Ciranda de Pedra

Ciranda de Pedra Lygia Fagundes Telles




Resenhas - Ciranda de Pedra


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Mayda Ribeiro 26/08/2016

Ciranda de Pedra
Uma história que prende o leitor do início ao fim.
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Hannah 11/06/2016

#LeiaMulheres Florianópolis - Abril
Li o livro para o encontro do #LeiaMulheres de Florianópolis em Abril deste ano. Escrito em 1954, inspirou até novela da globo. É porque se trata de um livro completo: fala sobre amor, amizade, mudança, sofrimento, loucura, tabus, separação, segredos familiares, homossexualidade, religião... Fiquei apaixonada!
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Quatro mulheres e um livro 05/06/2016

Buscando um sentido para a vida
"Ciranda de Pedra" é um romance de formação, narrado em terceira pessoa. Os dramas dos personagens são descortinados pelo ponto de vista da protagonista Virgínia, a caçula do casal Laura e Nartécio. Após a separação dos pais, ela vai morar com a mãe e o padrasto Daniel, enquanto suas irmãs permanecem sobre a tutela do pai.
“Deveria ser bom, também, nascer passarinho. Passarinho não tem essa complicação de pai e mãe assim separados. E passarinho não fica louco nunca.”
Laura estava muito doente, não fisicamente, mas mentalmente. Vivia em um mundo particular misturando realidade e fantasia. A única pessoa que ela queria ao seu lado era o Daniel, além de companheiro, era também seu psiquiatra. Desta forma, Virgínia estava sob os cuidados da empregada Luciana, ao passo que Daniel vivia exclusivamente para Laura.

Ao menos uma vez na semana, Virgínia era convidada a passar o dia com suas irmãs Bruna e Otávia. A casa era frequentada pelos vizinhos Corando, sua irmã Letícia e Afonso. Idealizados por Virgínia, como seres superiores que nunca cometiam erros e de beleza inigualável.

Seu maior desejo era pertencer ao grupo, mesmo percebendo que eles apenas a toleravam e jamais teria o seu lugar na roda que era impenetrável como a ciranda de anões que adornava o jardim da casa.

* Para conferir a resenha na íntegra é só acessar o link

site: http://www.quatromulhereseumlivro.com.br/2016/06/ciranda-de-pedra.html
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Isotilia 15/04/2016

Quer saber mais?
Por favor, confira os comentários no blog...

site: http://500livros.blogspot.com/2016/04/ciranda-de-pedra-lygia-fagundes-telles.html
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Alexandre Kovacs / Mundo de K 24/01/2016

Lygia Fagundes Telles - Ciranda de Pedra
Lançamento original 1954, reeditado pela Companhia das Letras em 20/10/2009.

O talento de Lygia no domínio da narrativa curta é comparável aos maiores mestres do gênero, tais como Tchekhov e Nabokov. Neste seu primeiro romance já fica clara esta preferência da autora pela precisão no texto, assim como as mínimas interferências do narrador, definindo em poucos traços e indícios sutis o perfil psicológico dos personagens. De fato, em "Ciranda de Pedra", o leitor vai descobrindo pelos olhos da protagonista Virgínia, uma criança na primeira parte do romance, os detalhes do seu envolvimento com as duas irmãs, Otávia e Bruna, os motivos da separação dos pais e de ter sido ela, filha caçula, a única das três filhas a ter saído de casa e ido morar com a mãe e o homem causador da separação.

Virgínia cresceu dividida entre o amor pela mãe, que sofria de problemas mentais, e o desejo de morar no rico casarão com o pai e as duas irmãs. Quando a saúde da mãe parece piorar em uma situação incontornável, ela finalmente se muda para a casa do pai, mas não consegue se adaptar ao novo estilo de vida e, principalmente, à "ciranda" formada pelas irmãs e os vizinhos Conrado e Letícia, onde ela é sempre excluída ou, pelo menos, se sente excluída. O magistral trecho abaixo, mostra como a solitária menina toma conhecimento da morte da mãe ao escutar escondida a conversa entre o pai e a governanta da casa:

"Entrou meio ofegante no vestíbulo e só diante da porta do escritório é que viu como estava despenteada, o vestido amarrotado, as meias desabando sobre os sapatos. Puxou-as, alisou os cabelos com as mãos e já ia se precipitar pela porta adentro quando ouviu uma voz. Era o pai:
— Será melhor elas irem amanhã, um pouco antes do enterro. Que é que a senhora acha?
Virgínia estacou. Enterro. Enterro de quem?
— Precisamos então prepará-las desde hoje — disse Frau Herta. — O choque será menor...
Choque? Que é que os dois tramavam em voz baixa? Retrocedendo alguns passos, ela levou a mão à boca e pôs-se a procurar avidamente a unha na qual restasse ainda algo a roer. Agitava-a um vago desejo de fuga, mas ao mesmo tempo sentia-se presa ali, o olhar cravado na porta como se ela fosse vidro transparente: via o pai inclinado sobre a mesa, as feições contrafeitas, o cachimbo fechado na mão. Falava meio entre dentes, tentando controlar o tremor da voz. Sentada defronte, a governanta, tamborilando com os dedos espalmados nos braços da poltrona.
— Sim, será preciso prepará-las — disse ele lentamente. — A senhora pode ir chamar Virgínia, falarei já com ela. E assim que as duas chegarem do colégio, que venham aqui.
— E Otávia que anda tão acabrunhada! A pobrezinha não se esquece da gata, faz alguns dias, o senhor se lembra... Precisamos pensar num jeito de dar essa notícia a ela...
O silêncio foi riscado por um fósforo, ele devia estar acendendo o cachimbo.
— Será mais fácil com Bruna e Otávia, estou pensando é em Virgínia... Ela estava certa de que a mãe tinha melhorado, que ia ficar completamente curada, ainda ontem conversou comigo.
Virgínia concordou evasivamente, é verdade, é verdade, tinha falado nisso. Foi se afastando sem ruído, aconchegada à penumbra dos cantos. Lá dentro, o diálogo prosseguia, mas as vozes foram ficando reduzidas, abafadas como se viessem de dentro de uma caixa. 'Da caixa de charutos. Se cair a tampa, a gente não ouve mais nada.' Deslizou a mão pelo espaldar de uma poltrona, lançou um olhar distraído à tapeçaria, 'aquilo era um coelho?' — e chegou até à porta. Aguçou os ouvidos. Sorriu. O pai e Frau Herta eram duas pessoinhas menores do que uma avelã, presas numa caixa, a tampa caíra e as vozes ficaram para sempre encerradas lá dentro, 'não vão sair nunca mais!' — pensou, abrindo a porta.
A luz do sol atingiu-a de chofre. Instintivamente quis recuar, mas era tarde. O enterro seria amanhã. 'Não! — sussurrou saindo em desabalada corrida pelo gramado afora. — Não sei de nada, não ouvi nada, não ouvi!...' Escondeu-se debaixo da mesa do caramanchão e fixou o olhar na casa, 'é mentira, não aconteceu nada, ela não vem me chamar, eu sonhei!'
O vulto escuro da governanta surgiu na porta. Surgiu e veio vindo rápido no sentido do caramanchão, crescendo cada vez mais, ah! a caixa ficara aberta e ela escapara de dentro, enorme, cada vez maior, já podia ver-lhe as feições, já podia até ver-lhe os lábios franzidos, a ensaiarem a frase antes de dizê-la: 'Venha que seu pai quer falar com você.'
Olhou em redor, desvairada pensou ainda em fugir. Mas estava presa no emaranhado das trepadeiras, só havia uma saída, e por esta, vinha a mulher, reta, implacável:
— Virgínia, seu pai quer falar com você.
Desabou então de joelhos, encolhida como um bicho.
— Não! Não!... — gritou tapando os ouvidos. E escondeu a face lívida nos pedregulhos do chão."

Virgínia, por vontade própria, é criada em um internato e retorna muitos anos depois na segunda parte do romance, pensando em uma vingança que irá expor muitas situações contidas no grupo familiar e amigos, envolvendo adultério e homossexualidade, temas considerados tabus na sociedade da época. Um romance já considerado clássico na literatura nacional e que vale a pena conhecer ou reler.
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Henrique860 22/01/2016

O livro começa com Virginia subindo as escadas às pressas e se trancando no quarto.

A empregada Luciana mandou Vírginia abrir a porta o mais rápido possível, mas Vírginia estava querendo ajudar a formiga que ia entrar numa frecha perigosíssima; Estava na cabeça dela o que Conrado disse sobre os bichos "Se você for má e começar a matar só por gosto, na outra vida você será bicho também, mas um desses horríveis, cobra, rato, aranha..."

Depois de tanta insistência, e de usar Daniel como subterfúgio para conseguir que Vírginia abrisse a porta. Dizendo que ia contar tudo para Daniel, mas numa fração de segundo Vírginia se exaltou vociferando que o pai dela não era ele coisa nenhuma, era Natércio o pai dela.

Conseguindo entrar no quarto, disse que Vírginia estava atrasada para a festa, e tinha que colocar imediatamente a fita em seus cabelos.

Vírginia tinha duas irmãs, Bruna e Otávia, sendo que sentia um imenso ódio por Otávia, pois era a mais bonita de todas, e a inveja lhe carcomia por dentro.

Vírginia é de pai separados e no entanto, mora com Daniel, o atual marido de Laura, sua mãe que está doente, e Bruna e Otávia não acredita mais na recuperação da mesma. Só Vírginia que acredita.

Mas num determinado dia Vírginia se depara com a morte da mãe e não consegue suportar tamanha tristeza. Sendo assim, foi morar com Natércio um tempo, mas de uma hora para outra decidiu ir para o convento, pois era a melhor opção.
Passaram se alguns anos e Vírginia saiu do convento, e já estava outra Vírginia, não era a mesma. Mas ainda tinha os olhos de gazela; e quando saiu foi sabendo das novidades. E uma delas foi de Daniel, pois ficara sabendo que ele se matara. Luciana disse a ela : "Um tiro entrou por um ouvido, e saiu pelo outro."

O livro em si é uma ciranda de pedra, composto por Otávia, Bruna, Afonso, Conrado, e todos formam aquela ciranda de pedra, que não se permite que entre alguém; Principalmente Vírignia, que se vê excluída, e a solidão lhe pega, e não sai mais dela.

Posso dizer que este enredo é uma mistura de sentimentos, de solidão, de descobrimento, de perdas, de dores, poucas vezes vi alegrias, mas não é um livro triste. Mas sim uma pequena amostra de que pode causar um lar desestruturado por alguma traição.

Amei, ler este livro, senti às vezes uma vontade de ajudar Vírginia em alguns aspectos, mas deixei ela seguir o seu caminho, e ver a vida como ela é. Não me senti decepcionado em nenhuma parte do livro, acho que a palavra certa é que me senti encantado com este livro. Como todos os outros livro da Lygia.

Sendo que pensei no livro As horas nuas, quando Letícia está falando com Vírginia sobre os homens que namorou, e cada um com a sua particularidade. E não teve como não me lembrar de Rosa Ambrósio falando do três homens que a marcaram. E no entanto eu fiquei me perguntando se a construção de Rosa não foi feita a parti da lembrança deste personagem.

Aconselho a todos a lerem esta obra, que foi o primeiro romance publicado de Lygia, que carrega uma profundidade nos personagens que só vi em Clarice Lispector, e em Fiódor Dostoievski.

site: http://www.literaturasobria.com.br/2016/01/resenha-ciranda-de-pedra-lygia-fagundes.html
oliver 15/02/2018minha estante
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Henrique860 22/04/2018minha estante
não entendi




Samantha @degraudeletras 06/01/2016

Calmaria ou fúria
Lygia foi consagrada como contista da década de 40 e apenas dez anos depois (1954, para ser mais precisa) publicou seu primeiro romance, o Ciranda de Pedra, que já ganhou duas adaptações homônimas pela Rede Globo, uma em 1981 e outra em 2008. O sucesso na escrita de estórias curtas foi além, se estendeu para outros gêneros e resultou nessa incrível obra, clássico da Literatura Brasileira.

Considerando sua época de publicação, Ciranda de Pedra é um romance existencialista transgressor, que aborda temas pouco citados até então, como: homossexualismo, traições, doenças psicológicas, desestruturação familiar e questões femininas.

O livro é divido em duas partes, que marcam a infância e o amadurecimento de Virgínia. Quando criança, a protagonista vive situações difíceis de lidar, como a loucura da mãe, o perene sentimento de rejeição vindo do pai e o deslocamento social na presença das irmãs e dos amigos.

Após concluir os estudos, Virgínia volta para a casa do pai e tem que encarar de frente tudo aquilo que a afligia na infância. As coisas mudaram, mas a protagonista ainda guarda muitos sentimentos daquele tempo antigo, o que a surpreende em alguns momentos.

A trajetória de Virgínia é marcada por perdas e ressentimentos, mas sua força de vontade demostra a força de uma mulher para superar seus medos e vencer na vida sem depender de ninguém. Um exemplo muito claro disso é que as irmãs de Virgínia, Bruna e Otávia, são invejadas pela beleza quando crianças, mas são sustentadas pelo pai quando adultas mesmo depois de casada, enquanto que Virgínia, escarnecida por ser diferente e nunca se enquadrar em nada, é a única que se forma e que faz questão de ganhar seu próprio dinheiro (lembrem-se de que estamos falando da década de 50).

Poucas palavras poderiam definir Ciranda de Pedra, bem como todas elas talvez não conseguissem descrevê-lo por completo. A narrativa simples, cheia de lembranças e as emoções carregadas, nada é meio termo nesse romance, é calmaria ou fúria.

site: https://degraudeletras.wordpress.com/
milena 04/06/2017minha estante
Ótima resenha.




LoreSchalken 05/01/2016

"Ciranda da Vida"
A trama aborda assuntos que, acredito, terem sido polêmicos para a época (traições, homossexualidade, questões femininas, etc) . Porém, a situação familiar, na qual Virginia - personagem principal - está mergulhada, mostra o desamparo e a força em pequenos detalhes da vida.

O título trás uma alusão aos cinco personagens que compõem a trama, tão cúmplices, quanto estáticos diante de suas próprias vidas.
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Érica 05/01/2016

Um livro tão curtinho, mas com tanto para dizer..
Nunca havia lido nada da autora, mas como a Globo fez uma adaptação do livro, conhecia mais ou menos a história trazida nesse romance de estreia da autora, lançado em 1954.

O livro conta a história de Virgínia, a caçula de três filhas, que, após a separação de seus pais, é a única que continua a morar com a mãe e, através de seus olhos solitários e sonhadores, vemos o passar dos anos e, aos poucos, vamos descobrindo os segredos e dramas familiares ocultos. O livro encontra-se dividido em duas partes: a infância e o início da vida adulta de Virgínia.

Na primeira parte, a infância, Virgínia está dividida entre dois mundos completamente diferentes: Vive com a mãe, Laura, que possui problemas psiquiátricos, o médico da mãe, Dr. Daniel, e a empregada, Luciana. Luciana ama Daniel, que ama Laura, eis a primeira ciranda revelada. Na casa da mãe, Virgínia acompanha seu sofrimento e o desenvolvimento de sua doença, mas sempre mantendo a esperança de que ela vá se curar e voltar a viver com seu pai, Dr. Natércio e as irmãs, para que voltem a ser uma família. Ocasionalmente, Virgínia visita o pai e as irmãs na mansão em que vivem e onde deseja também viver, o mundo com o qual sonha e idealiza.

Virgínia gosta de Daniel, mas se sente culpada por esse sentimento, por entender que o gostar do homem que vive com a mãe é uma traição ao seu pai, Dr. Natércio. Luciana e Virgínia não se dão muito bem, mas com a mãe doente, é o mais próximo que Virgínia tem de um a figura materna. O enredo e os personagens são riquíssimos e fica difícil resumir a história.

Dado momento, com a piora da mãe, Virgínia finalmente vai viver na mansão, com o pai e com as irmãs, Otávia (a irmã religiosa) e Bruna (a irmã admirada por sua beleza). Ao mesmo tempo em que esse sempre foi seu sonho: viver com sua família, Virgínia sente saudades da mãe, do Dr. Daniel e de Luciana; não consegue se adaptar ao novo lar, não consegue ficar íntima das irmãs, não consegue se aproximar do pai, que ela quase nunca vê ou ser vista como "membro do grupo" dos amigos e vizinhos das irmãs, Letícia, Afonso e Conrado, por quem ela nutre uma paixão desde a infância.

No jardim da casa do pai há uma fonte com cinco anões de mãos dadas, que Virgínia compara ás irmãs e seus amigos: os anões formam uma ciranda de pedra e nunca permitem que ela entre na roda. E, assim, os sonhos de Virgínia nunca se realizam.

Pouco depois de Virgínia se mudar para a mansão, Laura sucumbe à doença e morre. Daniel, não suportando a vida sem a amada, comete suicídio, deixando sua biblioteca como herança para Virgínia. Após descobrir que, na verdade, era filha do Dr. Daniel, fruto da traição de sua mãe, Virgínia entende o porque de Natércio não querer se aproximar dela; entende, ainda, o carinho que Daniel sempre teve consigo e com sua mãe e passa a sentir culpa por nunca tê-lo deixando se aproximar mais. Desejando se distanciar, pede a Natércio que a envie a um colégio interno de freiras, levando nas malas apenas os livros herdados de seu verdadeiro pai.

Na segunda parte do livro, formada professora, Virgínia retorna à casa de Natércio, adulta e mais madura, mas ainda desejando ser aceita pelas irmãs e seus amigos, o tempo passa, mas nada parece mudar. Contudo, olhando mais de perto, com eles convivendo, é que Virgínia vai, aos poucos, descobrindo que todos têm defeitos e segredos.

Nesta parte, a ciranda é o movimento de cada personagem na narrativa:

- Bruna, a religiosa, que sempre afirmou que a mãe iria para o inferno por ter traído e deixado o pai para viver com outro homem, agora casada com Afonso, tem um amante e trai o próprio marido.
- Otávia, a mais linda, a preferida de todos, vive um mundo só dela, alheia aos demais, uma artista sem sucesso e sem expressão.
- Letícia, que disputava o amor de Afonso com Bruna na infância, torna-se uma tenista bem sucedida, mas vive enganando meninas adolescentes, que são suas amantes.
- Afonso, em criança o "vilão" da narrativa, acaba como uma vítima, afogado em seu coitadismo, mas o único a apontar sempre as falhas da ciranda de pedra que se pensa perfeita.
- Conrado, o mocinho fraco, a quem Virgínia sempre amou, mas que pensava que amava Otávia, descobre-se que sempre amou, em verdade, Virgínia, mas nunca teve coragem de assumir essa paixão e a esperou, virgem e imaculado.

Dentre todos, apenas Virgínia escapa da ciranda e não fica nela eternamente circundando: descobre que não pertence àquele mundo, que não precisa daquele mundo.

O livro é muito, muito bom. Sendo um retrato da sociedade da época, traz a mulher como um ser de voz e força, a mulher que supera a ingenuidade e adquire a própria independência. Traz, ainda, temas polêmicos: a infidelidade no casamento, o homossexualismo, temas que, em 1954, não eram pauta de conversas.

site: www.serleitora.com.br
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Daira 23/06/2015

A ciranda é mesmo de Pedra?
Amadurecimento literário e o trato cru da linguagem marcam essa obra da Lygia. As fases da vida de Virgínia, as decepções, os amores, as descobertas, e o aprendizado envolvido na trama envolvem o leitor nessa dança e o mergulha na realidade da família de classe média alta que possui suas próprias doses de decepções e descobertas. É impossível não se impressionar, ou não sair dessa experiência de leitura carregando consigo alguma bagagem que a prosa da Lygia proporciona! Mais que recomendado.
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Valnikson 04/04/2015

1001 Livros Brasileiros Para Ler Antes de Morrer: Ciranda de Pedra
Este é o romance de estreia da paulista Lygia Fagundes Telles, um verdadeiro clássico brasileiro, sensível e apaixonante. 'Ciranda de Pedra' retrata muito bem a complexidade do comportamento humano através do enfoque psicológico em seus personagens (muito bem desenvolvidos) e em suas relações conturbadas. (Leia mais no link)

site: https://1001livrosbrasileirosparalerantesdemorrer.wordpress.com/2013/10/26/09-ciranda-de-pedra/
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spoiler visualizar
Silmara 15/02/2019minha estante
Uau, excelente resenha! Esse livro é maravilhoso!




Raphael Cavalcante 27/04/2014

Ciranda de ouro
Difícil qualificar "Ciranda de Pedra". Engana-se quem pensa apenas em se tratar de uma novela amena a respeito de uma adolescente com algumas questões existenciais e problemas de aceitação. É isto e muito mais. O poder narrativo com o qual Lygia Fagundes Telles tece sua protagonista Virgínia e todos aqueles que compõem o extenso rol de antagonistas é tamanho, que se torna impossível não nos identificarmos com alguma parte dessa notável obra. "Ciranda" se trata de um romance de formação, no qual o leitor se torna refém das impressões da heroína e onde aquilo que parecia ser preto e branco vai, aos poucos, mesclando-se em tons de cinza. De forma sutil, as personagens que estabelecem as difíceis relações familiares e afetivas narradas vão se humanizando à medida que Virgínia começa a retirá-las do Olimpo em que sempre as colocou, dando-se conta do próprio amadurecimento. É um romance fantástico de Lygia Fagundes Telles, denso apesar de relativamente curto, e que ajuda a explicar a escolha da autora como imortal da ABL.
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Cássio 02/12/2013

O romance conta a estória de Vírginia desde a sua infância até a sua fase adulta destacando as suas experiências de vida e como isso influenciou no desenvolvimento da sua personalidade.

Vírginia, quando criança, morava com sua mãe e seu "padrasto" mas nunca gostou de sua casa e de sua família, e sempre sentia inveja de suas irmãs mais velhas pela boa vida que elas possuíam na casa de seu suposto pai - além de outros ressentimentos também. Por conta disso, ela sempre foi tratada como uma excluída e uma intrusa na casa do pai. Após certos acontecimentos, ela acaba optando por estudar em um colégio interno ,onde passa parte de sua juventude, e posteriormente volta para sua família, morando desta vez na casa de seu pai ,tentando se readaptar e enfrentar seus medos, traumas e ressentimentos do passado.

O livro é extremamente bem feito, não tanto pelo enredo que se assemelha um pouco ao de um filme ou uma telenovela sobre drama familiar , mas, principalmente, pela densidade psicológica e sentimental dos seus personagens. A escrita de Lygia funciona como um um raio x que nos mostra todos os medos, inseguranças, vícios, corrupções, desvios , qualidades e virtudes, de seus personagens -principalmente Virgínia - , passando uma impressão de realidade muito grande pra quem está lendo. Acho difícil alguém lê-lo e não se identificar com certas cenas, pensamentos e atitudes que são mostrados durante a narrativa, ainda mais pelo fato da moral dos personagens ser bem relativa e transitória - como na vida real.

Por fim, como já foi dito, o ponto principal do romance é o desenvolvimento de Virgínia enquanto pessoa , mostrando como ela encara o sofrimento da infância na sua fase adulta - percebendo que não pode apagar o passado, mas também não pode ficar se remoendo por aquilo que já passou - e a perda de sua inocência.

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