Anatomia de um quase corpo

Anatomia de um quase corpo Yara Fers




Resenhas - Anatomia de um quase corpo


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Ana Lícia - @livroedelirio 02/02/2023

O luto não trata-se somente de mortes, mas engloba também perdas e mudanças. Dessa forma, perdas podem não ser validadas pela sociedade, enquadrando-se em um luto não reconhecido. Isso pode causar danos emocionais ao enlutado, impedindo que o indivíduo fale sobre suas emoções e vivências.

O livro "Anatomia de um quase corpo" aborda exatamente a perda e um luto não reconhecido, uma vez que Barbara, a protagonista, perde um membro tão importante e simbólico para nós: a mão. A amputação de um membro traz sentimentos conflituosos, uma vez que não identifica-se mais com o que se vê no espelho.

Barbara procura por si mesma, um pedaço perdido em meio a mistura de um humano é corpo-máquina. Ela perdeu-se em várias partes, e busca pela música que costumava tocar e pelo amor por sua amada Letícia.

A autora denuncia e critica como muitas vezes somos tratados como máquinas e robôs, mostrando-nos as mortes diárias. É um livro que fala sobre agressão contra a mulher, morte, luto, perda, relações trabalhistas e a importância da arte na vida de cada um.

Anatomia de um quase corpo é um livro de ficção composto por sonoridades e pura poesia. Com uma escrita fluída e bela, Yara nos transporta para as cenas a ponto de sentir as dores e aflições da protagonista. É um livro doloroso e lindo ao mesmo tempo, pois além da tristeza também há muita esperança.

Leiam!

E para quem quiser saber mais sobre os lutos, sobretudo o não reconhecido, me chama que eu recomendo um artigo sobre o assunto.
toulesdeux 08/02/2023minha estante
amiga eu quero!!!! me indica por favor esse artigooooo




Corrida Literária 20/07/2022

Aquele silêncio dentro da gente, que grita cortante!
Sou apaixonada pela escrita poética de Yara Fers, que por sinal está muito presente em sua prosa romântica, a iniciar pelo sumário. Seu romance de estreia é muito envolvente. A dor de Barbara corta na gente e a angústia de cada falta que compõe sua vivência arde em nosso no peito.
Os capítulos curtos trazem dinamismo para o ritmo da leitura, exigindo de nós leitores a sinestesia para mergulhar nesta leitura aflorada em sentimentos.
A temática foi muito pertinente, por trazer essa invisibilidade do trabalhador metalúrgico, considerando principalmente o corpo feminino e lésbico, nesse contexto, tão machista, tão desumano e tão bruto.
O atravessar com outras situações como o abandono paterno, a violência familiar, a falta de políticas públicas, falta de estrutura médica, a alienação religiosa (que foram trazidas com sutileza), foram elementos importantes na construção desta narrativa. A analogia com o corpo humano e o corpo máquina é muito intensa.
A estrutura da narrativa tão harmônica, a começar pelo Sumário que é uma poesia entrelaçada a prosa. É um texto delicioso de ser lido. Aguça os sentimentos (raiva, compaixão, amor).
Essa analogia com o corpo humano e o corpo máquina é muito intensa.
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Liz 26/07/2022

Neste livro conhecemos a história de Bárbara, uma moça que trabalha na linha de montagem de uma fábrica. Ela sofre um acidente de trabalho e perde a mão direita, esmagada pela termoformadora.

“as linhas respiravam como maratonistas, de forma ritmada, porém veloz. comiam materiais brutos e evacuavam peças plásticas prontas em uma digestão constante, enquanto bebiam transpirações.”

As descrições do livro são vivas e a autora se utiliza do formato do texto para nos ajudar a criar o ambiente da história.

“eu pairava em uma quase surdez submersa, uma dilatação do espaço-tempo.
tudo tão l e n t o l e n t o l e n t o se esticando”.

Além das pausas bruscas usadas para descrever o corte.
/

A autora, que também é poeta, brinca com as palavras enquanto nos leva a conhecer as dores e os amores de sua protagonista, trazendo à luz um questionamento sobre a mecanicidade da vida, sobre as injustiças e abusos sofridos pelos mais fracos, solapados pela máquina da corrupção vinda da enorme fábrica, que não oferecia segurança aos empregados e os tratava como se fossem robôs sem vida e luz própria.

“eu tinha planos de vida para este corpo. projetava carreira profissional, família, a casa do sonho que eu queria ter, o jardim perfeito com jasmins, todos sempre temos planos. ainda que a maioria deles nunca chegue a se concretizar, eles nos apontam a estrada”.

A narrativa é forte e ao mesmo tempo delicada, permeada pela beleza das frases que a compõe. Além de um índice que é um poema. Vale imensamente a leitura.
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Mylena136 27/07/2022

Anatomia de um quase corpo
Sempre me pergunto o porquê as pessoas têm os nomes que têm e levo isso para a ficção também. Fico me perguntando o motivo que levou autoras e autores nomearem seu personagem com um nome e não outro. Yara Fers me deu essa resposta e poucas vezes vi um personagem fazer tanto jus ao nome que tem.

Bárbara, nossa narradora personagem, é uma jovem mulher que trabalha em uma fábrica. Sua mão direita acaba amputada quando ela tenta retirar um resto de plástico de uma termoformadora. Bárbara começa a sofrer com a perda da mão, e a sua psicóloga pede que ela escreva sobre tudo que ela sente como, pede para ela "[...] despejar no papel esse acúmulo de pequenas mortes diárias que levaram à morte da mão e de alguns sonhos".

E com tanta poesia e tristeza, Bárbara escreve sobre o antes, o durante e o depois do acidente. Sobre todas as pequenas mortes diárias, sobre movimentos repetitivos em uma fábrica que levam o que de humano há em nós... Mas ela também escreve sobre o amor, sobre a música e sobre escrever.

A narrativa de Fers é dolorosa e sincera, e parece tão verossímil porque o é. Quantas vezes não vimos esse tipo de tragédia nos noticiários? As imagens mentais que a autora evoca e os adjetivos que ela utiliza para caracterizar a fábrica, a dor e a própria personagem são muito fortes.

"Anatomia de um quase corpo" pode parecer pouco denso, dada a sua quantidade de páginas, mas não é. E seu título pode parecer ser sobre uma coisa, mas também não é. É muito mais, e as metáforas vão muito além. Vale muito a pena.
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_narasrocha 01/08/2022

Essa foi uma leitura intensa.
Bárbara perdeu um braço operando a máquina na fábrica em que trabalha.
Depois do acidente sua psicóloga lhe dar a dica de escrever diários, pra colocar pra fora tudo que está a sufocando.
É um estilo de narrativa nem diferente, muito poético e bonito.
É uma leitura que fala sobre perda, sobre não se encaixar e fala muito sobre os trabalhos em fábricas e o que isso faz com as pessoas, como ela vivem e sobrevivem.
É um livro lindo demais e muito tocante.
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Talita | @gosteilogoindico 04/08/2022

Uma leitura e tanto
Meu primeiro contato com a escrita da autora e eu fiquei encantada.
A escrita consegue ser fluida e ao mesmo tempo poética e arrebatadora (como Yara consegue fazer isso?).
Acompanhar Bárbara foi algo muito intenso: senti a dor dela, o sofrimento e suas angústias. O antes, durante e depois da protagonista foi como uma costura, que foi se fechando e fez total sentido.
Um livro forte, gostei muito de ter lido.
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Letícia 04/08/2022

Anatomia de um quase corpo é um romance recentemente publicado por Yara Fers de forma independente na Amazon KDP e concorre ao Prêmio Amazon de Literatura.

Um romance bastante curto e escrito em primeira pessoa, se utiliza de uma mistura de linguagem oral e informal e da ênfase imagética e dos recursos linguísticos que tendem a ser encontrados na poesia para contar a história de uma jovem em meio a várias pequenas mortes... E a vida que há entre todas elas.

Yara divide o livro em capítulos igualmente curtos que vão e v0ltam no passado, cada um focando num aspecto especial da rotina e de acontecimentos relevantes na vida da protagonista Bárbara conforme ela reflete sobre os antecedentes e consequências do acidente que a faz perder um membro do corpo.

Os títulos dos capítulos parecem algo aleatório e estranho a princípio, mas nada mais são do que a indicação do foco do capítulo e um adendo ao aspecto poético do romance, cada um como um verso do poema resultante da beleza e aspereza encontrada ao longo da jornada.

É justamente a perda do braço durante um dia de trabalho que faz com que a protagonista se veja notando e questionando a vida que levava até ali, bem como aprendendo a apreciar nasceres de sol, cervejas e notas de música (e talvez se obrigando a fazê-lo).

Com a deficiência vem o olhar distorcido sobre si mesma e aquele vindo das outras pessoas, a raiva pelo que se perdeu e talvez nunca acontecerá, o lidar com a culpa que não se sabe em quem colocar, o afastar-se daquilo que nos fazia bem por achar que aquilo não mais nos pertence... Até entendermos o que fica.

Yara aborda essas questões de modo muito realista e delicado, sem o sensacionalismo da superação de obstáculos que costumo ver na televisão e detesto tanto como mulher quanto como portadora de deficiência. O foco aqui está na cura de n outras coisas que a amputação apenas amplificou. A busca por paz interior e pertencimento dentro de si e do todo através do banal.

Acredito que esse livro possa agradar quem queira ler histórias escritas por mulheres sobre o ser mulher; a quem tão frequentemente parece que algo falta por causa das escolhas que fazemos. Que quer ler histórias sobre pessoas comuns, de vida comum, e que amem a vida (ainda que não amem a vida que tinham). Isso foi o que mais gostei no livro... Porque corpo é sempre corpo.

site: http://leticiabolzonsilva.blogspot.com/
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Girl_lovebook 05/08/2022

Leitura excepcional!!
Um livro curto- poucas páginas, mas com uma história intensa, que traz um tema importante com abertura para um debate longo e produtivo. Uma leitura de fluidez ímpar, que nos absorve e transforma. Ninguém sai dessa leitura sendo a mesma pessoa.

A Yara, traz uma realidade não conhecida pela maioria das pessoas, ela nos apresenta ao corpo-máquina da Bárbara no seu trabalho em uma fábrica, e todos os seus pensamentos, e sentimentos em relação a isso.

Vamos acompanhá-la durante o período em que perde um membro em uma das máquinas, e o seu processo de "luto", quase morte, e renascimento.

Eu nunca havia parado pra pensar como deve ser, viver sem uma parte do corpo. De lidar com a perda/falta do membro, das dores, dificuldades, do preconceito, do esforço pra continuar, da reabilitação, recomeço. Imaginamos apenas que as pessoas que passam por isso, devem agradecer por estarem vivas. Mas o caminho doloroso que elas percorrem até chegarem a essa certeza, é desconhecido por nós.

A autora vai esmiuçar tudo isso para nós de forma nua, crua, real, mas com uma abordagem leve e sensível. Uma pincelada da arte de escrever a realidade chocante, de forma poética.

Anatomia de Um Quase Corpo é um livro que traz como tema principal um assunto pouco abordado, mas real. Que machuca, maltrata, sangra e mata aos poucos.

A Bárbara nos conta sua história, nos deixa ver a sua dor, e a empatia floresce. E sentimos junto com ela, torcemos por ela, ficamos tristes e felizes com ela. Resultado de uma personagem humanizada, envolvente e cativante.

Uma história de dor e cura. Amor é ódio. Tristeza é Alegria. Mágoa é perdão. Morte é renascimento.

Um leitura necessária com assuntos relevante e extremamente importantes, que vale a pena ser lido, relido, compartilhado, favoritado.

Leiam!!
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Mirella.Maria 08/08/2022

O homem coletivo sente a necessidade de lutar
Sensacional, se fosse possível dava 6 estrelas! Uma prosa poética sensível, forte e ousada para tratar de um tema tão urgente que é desumanização do trabalhador! Venceremos, pois não há escolha ??? espero ler ainda muitas obras da autora!
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Emanuela 10/08/2022

Uma história de dor e cura
Um ambiente hostil onde pausas não são permitidas, onde não se pode ser nada além de um corpo máquina. Repetições que viram ritmo e poesia nas palavras tecidas por Yara Fers em seu romance de estreia ?Anatomia de um quase corpo?.

SINOPSE - Na história, Bárbara sofre uma amputação em seu trabalho na fábrica e busca na escrita encontrar a completude que esse corpo não tem mais. Ela procura por si mesma, pela música que morava em seus dedos e pela magia de seu amor com Letícia.

Narrado em primeira pessoa, vamos percorrendo o trajeto de autoconhecimento de Bárbara. A mão que morre, a dor que nasce. Quantos lutos arrastados pela vida. Abandonos, faltas, ausências. Do pai, de amor, de equidade.

?é preciso despejar no papel esse acúmulo de pequenas mortes diárias que levaram à morte da mão e de alguns sonhos?.

Mais do que a mão amputada, ela percebe que já era incompleta, muitas peças faltavam. Ela já tinha morrido ou começado a morrer. Então Bárbara despeja e se despedaça e se reencontra e se recoloca como um corpo-humano-mulher.

Mas o romance de Yara apesar de duro não é pessimista. Ele é dor e também cura.
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Ana Bellot 10/08/2022

CORPO-MÁQUINA
A poesia de Yara é forte e orgânica. Nesss livro, essas características aparecem em forma de romance. Que narrativa brilhante, as metáforas, as analogias, nossa... A autora foi sensacional! Leiam!!!
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Emilyn moretwopages 16/08/2022

Sobre dores e descobertas
?Me sinto ao mesmo tempo exposta e ausente dos espaços.?

A rotina exaustiva nos desgasta de dentro para fora, uma morte lenta e diária de nossas funções básicas, restringindo as nossas pausas para a felicidade. Em seu romance de estreia Yara Fers descreve a dor de ir se perdendo aos poucos, transformando seu corpo em uma máquina e danificando com o tempo.

Narrado em primeira pessoa, a história inicia-se com amputação de um membro da protagonista, a qual sofre um grave acidente de trabalho. Após a perda de sua mão, Barbara começa a trilhar um caminho de autoconhecimento, destrinchando todas as dores da sua vida e percebendo as diversas lacunas que já possuía.

?quantos pedaços já me faltaram nessa vida??

Anatomia de um quase corpo é um livro poético, com muito drama e conversas com o leitor, trazendo fatos e vivências de uma personagem real, com defeitos e qualidades.

Muito além de uma história de uma mão amputada, o livro traz uma jornada de autodescoberta, em que as faltas que existiam antes do acidente são retomadas e exploradas, reencontrando a essência da protagonista.
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viresenhas 17/08/2022

anatomia de um quase corpo ??
o que foi isso??? simplesmente perfeito! tô até sem palavras. definitivamente precisa ser lido por mais pessoas.
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Karol 19/08/2022

Uma leitura cheia de ensinamentos!!
Bárbara está passando pela fase mais difícil de sua vida. Acabou de passar por um acidente no trabalho onde perdeu sua mão. 
Está traumatizada após este acidente, e tenta lidar com a dor de perder uma parte do corpo. 
Então ela percebe que a empresa que trabalhava sugou tudo dela, além de perder sua mão, já estava perdendo a sua essência muito antes do acidente.
  Um livro cheio de reflexões e emoções, essa história demonstra como um ser humano lida com a dor, e com uma linguagem poética linda, que emociona ainda mais o leitor. 
  Bárbara ficou depressiva depois de todo o ocorrido, e por indicação, decide fazer anotações de suas emoções, como um diário de tudo que ocorreu no passado, e que está acontecendo.
Para ela antes  do acidente, a música era um refúgio, que ajudava a esquecer dos problemas. Com a música Bárbara conheceu sua namorada, eram felizes juntas, mas depois do acidente tudo mudou. 
  Um livro único, por suas observações da vida, autora descreve um cenário que muitas pessoas vivem, onde trabalham e dão seu sangue pela empresa, até se perderem de si mesmo, e cada dia fazem o mesmo trabalho. A personagem se compara a um robô, como se já estivesse programada para tudo aquilo, todos os dias, e sente falta da peça que lhe falta (sua mão).

  Eu adorei a narrativa desse livro, a autora consegue descrever perfeitamente o sofrimento da personagem, e em cada capítulo é realmente como se tivéssemos falando com ela, ou lendo um diário. O leitor se sente cada vez mais próximo da personagem.
Apesar de um livro curto, é possível aprender muitas coisas com essa leitura, você irá finalizar com uma experiência sem igual. 
 Se prepare para grandes emoções, uma história de perdas e sofrimentos  que irá mudar seu pensamento sobretudo quando terminar de ler. 
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