Ciranda de Pedra

Ciranda de Pedra Lygia Fagundes Telles




Resenhas - Ciranda de Pedra


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Cássio 02/12/2013

O romance conta a estória de Vírginia desde a sua infância até a sua fase adulta destacando as suas experiências de vida e como isso influenciou no desenvolvimento da sua personalidade.

Vírginia, quando criança, morava com sua mãe e seu "padrasto" mas nunca gostou de sua casa e de sua família, e sempre sentia inveja de suas irmãs mais velhas pela boa vida que elas possuíam na casa de seu suposto pai - além de outros ressentimentos também. Por conta disso, ela sempre foi tratada como uma excluída e uma intrusa na casa do pai. Após certos acontecimentos, ela acaba optando por estudar em um colégio interno ,onde passa parte de sua juventude, e posteriormente volta para sua família, morando desta vez na casa de seu pai ,tentando se readaptar e enfrentar seus medos, traumas e ressentimentos do passado.

O livro é extremamente bem feito, não tanto pelo enredo que se assemelha um pouco ao de um filme ou uma telenovela sobre drama familiar , mas, principalmente, pela densidade psicológica e sentimental dos seus personagens. A escrita de Lygia funciona como um um raio x que nos mostra todos os medos, inseguranças, vícios, corrupções, desvios , qualidades e virtudes, de seus personagens -principalmente Virgínia - , passando uma impressão de realidade muito grande pra quem está lendo. Acho difícil alguém lê-lo e não se identificar com certas cenas, pensamentos e atitudes que são mostrados durante a narrativa, ainda mais pelo fato da moral dos personagens ser bem relativa e transitória - como na vida real.

Por fim, como já foi dito, o ponto principal do romance é o desenvolvimento de Virgínia enquanto pessoa , mostrando como ela encara o sofrimento da infância na sua fase adulta - percebendo que não pode apagar o passado, mas também não pode ficar se remoendo por aquilo que já passou - e a perda de sua inocência.

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Humb 27/03/2013

O livro é dividido em duas partes. A primeira retrata a infância, e a segunda, a fase adulta de Virgínia.

A infância da protagonista não é fácil, e foi a parte que mais me marcou.
Virgínia mora com a mãe Luana, que sofre de doença mental, o tio Daniel, o companheiro, e Luciana, que parecia a empregada. As duas irmãs de Virgínia moram com pai e tem uma vida abastada. Em vários trechos elas esnobam a menina, e isso me pareceu cruel. Mas Virgínia também não é "santa", e, diversas vezes, tem um comportamento confuso.
O final da 1° parte traz revelações fortes para uma criança.

Na segunda parte, Virgínia conclui os estudos no internato e volta morar com o pai e as irmãs. Parece que todos amadureceram, mas logo percebemos que o âmago das relações é o mesmo: Virgínia continua se sentindo excluída.
Nesta parte, o enredo "traduz" o verdadeiro significado do título.

Um trecho que me marcou:

"A pior coisa que podia acontecer era mostrar-se cruel para com as pessoas. E as pessoas morrerem e não se ter tempo para dizer mais nada por elas. 'Meu pobre pai', pensou a olhar um vaga-lume aceso na escuridão da cerca. A gota de luz durou um segundo e apagou em seguida. 'Eu te feri tantas vezes mas também fui ferida'. Contraiu os maxilares e apressou o passo."

O livro trata de questões contemporâneas, como divórcio, traíção, homoafetividade. A autora mostrou como as relações humanas são cheias de contradições e, muitas vezes, mascaramos o que sentimos.
Pode parecer um livro confuso, como Laços de Família, da Clarice Lispector. Mas quem ler sem preconceitos, vai descobrir que todos nós já conhecemos uma ciranda de pedra.
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Humb 27/03/2013minha estante
Eu li uma vez só e achei muito bom. Sua observação foi excelente, Virgínia fazia parte da ciranda sem saber. Eu só não me liguei que ela era o centro.
Nada como uma releitura para entender melhor!




Sabrina 25/11/2012

Resenha-crítica - Ciranda de Pedra
Me identifiquei bastante com o livro da Lygia, sempre procurei ler livros assim, que se identificasse com o que eu sentia, e foi justamente o que a Lygia passou pra mim. Meus pais também são separados, como o de Virgínia, ela aprendeu a superar as dores mesmo com tudo desabando ao seu lado, mesmo sabendo que o próprio Daniel era seu pai, o homem que ela tanto "maltratava". O livro te passa uma certa noção de como é conviver com pais separados/divorciados, geralmente os filhos sofrem com essa situação, como Virgínia, Otávia e Bruna. A edição que estou lendo, é a 28º, a única desvantagem nele é que as palavras são muito complicadas de se entender, são palavras cultas, ficou bem difícil pra mim entender alguns trechos do livro. Mas por outro lado, quando chega ao meio, lá na segunda parte, a partir da página 94 (pelo menos nessa edição é na página 94), a história começa a ficar interessante, Virgínia não sofre taaaanto como antes, enfim.
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jacque martins 13/11/2012

Contexto Real.
Levantando pontos críticos e comuns de uma adolescência, e uma história, não citada em muito em livros da época, surpreendeu-me o contexto de Lygia Fagundes e a direta e delicadeza com o modo de escrever. Levantando pontos como o homossexualismo, atos muitas vezes nascidos durante a puberdade, e crises de um adolescentes, a ganância, o amor,e a confusão mental entre suas decisões,e a grande competitividade que mostra os erros e acertos das crianças se refletindo nas suas atitudes e destino. Traz consigo nesse romance a simplicidade de um história que muitos jovens encontram-se psicologicamente fracos, e auto-influenciados pela sociedade.
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Paula 25/10/2012

Uma história de laços, família, amores, união. Também de nós desatados, separação, traição.
E o certo vira errado e o aparentemente errado se torna muito certo. Irmãs que se convivem e fingem. Fingem por trás de uma imaculada imagem de retidão, abafando incertezas, medos e imperfeições. Uma família que na verdade se divide em dois: uma metade que finge e a outra que é verdade, mas se desmancha.
Virgínia, Bruna e Letícia: perspectivas diferentes e tão iguais. Distinguem-se nas personalidades, mas se encontram na busca por seus desejos. Lygia Fagundes Telles mais uma vez surpreende seus leitores com o impensável, brinca com as palavras e nos ilustra os mais íntimos sentimentos de forma densa e sutil.
Ciranda de Pedra é curto, mas não menos impactante. Dolorosamente real.
Mayane25 04/02/2015minha estante
"Ciranda de Pedra é curto, mas não menos impactante. Dolorosamente real." isso define muito bem esse livro!




Airton 27/07/2012

Contradições internas não superadas
Apesar de muito afamada, Lygia Fagundes Telles mostra em boa parte da sua obra várias falhas que tornam questionável, para dizer o mínimo, o lugar que lhe atribuíram na história da literatura: em primeiro lugar, o grande artificialismo de suas vozes narrativas, em segundo lugar, a mistura estranha que ela faz entre a linguagem culta e erudita (na qual se perde a precisão da fala culta e não se ganha, em compensação, a expressividade da fala popular), em terceiro lugar, a impossibilidade de superar as contradições de classe. Lygia se propõe um pouco uma crítica da alta sociedade paulistana, mas parece não superar a contradição essencial de viver em seu seio, desfrutar dela, talvez admirá-la.
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Potterish 19/06/2012

A ciranda da vida
Resenhado por Gabriela Alkmin

Quando seus pais se separam, as duas irmãs mais velhas de Virgínia, Bruna e Otávia, continuaram morando na mansão com o pai, Natércio, um rico advogado. Virgínia, entretanto, vai morar com a sua mãe, Laura, e com Daniel. Laura sofre com a loucura e é Daniel quem, apaixonado, cuida dela pacientemente. Algum tempo depois, com a piora do estado de saúde da sua mãe, Virgínia retorna ao convívio da casa do pai. Durante o seu crescimento, Virgínia consegue enxergar melhor cada um daqueles rostos que tanto idealizava.

“Ciranda de Pedra” é o primeiro romance de Lygia Fagundes Telles. Publicado em 1954, lida com temas polêmicos para a época, como a homossexualidade. Serviu de base, posteriormente, para a produção de duas novelas na Rede Globo, em 1981 e em 2008. O romance é dividido em duas partes, nas quais a autora habilmente faz com que penetremos na mente de Virgínia.

Na primeira parte, encontramos uma Virgínia muito jovem, que sofre com a separação dos pais. Vivendo em uma casa menor, com dificuldades financeiras e com a loucura de sua mãe, Virgínia inveja a vida que suas irmãs têm na mansão. Ela desejava participar das festas e passeios de que ouvia falar, ainda estar perto do seu vizinho, Conrado, por quem nutria uma paixão, e fazer parte do mundo que fantasiava. Pouco antes de sua mãe falecer, ela muda-se para a mansão, mas as coisas não são como ela esperava: além da frieza do pai, ela se sente rejeitada pelo círculo de amigos. Nesse momento, Virgínia descobre mais sobre a relação entre Daniel, Laura e Natércio, o que interfere na sua decisão de estudar no internato.


PARA LER A RESENHA COMPLETA ACESSE: WWW.POTTERISH.COM/RESENHAS
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Luís Henrique 16/02/2012

Trama de assunto, arquitetura de livro.
Lygia Telles constrói uma trama intimista apartir do ponto de vista de uma criança, Virgínia, que, com a separação dos pais eh a única das três irmãs a ficar com a mãe e seu novo companheiro, Tio Daniel. As angustias de Virgínia vão se intensificando, sua mãe esquizofrênica, suas irmãs, bonitas e bem relacionadas, a casa de seu pai e seu pai, tão bonitos e pouco acessíveis, e ela, cada vez mais feia, desengonçada e solitária. Com desdobramentos dignos de uma ciranda, em que as relações interpessoais vão se intricando cada vez mais, Virgínia vira adulta sem resolver suas angustias e seus amores. O ponto forte do livro eh a descrição das angustias e o mapeamento da sociedade brasileira de alta classe. Nos palavras (pensamentos) de Virgínia sobre a paz naquela família: "Mas paz? Que paz? Paz de pântano sob cuja superfície a vida se arrasta viscosa".
Um livro surpreendente de uma escrita singular que nos prende e nos angustia do começo ao fim.
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Graça Furtado 22/09/2011

Tristeza, decepção
Ouvi muito falar nesta obra ,mas quando comecei a lê-la, também como em Feia, não senti vontade de continuar,pois não suporto nenhum tipo de agressão, principalmente, com crianças.E mais uma vez desistir do livro.

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Mel 25/04/2011

Ótima literatura, "Ciranda de Pedra" conta a história de Virgínia, a mais nova de três irmãs, filhas de pais divorciados.
Enquanto as duas irmãs mais velhas, Otávia e Bruna, moram com Natércio, o pai; Virgínia cresce morando com a mãe, Laura; a criada Luciana e o Dr. Daniel. Com a doença e consequente morte da mãe, Virgínia passa a morar com Natércio e após o suicídio de Dr. Daniel, vem a saber através de Luciana que este era seu verdadeiro pai.
Apesar da convivência, Virgínia não consegue sentir-se parte da família e nem do círculo de amigos de sua idade, e parte para estudar em regime de internato num colégio de freiras. Ao voltar, encontra suas irmãs e amigos já crescidos, cada um com sua história de vida, mas continua a sentir-se de fora da ciranda de pedra formada por eles.
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May 11/04/2011

Livro bom e totalmente diferente da novela. Só acho um pouco cruel com o pobre Conrado. Mas adorei a reviravolta da história.
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Bruno 18/11/2010

Vírginia, a anti-heroína
O livro narra as consequências de um caso de adultério, explicando suas consequências na vida e no caráter (ou sem caráter) de uma menina, Vírginia. Logo no início vemos a característica marcante dessa personagem, ela é ruim e má. Na primeira parte até que é boa a história, mas na segunda parte que decepção não poderia ser pior, espero que gostem, pois eu não gostei muito da história. Já a escritora escreve muitíssimo bem, ainda que transcreva um pouco da sua crença ocultista/espírita.
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