sem dúvida.

site: http://www.owlsroof.blogspot.com.br/2015/08/para-ler-norte-e-sul.html
Marta Skoober 14/08/2015minha estante
Adorei esse livro. Foi interessante ver um pouco da revolução industrial pelos olhos de uma mulher.


Say 24/05/2017minha estante
Olá! Boa noite! Obrigada pela resenha maravilhosa!





Nat 26/01/2015

Inglaterra, século XIX, Revolução Industrial. Esse é o pano de fundo do encontro entre Miss Margaret Hale e Mr. Thornton. Ela acabou de se mudar de Helstone, um vilarejo rural no sul da Inglaterra, devido a decisão de seu pai. Eles chegam em Milton, uma cidade industrial no norte, completamente diferente do pacato sul. O choque entre as regiões é gritante, e se revela ainda mais presente nas personalidades de Thornton e Margaret. Ele, dono do moinho de algodão, se torna pupilo de Mr. Hale, que deixou de ser pároco e vive de dar aulas e palestras. Uma amizade logo surge entre os dois homens, enquanto Margaret se torna amiga de um empregado, Nicholas Higgins e sua filha Bessy. As questões das desigualdades sociais e das divergências entre patrões e empregados são abordadas junto ao romance, até mesmo emoldurando os sentimentos que Margaret e Thornton sentem um pelo outro. Pois quando Miss Hale é atacada pelos grevistas que exigiam que Thornton aceitasse suas demandas, ele percebe para si mesmo que ama a moça. Uma proposta de casamento recusada não consegue diminuir os fortes sentimentos dele, nem mesmo quando crê Margaret uma mentirosa. Enquanto os sentimentos de Thornton não mudam, os dela aos poucos vão se tornando mais favoráveis e recíprocos aos dele...

A minha história com Norte e Sul é longa... Desde 2010, quando descobri a adaptação da BBC. Assisti, me apaixonei por Mr. Thornton (que já faz parte da minha lista de heróis românticos, empatando com Darcy e Rochester), mas ainda assim demorei para ler o livro. Toda vez ia comprar, mas o dinheiro não dava. Quando eu tinha o dinheiro, sempre apareciam outros na lista de desejados. Até eu conseguir comprá-lo há dois anos. O que dizer desse livro? Amei, amei, amei muito, demais. Não sei por quê relutei tanto em lê-lo. Gaskell está se tornando uma das minhas romancistas favoritas, junto a Jane Austen e de Charlotte Bronte. A edição da Landmark é a única publicação no Brasil do livro, e é bilíngüe (adoro livros bilíngües). Estou encantada com o enredo e com o romance, obviamente. Mr. Thornton tem uma presença magnetizante e envolvente, e Margaret Hale é forte e decidida, o tipo de personagem feminina que deve servir de exemplo. Estou encantada até agora, a leitura é completamente prazerosa. Recomendo ler o livro e depois ver a série, você vai se apaixonar por Mr. Thornton.

site: http://ofantasticomundodaleitura.blogspot.com.br/2015/01/norte-e-sul-elizabeth-gaskell-rc-2015.html
Amanda 29/01/2015minha estante
Esse é sem dúvidas um dos melhores livros que já li! Margaret é incrível e o Mr. Thornton é apaixonante




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