spoiler visualizarAnisans 20/08/2023
Aqui acompanhamos a fotógrafa Delilah Green que é contratada para atuar no casamento de sua irmã postiça Astrid, na cidade de BrightFalls, cuja localidade é negativamente familiar para a protagonista, já que foi o cenário de toda a sua solitária infância.
Começo dizendo que, diferente do que implica o título do livro, Delilah Green na verdade se importa bastante com seus arredores e isso desapontou as pequenas expectativas pessoais que possuíamos dela ser realmente indiferente no que diz respeito aos acontecimentos e demais personagens da trama. Tendo isso em mente, já deu para perceber que as demais obras desse mesmo universo provavelmente vão empregar uma mensagem parecida com esta, em: "Delilah Green não está nem aí" e "Astrid Parker nunca falha" a autora possivelmente pretende desenvolver a ideia de não ser exatamente como é sugerido pelos títulos. De toda forma, é notável que a narrativa dispõe de grande fluidez, a autora escreve de forma leve e de fácil compreensão, dá um formato bem contemporâneo para os personagens e suas interações. O ponto que mais gostamos foi sem dúvidas a própria Delilah, a libertinagem de sua personalidade, seu carisma e seu jeito de se portar socialmente é um deleite e acaba se saindo bem descontraído e engraçado em certos momentos. E o ponto em que menos gostamos infelizmente foi a contraparte de Delilah, Claire. Não gostamos pois a personagem parece o tempo todo estar indecisa frente ao seu relacionamento com o que era para ser seu ex-marido Josh, dá a entender que ela ainda nutre grandes sentimentos por ele ao mesmo tempo em que quer ficar com Delilah, isso dificultou o processo de credibilidade que geralmente é essencial mediante o principal relacionamento do livro. A partir disso foi um declínio que só, já que objetivo da narrativa é desenvolver o relacionamento de ambas mas justo esse relacionamento em questão nos deixou com um pé atrás do início ao fim. Em termos de ambientação, é bem feito, os cenários são bem descritos de modo que dá para imaginar as cenas de forma clara e sem complicações. No que diz respeito aos outros personagens: Astrid provavelmente foi a que mais gostamos depois de Delilah, percebe-se que apesar de possuir esse atrito já antigo com a irmã, ela também passou por um infância dificultosa proveniente de diferentes motivos dos de Delilah; Iris é uma tentativa da autora de ser um alívio cômico mas acaba sendo mais grosseria sem motivo aparente; Josh é para ser o personagem babaca que trai a confiança de uma personagem como Claire e que está na narrativa para ser diminuído e engrandecer Claire por ser melhor que ele, mas que no fim provou ter melhorado nos aspectos que antes o faziam ser detestável; Ruby é a típica garota que está passando por seus anos de rebeldia jovem, merecia mais espaço dentro do seu próprio relacionamento com a mãe, principalmente após o problema da distância entre ambas ter sido resolvido, algo que sentimos falta no fim da narrativa. E Spencer e Isabel, que são os típicos personagens ricos, chatos e com ar de superioridade, não há muito para se comentar sobre, cumpriram seus papéis na trama.
Mesmo em meio ao drama que seguimos no livro, a trajetória principal que o objetiva é o romance e como o relacionamento das duas não foi grande coisa, apesar de Delilah ter tomado uma decisão diferente da que somos acostumados a ver em outras obras desse gênero, o final ainda não foi suficiente para estabelecer conexão com a obra como um todo, acabou por decepcionar bastante as nossas expectativas.